domingo, 29 de dezembro de 2013

A revolução dos bichos, de George Orwell

Título Original:
Animal Farm: a Fairy Store
Autor(a):
George Orwell
Origem:
Reino Unido
Tradução:
Heitor Aquino Ferreira
Editora:
Companhia das Letras
Ano de publicação:
1945

Esse livro foi uma indicação da minha professora de história superdiva. Sabe aquela pessoa culta que vai a vários eventos, lê os maiores e melhores livros (que estão na sua lista de “preciso urgentemente ler”), vê os filmes tops, sabe de todas as notícias (as que realmente importam) e ainda consegue conversar com você, humilde mortal, sem que se sinta rebaixado, pelo contrário: você também é culto e intelectual? Pois é, minha professora de história é assim. Meu sonho é ser um dia como ela (e como os também outros professores divos).
Bem, voltando ao assunto... Minha professora falou deste livro durante a aula de Revolução Russa (que, diga-se de passagem, eu piro demais). E adivinhem? Bateu aquela vontade absurda de lê-lo. Então você, meu caro leitor, pergunta: o que A revolução dos Bichos tem a ver com Revolução Russa? Ótimo pergunta, pois ai está a sacada do livro: George Orwell explicou todo um evento histórico usando analogias, ou seja, ele transformou a Rússia em uma fazenda e seus revolucionários em animais. Explicando bem por cima, alguns dirão “que porcaria”, mas não se enganem com meu jeito débil de explicar os enredos, se atenham ao fato de Orwell ser um gênio.
A Granja do Solar é uma grande fazenda pertencente ao Sr. Jones, um tirano bêbado e explorador, que está prestes a ser destronado por um levante de seus animais encabeçados pelos porcos Bola de Neve e Napoleão, através dos sábios ensinamentos do já falecido porco Major. A promessa era igualdade, união e liberdade, onde os animais seriam os novos donos da fazenda e trabalhariam nela de maneira igualitária sem excessos com o lema “quatro pernas bom, duas pernas ruim”.
A rebelião foi um sucesso e agora a fazenda recebia o nome de Granja dos Bichos. Algumas regras foram estabelecidas: o contato com humanos era proibido, afinal, a sina de suas vidas trabalhadoras e infelizes era culpa desses bípedes miseráveis; a casa grande deveria permanecer desocupada, ninguém poderia usar roupas, dormir em camas ou tomar bebidas alcoólicas, a comida seria repartida proporcionalmente a cada bicho, nenhum animal poderia matar outro animal, todos aprenderiam a ler e cantariam “Bichos da Inglaterra”, o hino da revolução.
Bola de Neve, a La Capitão Nascimento, dita sua frase de efeito: “humano bom é humano morto”. 
No começo, como em um conto de fadas, tudo é lindo e perfeito. Nenhum humano ditador estava por perto para amedrontar e há prosperidade, fartura e camaradagem. Em um momento, Jones com alguns outros fazendeiros tentam retomar a fazenda, mas os animais rapidamente se organizam e impedem o ataque, com destaque para Bola de neve e Sansão, o velho e mais do que esforçado cavalo, que foram condecorados com os títulos de Heróis Animais. 
Porém, um desacordo entre os líderes levou a fazenda ao caos: Bola-de-neve, muito empreendedor, planejava um moinho de vento para melhorar a produção, mas Napoleão era contrário ao projeto. No dia em que seria posta em votação sobre começar ou não o trabalho, Bola-de-neve é atacado por nove cachorros a mando de Napoleão e precisou fugir, desaparecendo para sempre. Os outros animais não entenderam, mas o porco explica que o fugitivo era na verdade um traidor que cooperava com os humanos para entregar a Granja dos Bichos. A partir daquele momento, algumas mudanças iriam acontecer: os debates aos domingos iriam acabar e as decisões seriam tomadas em reuniões apenas entre os porcos, sendo anunciadas depois aos outros bichos. A expulsão de Bola-de-neve foi tão assombrosa que os bichos não encontraram argumentos para protestar contra essa nova norma. Além do que, aqueles nove cachorros que seguiam Napoleão como um dia acontecera com Jones deixaram a todos quietos. 
Era o começo do fim. Um pouco depois, o moinho de vento começou a ser construído, mas os porcos não trabalhavam; a comida começou a escassear, enquanto para os líderes, havia de sobra; a canção dos Bichos da Inglaterra foi abolida e uma nova foi escrita; os porcos passaram a morar na casa grande e a beber álcool; a Granja dos Bichos passou a comercializar com outras fazendas... E surgiu um novo slogan: “todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros”. 
O ponto alto do livro, na minha singela opinião, está quando Sansão começa a adoecer (isso é um spoiler). Ele é o maior trabalhador da fazenda, o mais esforçado e um amante cego da causa, porém, quando sua força começa a faltar, os porcos tomam a decisão de mandá-lo ao veterinário. Um carro chega e Sansão é preso em sua carroceria. Os animais se aproximam para se despedir, mas o burro Benjamim começa a gritar dizendo que na lataria do carroção estava escrito que o cavalo seria levado a um matadouro. Foi de partir o coração ver aquele que mais se dedicou à causa ser traído daquele jeito.
Neste ponto, os animais começam a ver que sua revolução chegou a tal ponto que não havia volta. Os porcos estavam se assemelhando ao que eles lutaram para expulsar e suas vidas voltaram à miséria de antes. 
Como disse minha mãe, podemos relacionar esse livro com os tempos de hoje no Brasil. Eu não sou exatamente ligada à política (e justifico com a minha idade, mas serei franca e direi que eu simplesmente não me interesso), mas arrisco a dizer que ela tem razão. Esse é um dos livros que não importa quanto tempo passe, ele sempre será atual. 
E pensar que ele quase não foi publicado, pois vários editores o recusaram, já que naquele tempo a Rússia ainda era aliada para espantar a ameaça nazifascista. Com a Guerra Fria, o livro de George Orwell tornou-se um ícone de mensagens anticomunistas. 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Inferno, de Dan Brown

Título Original: 
Inferno
Autor(a):
Dan Brown
Origem:
EUA
Tradução:
Fabiano Morais e Fernanda Abreu
Editora:
Arqueiro
Ano de publicação:
2013

Desde O Código Da Vinci, Dan Brown está entre os escritores contemporâneos mais lidos e, para não decepcionar seus leitores, está sempre com uma novidade. Apesar de “O símbolo perdido” não ter entrado para a minha lista de favoritos, o mesmo não pode ser dito de “Inferno” que eu defino em uma palavra: polêmico. Principalmente pela conclusão inesperada e o tema delicado que foi abordado sobre superpopulação.
Novamente temos o professor universitário Robert Langdon na trama, dessa vez ambientado pelas ruas das grandes metrópoles italianas (se eu fiquei com uma vontade absurda de visitar a Itália? Imagina...). Nosso professor acorda em uma cama de hospital sem memória e com um ferimento à bala. Não sabe onde está e nem como foi para lá, mas ele não tem muito tempo para descobrir, pois logo uma mulher de preto e cabelo curtos invade seu quarto e tenta matá-lo. Porém ele conta com a ajuda da jovem e bela doutora Sienna Brooks que mostra-se de uma inteligência excepcional, quase sobre-humana.
Langdon e Sienna fogem pelas ruas de Florença e, se não estivessem sendo perseguidos por uma assassina, ouso dizer que seria um passeio romântico (afinal, quem não quer andar com seu homem por Florença?). Ao chegar ao apartamento dela, Langdon tenta desvendar o motivo para estar na Europa, já que ele não se lembrar sequer de ter deixado o campus da universidade. Enquanto Sienna busca roupas mais apresentáveis para Robert com o vizinho, o professor descobre algumas coisas sobre sua ajudante como o fato dela ter sido uma criança prodígio, com prêmios cultuados de inteligência antes mesmo de ter dois dígitos de idade. Isso o faz se perguntar o porquê um gênio como ela é uma simples médica.
É naquele pequeno apartamento que a trama começará a se desenvolver. Sienna encontrou costurado no paletó de Robert um cilindro metálico com o aviso de risco biológico e, depois de um breve susto, ao abrirem-no encontram a reprodução de um quadro famoso de Botticelli, “Mapa do inferno”, inspirado na obra de Dante Alighieri, “Inferno”. Robert não entende como está portando um objeto daqueles, mas as respostas devem estar em Botticelli e em Alighieri.
Contudo, uma reviravolta: Robert liga para o consulado americano para buscar respostas de sua presença em território florentino, mas se surpreende ao constatar que seu próprio país enviou uma tropa de choque para encontrá-lo. Seja lá o que ele fizera no período em que perdeu a memória, a situação não era boa.
Perseguidos não somente pela assassina, mas também por aqueles soldados, a dupla improvável fará uma jornada pelos maiores museus de arte da Itália e desenterrarão (quase literalmente) os mortos. Uma grande personalidade que terá muito destaque é o próprio poeta Dante Alighieri e sua tocante história de amor com Beatriz, que infelizmente não teve um final feliz, apesar de ter sido um amor eterno. E eu, uma compulsiva por livros, fiquei com uma vontade absurda de ler “A Divina Comédia”.
Conforme vai desvendando sua falta de memória, Langdon percebe que tem uma missão muito maior do que salvar a si mesmo: ele precisa salvar a humanidade de um cientista obcecado com o poema épico dantesco, pois de alguma forma ele planeja resolver a situação de superpovoamente que atinge o mundo, colocando em risco a existência da humanidade. Não é apenas o equilíbrio da natureza que sofre com o excesso de pessoas, mas em algum momento não haverá espaço e comida suficiente para todos. A solução proposta por esse cientista é chocante e, como eu disse sobre o livro, polêmica.
Mas para aqueles que pensam que a história ficará apenas em Florença, se enganam! Veneza e Turquia entram nesse espetáculo de locais. Então você, meu lindo leitor, se pergunta: mas o que diabos a Turquia tem a ver com Inferno? Para você, meu caro, as reviravoltas que o livro dá. Para quem está cansado do bom e velho EUA ou da nublada Londres, esse cenário quase esquecido irá sugar-lhe a mente.
Mas não são apenas os cenários que me chamaram a atenção: os quadros, esculturas e livros abordados por Dan Brown roubaram meu coração. Todos os seus autores, suas histórias, seus significados e seus enigmas são impressionantes, não tem como não ficar boquiaberto com o passado de alguns. Este livro vale a pena apenas por todo esse tour entre obras.
E claro, a trama. Eu, lerda como sempre, em nenhum momento desconfiei do vilão e suas intenções. Os personagens misteriosos que resolvem explicar-se somente no final do livro também me surpreenderam. Arrisco-me a dizer que esse foi um livro que chocou a maior parte de seus leitores com as explicações inesperadas.

P.S.: desde Assassin’s creed II, tenho uma vontade anormal de ir à Itália. Alguém esta a fim de me levar até lá? 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón

Assim que eu receber meu livro de volta,
teremos uma fotinho! =]
Título Original: 
La sombra del viento
Autor(a):
Carlos Ruiz Zafón
Origem:
Espanha
Tradução:
Marcia Ribas
Editora:
Suma de Letras
Ano de publicação:
2001

Como prometido, uma nova resenha depois de muito tempo! Espero que eu já esteja perdoada pela minha falta de comprometimento... E para compensar, uma resenha de tirar o fôlego.
Daniel Sempere, apesar de novo, é um amante de livros inigualável, já que passara a vida toda entre as folhas amareladas e cheirando a mofo de velhos livros que habitavam a livraria de seu pai, com quem vive sozinho. Sua mãe falecera há alguns anos e, uma noite, Daniel se dá conta que não se lembra mais do rosto dela, o que o leva a ficar desesperado.
Devo apenas observar que o curto diálogo entre Daniel e seu pai é de dilacerar qualquer coração, então não tem como o leitor não se contagiar com a história e jogar-se nela de cabeça:

“- Não consigo lembrar-me da cara dela. Não consigo lembrar-me da
cara da mamãe - murmurei ofegante.
O meu pai abraçou-me com força.
- Não te preocupes, Daniel. Eu me lembrarei pelos dois.”

Antes mesmo que amanheça, seu pai decide levá-lo a um lugar especial e faz nosso jovem herói prometer que nunca contará a ninguém sobre ele, nem a seu melhor amigo. Eles atravessam as ruas de Barcelona enquanto esta acordava até chegar a um antigo prédio e serem recebidos por um peculiar porteiro... Melhor dizendo, um guardião.
Era a primeira que Daniel entrava no Cemitério dos Livros Esquecidos, lugar para onde um volume de todos os livros já publicados são guardados, esperando alguém encontrá-los e revivê-los. O menino fica extasiado com a imponência, magnitude e esplendor daqueles estantes que serpenteavam infinitamente em um labirinto de livros gastos e empoeirados. Claro, não estou à altura de Carlos Ruiz Zafón para descrever a grandiosidade do cemitério, afinal, como o leitor perceberá na leitura, Zafón tem uma capacidade maravilhosa de descrição que tira o fôlego e leva a uma viagem de sensações.
Seu pai então lhe passa uma missão, que é transmitida a todos que têm a oportunidade de entrar naquele lugar mágico: ele deveria adotar um livro e reviver sua história. Daniel sai pelos corredores à procura de algo que lhe atrai entre tantas preciosidades, passando a mão pelas lombadas e sentindo a alma que existia dentro de cada...
Mas o destino levaria nosso pequeno até um tímido livro que se encontrava no canto de uma estante, de capa vinho e letras douradas, e Daniel soube que aquele seria o livro que ele adotaria... Ou, nas palavras de Daniel, que iria adotá-lo.
A Sombra do Vento. Um título forte... Mas nem de longe será tão forte quanto a ligação que Daniel estabelecerá com esse livro e seu misterioso autor, Julián Carax.
Quando voltam para casa, Daniel se entrega à leitura e (como é bem frequente com qualquer leitor) não consegue parar de ler. Em apenas um dia, ele o termina e fica assombrado com a belíssima e viciante história. Inspirado, Daniel sai a procura de outros livros do mesmo autor, mas se surpreende ao descobrir que ninguém o conheça ou que tenha seus livros. Seu pai, vendo a obsessão do menino, leva-o para conversar com um homem que com certeza saberia algo sobre esse autor misterioso.
Surge a figura quixotesca de Don Gustavo Barceló, um intelectual quase cômico. Em seu primeiro encontro com Daniel, oferece-se para comprar o livro, mas o menino só tem um objetivo e livrar-se d’A Sombra do Vento está longe de sê-lo. Sem alternativa, Barceló pede a Daniel para encontrá-lo no dia seguinte.
Porém desse encontro, Daniel acaba por descobrir algo sobre os livros de Julián Carax: não existiam mais, pois alguém os comprava e os queimava. Isso abre muitas dúvidas na cabeça de Daniel, mas ele não desistirá.
É na casa de Barceló que Daniel conhecerá a desgraça que se chama paixão: Clara Barceló é uma sobrinha de Don Gustavo, de uma beleza inigualável, porém eternamente presa em um mundo escuro pela cegueira. Conversando com Clara, Daniel descobre sobre outros livros de Carax, mas a presença da moça o faz esquecer-se dele. Admirado com aquela figura angelical, Daniel cai aos seus pés, dedicando todo o seu ser a ela.
A devoção que ele dedica acaba por alarmar seu pai, Don Gustavo e a emprega deste, Bernarda. Todos o avisam que estava enrolando a corda no pescoço, mas Daniel não lhes dá ouvidos, cometendo até a loucura de presentear Clara com A Sombra do Vento.
Mas como era de se esperar, Clara não o corresponde, apenas deixa-se admirar pelo menino, abusando de sua paixão e boa vontade. Ou seja: cobra bitch!
Será neste contexto de rejeição que Daniel conhecerá meu personagem favorito do romance: Fermín Romero de Torres, um mendigo que é salvo pelos Sempere e devota sua vida a compensá-los. É de Fermín que saem os comentários mais hilários, irônicos, sarcásticos, inteligentes e ferinos de toda a trama. Logo Daniel e seu pai veem a inteligência e astúcia de Fermín, que passa a trabalhar na livraria encontrando livros raros e revendendo-os com uma lábia incrível, e logo o adotaram como um membro da família. É essa lábia que ajudará Daniel a voltar em sua busca pelo passado de Julián Carax.
Contudo, a vida do autor se mostra mais sombria e perigosa do que Daniel esperava, trazendo velhos e novos inimigos à tona. Um deles é um misterioso homem que passa a vigiar Daniel e se mostra o responsável pelos poucos volumes publicados de Carax. Além dele, um inspetor cruel ronda a vida deles, pronto para trazer a desgraçada. Daniel descobrirá também que pessoas próximas a ele têm ligações muito íntimas com Carax, mas que parecem pouco dispostas a cooperar, avisando-o do perigo que era se envolver naquele legado de Carax.
 Mas ninguém parece entender que tudo o que o garoto faz não é por pura curiosidade: por algum motivo, a sua vida e a de Carax estão unidas e é preciso desvendá-la para desvendar a si mesmo.
A grande ironia do livro está na coincidência entre Daniel se afogar n’A Sombra do Vento de Carax e eu me afogar n’A Sombra do Vento de Zafón (deve ser mal de nome). Não fui tão rápida quanto Daniel, mas acabei em três dias. Não tive como evitar: mesmo sabendo a depressão pós-livro que iria me abater, eu o engoli quase desesperadamente. Esse livro tem aquele enredo de te fazer criar centenas de teorias (e, claro, não acertar nenhuma) e te fazer pular da cadeira a cada revelação (podem perguntar para minhas amigas, elas estavam perto quando tive uma de minhas crises de gritar com o livro).
Como disse antes, Carlos Ruiz Zafón tem uma capacidade fora do normal para descrever cenários, pensamentos e sensações, fazendo seu leitor sentir-se na pele do personagem. Eu recomendei este romance para todos os meus amigos que gostam de ler e acabei emprestando para meu professor de literatura (sentiu a moral né?). Foi com essa bruta história que reabro as portas do meu blog, agora com novo título inspirado nesse maravilhoso livro.

P.S.: sei que prometi uma publicação antes, mas a semana de provas e a FUVEST não deixaram... Falando nessa prova cabeluda, me desejem sorte! Estou prestando Letras (típico não é?)!

domingo, 10 de novembro de 2013

I'M BAAAAAACK!


E ai paixões da minha vida? Sentiram minha falta? Eu sei que sim!!! Eu também morri de saudades!!

Bem, eu quero pedir desculpas com todo o meu coração pela falta de dedicação e comprometimento com o blog, principalmente para os meus parceiros blogueiros! Isso foi irresponsabilidade e muito chato, admito! Os comentários postados durante a minha ausência não foram ignorados, por isso agradeço a todos que continuaram dando uma espiadinha aqui, no antigo Abrindo os livros..., para ver se eu ainda estava viva!

Falando no Abrindo os livros..., ele está agora de cara nova! Achei que ele ficou com uma cara bem dark e melancólica... Lindo não é? kkkkk Este novo tema e título foi inspirado no livro A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón, um gênio como vocês podem ver pela linda frase dele como descrição aqui do blog né? Farei uma postagem amanhã, sem falta, para falar sobre esse livro lindo que me inspirou a voltar a resenhar! Vocês verão, é simplesmente maravilhoso (recomendei para umas dez pessoas, três são meus professores). 

Quero fazer um agradecimento especial a minha Dinda Fernando, no Na trilha dos livros, que nunca me esqueceu e esteve sempre aqui do meu lado! Muitos livros para você, Dinda linda! *-*

Só para resumir, foi uma fase meio complicado de falta de inspiração e negação. Novamente desculpas a todos os leitores e sejam bem-vindos de volta! Vou passar no blog dos meus parceiros me desculpando e pedindo a opinião para o novo look! ;D

Xerus para todos vocês!

Gabi Kastell

P.S.: foi uma fase também para escrever. Comecei um projeto de um conto, sob a supervisão da minha melhor amiga, e parece estar rendendo uma boa história! Quando eu conclui-lo, passarei a portar aqui!


domingo, 18 de agosto de 2013

O Cortiço, de Aluízio Azevedo

Título Original:
O Cortiço
Autor(a):
Aluízio Azevedo
Origem:
Brasil
Tradução:
*livro nacional*
Editora:
Lafonte
Ano de publicação:
1890

O Cortiço é resultado da ambição sem tamanho de um avarento, João Romão. Tudo começou com uma simples venda herdada de seu antigo patrão, vizinha à venda de Bertoleza, negra viúva e escrava. Cegado pela ganância, João Romão aproveita-se da fragilidade de Bertoleza e de seu patrão, um velho cego, para conseguir uma falsa carta de alforria. Assim, ele “casa-se” com a negra e consegue fundir as duas vendas. 
Porém, João Romão não parou por ai: comprando os terrenos ao redor e a pedreira logo atrás, ele e Bertoleza construíram (com materiais roubados na calada da noite) pequenas casinhas que abrigariam famílias de lavadeiras pobres, o que lhes proporcionaria uma renda extra. Nascia então o cortiço de S. Romão. 
O único terreno que Romão não conseguiu comprar foi de seu vizinho, Miranda, um aristocrata em ascensão. O cortiço seria uma eterna praga para Miranda, pois era habitada por uma classe baixa, portanto, ser vizinho desta ralé era sua maldição. Além do mais, como Romão não conseguira o terreno, fez questão de construir suas casas até o limite do muro do sobrado de Miranda, aproximando os dois mundos ainda mais.
O cortiço é constantemente elevado à condição de ser vivo. Quando o dia começa, ao invés de abrir suas janelas, o cortiço abre seus olhos e vomita as lavadeiras para suas tinas (e, diga-se de passagem, eram alugadas por Romão, que ganhava outra renda com o trabalho independente dessas mulheres). Vão surgindo os personagens: a imponente portuguesa Machona e seus três filhos, Ana das Dores, Neném e Agostinho; a brasileira honesta Augusta e seu marido mulato e militar Alexandre, pais de muitos filhos, entre eles Juju, afilhada da prostituta Leónie (atenção nela); a adúltera Leocádia, casada com o ferreiro Bruno; Marciana, mulata com mania de limpeza que acaba enlouquecendo quando sua filha Florinda engravida de um empregado de Romão e foge de casa; Dona Isabel, mãe de Pombinha, querida por todos no cortiço graças à sua alfabetização, mas que, apesar dos 18 anos, ainda não menstruou e, portanto, não pode se casar; Libório, um velho mais avarento que Romão, pois esconde uma fortuna e pede esmolas aos outros moradores; Albino, um fraco rapaz “afeminado”; e minha personagem favorita, Paula, vulgo Bruxa, que seria como uma curandeira louca. 
No sobrado de Miranda, apesar de toda sua “condição superior”, em questão de maledicência, não fica muito atrás do cortiço: a mulher de Miranda, Estela, acaba por ter um caso com Henrique, rapaz filho de um fazendeiro que passa uma temporada na casa de Miranda. Ela e o marido se odeiam profundamente, apesar de sentirem uma atração quase animalesca um pelo outro. Eles têm uma filha, Zulmira, que terá um papel crucial no plano de grandeza de Romão. Como não bastasse esse caso extraconjugal entre Estela e Henrique, os dois são flagrados por Botelho, que, em troca de seu silêncio, exige alguns favores por parte do casal. Para quem pensa que o velho vai pedir algo de cunho sexual por parte da mulher, acertou em parte: ele deseja o sexo, mas com o rapaz. A questão que fica no ar: Henrique aceitou?
Não só Henrique e Botelho são uma representação de homossexualidade. Pombinha e a prostituta Leónie formam uma parceria. A menina “sonha” em se casar, mas ainda não menstruara, o que a impedia de dar filhos ao marido. Porém, em uma visita à casa de Leónie, esta a ataca em uma cena chocante e têm uma relação sexual selvagem. Atingida pelo prazer sexual, Pombinha assume-se homossexual e suas regras chegam. Depois do casamento, Pombinha se recusa a viver na prisão que é o matrimônio e foge para viver com Leónie. 
Um dos grandes pontos da obra está na chegada de Jerônimo e Piedade de Portugal no cortiço. Eles são um exemplo de honra, trabalho duro e honestidade. Porém, é com a volta de uma antiga moradora do cortiço que vemos as mudanças acontecerem.
Rita Baiana estava sumida quando Jerônimo chegou ao cortiço. Como o leitor já pode imaginar, a mulata vai seduzir (mesmo que inconscientemente) o português e mudar seu caráter português para um genuíno brasileiro. O grande problema está no parceiro de Rita Baiana, Firmo, capoeirista ciumento, e em Piedade, que apesar de seus esforços, não consegue manter o marido “na linha”.
A relação de Rita e Jerônimo criará uma rivalidade perigosa entre o cortiço de S. Romão e o cortiço de Firmo, conhecido como Cabeça de Gato. Em uma das brigas entre Jerônimo e Firmo, os dois cortiços acabam por se envolver, uma briga generalizada toda conta do lugar e a polícia é acionada. Policiais são o terror desses moradores, pois há sempre saques e despojos. Assim, quando S. Romão é ameaçada de ser invadida, seus moradores e os cabeça-de-gato se unem para impedir a tomada. 
O que ninguém esperava na verdade era que um morador atentasse contra as casinhas: a Bruxa, em um de seus pensamentos de louca, incendeia sua casa e o fogo se alastra. A Bruxa tentará colocar fogo no cortiço duas vezes e acaba por morrer queimada na segunda.
Deste segundo incêndio, Romão reforma o cortiço e transforma-o completamente. Ele perde seus ares mais selvagens e pobres, tornando-se mais “requintado”. Antigos moradores passam para o Cabeça de Gato, já que o aluguel de S. Romão está ainda mais caro, outros enlouquecem, Jerônimo e Rita se casam e se mudam, Piedade acaba por abrasileirar-se e sua filha Senhorinha terá o mesmo destino de Pombinha, agora com Leónie. Romão casa-se com Zulmira e Miranda tem que aceitá-lo em sua casa.
Mas e Bertoleza? Bem, apesar de ter levado o trabalho duro do cortiço nas costas, Bertoleza era uma pedra no sapato de Romão. Para casar-se com Zulmira e alcançar o topo da sociedade, era preciso dar um fim nela. Para tanto, Romão entrou em contato com os filhos do antigo dono de Bertoleza, que vieram reclamar por seus bens. Bertoleza, para evitar voltar à antiga vida (mesmo que não tenha mudado muito), abre o próprio ventre e se mata. Logo em seguida, Romão ganha um prêmio da comissão de abolicionistas. 
Como este é um livro requisitado pelo vestibular, não podemos deixar de falar sobre os elementos naturalistas presentes: a zoomorfização e o determinismo. As personagens serão constantemente comparadas e transformadas em animais, um recurso para mostrar o quão primitivo é o ser humano – esta é a zoomorfização. Já o determinismo, presente principalmente no caso Jerônimo/Rita, diz que o “homem é determinado pelo meio em que vive”. Quando sai de Portugal, Jerônimo era um imaculado trabalhador, mas, ao viver entre os moradores do cortiço, transforma-se em um brasileiro ocioso e dedicado aos prazeres. Sexualidade e críticas sociais são o ponto alto e novo para este estilo de literatura.
Mas, deixando um pouco de lado estas análises, digo sem hesitar que o Cortiço, de Aluízio Azevedo, foi uma ótima escolha para o vestibular. Ao lado de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Memórias de um sargento de milícias e Capitães da areia, o Cortiço está na elite de “grandes livros para a FUVEST” (na minha humilde opinião, claro, e ainda não foram analisados Vidas Secas e Sentimento do Mundo). É um livro tanto para leigos quanto para gênios. Fácil de ser entendido, tem emoção e graça, diverte e envolve. O leitor cria vínculos com os personagens e interage com eles. Para quem vai prestar o vestibular, este é um livro facílimo, portanto não será nenhum parto lê-lo (como aconteceu com Viagens na minha terra e A Cidade e as Serras).

sábado, 27 de julho de 2013

Selinho!!

Meus queridos e mais do que amados leitores! Espero que tenham gostado da minha redação/ carta para Anne Frank: foi um momento de inspiração e depois da minha melhor amiga (linda) dizer que eu deveria publicar... Bem, espero que tenham apreciado!

Falando em apreciar, fui lisonjeada pela Marta Miquele do Perdida Nas Histórias com um selinho e uma Tag! A TAG nós já recebemos, mas rapidinho cinco livros com as letras H, A, T, F, N:

~> Harry Potter e o Cálice de Fogo (foi o que eu mais gostei) - J. K. Rowling / Hobbit, O - J.R.R. Tolkien
~> Adeus, Chine - Li Cunxin
~> Tempo e o Vento, O - Érico Veríssimo
~> Fúria dos reis, A / Festim dos Corvos, O - George R.R. Martin
~> Noite na taverna - Álvares de Azevedo

E agora o selinho que ela mesma fez.


1. Como você escolheu o nome do seu blog?Não faço a menor ideia! kkkkkkkkkkkk

2- Qual foi o primeiro livro relacionado ao mundo vampiresco que você leu?
O Vampiro Lestat. Minha irmã disse que era muito bom, mas eu achei um saco. (Na verdade, foi um livro infantil de um vampirinho que colocava aparelho nos dentes e no final fugia com o tio dele que era uma caveira, mas eu nao lembro do título e nem sei se vale kkk)

3- Você criaria um blog exclusivamente só de vampiros?
Olha... Não. Vampiros não são meu assunto favorito. Criaria um sobre criaturas mágicas da Idade Média, como dragões (viciada em Game of Thrones? Magina...)

4- Se vampiros existissem, você gostaria de ser uma(o)??
Acho que não... Não consigo me ver fazendo mal para outra pessoa (chupando o sangue dela) e tenho certeza que eu não gostaria de ser imortal. Não suporto saber que eu veria todos que amo morrerem. E nem posso transformar todos, se não viraria uma nação de vampiros. Além do que, acredito em escolha e livre arbítrio. Se meu tempo acabar, acabou.

5- Se pudesse reescrever algum livro qual seria ? e por quê ?
Precisa ser de vampiro? De vampiro, não li muitos... Mas qualquer outro, eu com certeza reescreveria Jogos Vorazes. O livro tinha tudo para ser o maior bestseller de todos os tempos, mais do que Harry Potter, mas eu achei que a autora não escrevia muito bem... Faltava emoção e descrição.

5 Capas de livros vampirescos.
Bem, como eu não li muitos... hehehe



Por hoje é só pessoal! Amanhã eu faço uma postagem sobre O Cortiço, Jun Do ou  Inferno!
Xerus!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Carta para Anne Frank


Querida Anne,

Você disse em seu diário (acabei de lê-lo) que gostaria de ser escritora e mudar o mundo. Pode não ter sobrevivido para ver, Anne, mas você conseguiu. Muitos podem encarar seu diário apenas como uma descrição perturbadora do ponto de vista de uma judia sobre a Segunda Guerra Mundial, mas eu o vejo como a forma escrita de sentimentos e pensamentos.
O que realmente faz o seu diário ser tão triste não são as atrocidades contra judeus, o terror da guerra ou o desespero das pessoas, mas sim a sua esperança: de que a guerra iria terminar, você voltaria para a escola e teria uma longa vida. Nós, seus leitores, que conhecemos seu destino, sofremos diante de sua esperança de que tudo acabaria bem. Mas ao mesmo tempo é este sentimento que faz com que nos aproximemos.
Modéstia a parte, identifico-me muito com você. Claro, estou longe de ter sua personalidade ou coragem, mas também penso sobre o que eu quero ser e o que eu realmente sou, sobre confiança, sobre meus defeitos e se o problema está comigo. A conclusão a que sempre chego é que o homem é um ser individualista e sempre espera dos outros o que ele impõe como “certo”, sem se importar com o que as outras pessoas também definiram como “certo”. Essa discordância que gera o caos.
Porém, tenho plena convicção que, um dia, o ser humano alcançará tal nível de intelectualidade que será capaz de compreender seu semelhante e, assim, alcançar a paz. Talvez demore. Talvez nunca chegue. Mas esse dia será o fim das guerras, do medo, da angústia, da dor. Somente nesse dia, todos terão a certeza que são dignos de confiança e não temerão as diferenças.
Tinha razão quando disse que para tudo há uma razão: você estava destinada a ganhar esse diário e transformá-lo em uma válvula de escape para não se sentir sozinha. Como eu disse, a mente individualista do homem faz com que ele se sinta solitário e incompreendido, porém um coração emotivo e sentimentalista precisa de alguém que o compreenda. Portanto, minha cara Anne, é com grande satisfação que eu digo que existe alguém que a entenda e em quem você pode confiar: seu leitor.


Sua Gabriela

domingo, 14 de julho de 2013

Os Miseráveis, de Victor Hugo

Título Original:
Les Misérables
Autor(a):
Victor Hugo
Origem:
França
Tradução:
Frederico Ozanam Pessoa de Barros
Editora:
Cosacnaify
Ano de publicação:
1862


Nunca amei tanto um livro e demorei tanto para terminá-lo. Só para constar, ainda não terminei. Mas ele está sem sombra de dúvida entre os melhores que já li na minha vida. Se existiu alguém de descrever uma emoção, uma sensação ou a mente de um homem, este alguém é Victor Hugo. Em Os Miseráveis, ele mostrará que a luta que ele travou contra sua família pelo seu sonho nas letras valeu a pena, pois imortalizará seu nome.
O livro começará com uma descrição detalhada do ser Bienvenu Myriel, bispo de Digne, um homem idoso tão puro, bom e justo que pode ser considerado um santo. Diferente de qualquer clérigo, Sr. Myriel visa a simplicidade e encontra beleza e bondade em qualquer lugar. Não sou nem de longe a poderosa escritora que Victor Hugo foi, portanto o máximo que posso fazer é dar uma silhueta da personalidade, da mente e da alma deste bom homem que influenciará o grilheta Jean Valjean.
Em uma França cheia de fome e frio, Jean Valjean, apesar de seu trabalho como jardineiro, vê-se forçado a roubar pão para alimentar sua irmã e seus sobrinhos, mas é pego e levado para trabalhar por cinco anos nas galés: um lugar tenebroso, que transforma o ser humano em um ser obscuro e desconfiado, como se roubasse sua alma e deixasse apenas o corpo como uma casca oca. Valjean tenta fugir várias vezes, mas é pego em todas, precisando cumprir dezenove anos. Ele se destaca nas galés pela força descomunal, o que poderá trazer alguns problemas futuros. Quando enfim cumpre sua pena, Jean Valjean fica marcado para sempre como antigo grilheta, o que impede que ele arranje um emprego e possa matar sua fome.
Ele vaga sem um destino, até chegar a Digne, onde é rechaçado como em todos os outros lugares por todas as pessoas, até mesmo pelo cachorro. É quando ele encontra o bispo, que, com toda a sua bondade e luz, acolhe Valjean, alimenta-o e deixa-o dormir sob seu teto. Valjean, por outro lado, durante a noite, resolve fugir com a prataria do bispo, mas é pego e levado à presença de Myriel.
Porém, para a surpresa de todos, o bispo diz que a prataria é um presente para Valjean, desde que ele use-a para o bem de sua alma. É com este gesto que Valjean  sofre uma extraordinária mudança em seu interior. Assim como seu benfeitor, Valjean irá buscar a beleza, a bondade e a pureza das coisas a partir da esperança que Bienvenu lhe deu.
Já em outro ponto da história, anos depois, seremos apresentados a Fantine, uma linda e virginal jovem apaixonada por Tholomyès, jovem da elite francesa que, assim como todos os rapazes de sua idade, dá um alto valor à diversão e prazer. Ele é líder de um grupo de quatro jovens, todos estudantes, e que se divertem com algumas jovens costureiras pelos jardins e parques de Paris. Tholomyés vê sua relação com Fantine como apenas um “namorico” qualquer, enquanto a moça se entrega de corpo e alma a ele, fazendo todas as suas vontades. Esta sujeição causa grandes dores para Fantine quando, em uma brincadeira dos rapazes, ela se vê sozinha e com uma filha.
Como era mãe solteira, Fantine está com seu nome manchado e precisa deixar a cidade para conseguir um emprego e poder sobreviver. Porém sua filha Eufrásia, apelidada e conhecida como Cosette, poderá atrapalhar na busca pelo trabalho e Fantine não consegue sustentar ambas.
Um dia, vendo uma mãe brincar com suas duas filhas bebes, Fantine decide deixar Cosette aos cuidados da mulher, prometendo mandar dinheiro para as despesas e roupas, desde que Cosette seja bem tratada e alimentada. A mulher concorda e Fantine parte para Montreuil-sur-Mer, cidade onde ela nascera. Porém, enquanto Fantine decaia, sua terra prosperava com a indústria de miçangas cujo sucesso devia-se a um estranho viajante e sua esperteza. Este viajante era um homem muito bom e em pouco tempo tornou-se Maire da cidade, sendo admirado e respeitado por todos. Seu nome era Madeleine.
Porém, há sempre alguém que nos olha atravessado. Madeleine é alvo de desconfiança de Javert, inspetor de polícia, que vê no misterioso Maire muitas semelhanças com um antigo grilheta de força hercúlea que sumiu muitos anos atrás. Bem, acho que não será nenhum spoiler contar que Madeleine na verdade é nosso Valjean e Javert estava certo em desconfiar dele. Porém, meu caro leitor, não tome Javert como um inimigo: ele é apenas um homem dotado de honra e senso de dever acima do comum. Portanto ele seguira Valjean até o Inferno se este for seu dever.
Mas Valjean tem seus próprios deveres, como ajudar Fantine que caiu em tremenda desgraça e está muito doente (os promenores da vida de Fantine são fantásticos. O desespero e os infortúnios pelo qual ela passa levariam qualquer outro ao suicídio. E este seria sua escolha se ela não tivesse Cosette esperando-a). O último desejo de Fantine é ver sua filha e Valjean se dispõe a ir.
Contudo, outras adversidades se sobrepõem e Valjean tem que escolher entre seu senso de dever para com uma mulher a beira da morte e seu senso de justiça para com um homem que será julgado injustamente em seu lugar. A crise e a batalha interior que Valjean trava pode ser um pouco maçante, pois levam longos capítulos para terminarem, mas como eu disse Victor Hugo tem um poder descritivo impressionante.
Os fatos se desenrolam e Valjean acaba indo resgatar Cosette. A pobre menina, antes tão bonita, agora é apenas ossos tremendo de frio e dor, pois a mulher que prometeu cuidar da menina na verdade é um monstro, assim como seu marido. Os Thénardier são a pior raça de malfeitores e oportunistas que se pode ter ideia, aproveitando-se de qualquer desleixo para roubar e ganhar às custas dos outros.
O momento em que Cosette é apresentada sofrendo nas mãos dos Thénardier pode levar qualquer um às lágrimas. Não duvido que muitas crianças passam pelos abusos de pessoas como eles, o que só aumentou minha indignação e aflição.
Por outro lado, a pequena humilhação que Valjean (disfarçado) inflige àqueles seres dos esgotos satisfaz quem se incomodou com a situação.
Mas Valjean precisa ser um pouco mais rápido para fugir de Javert que se aproxima e leva Cosette dos Thénardier. Ele encontrará abrigo graças à sua benevolência e poderá enfim sumir, dando uma vida descente à Cosette e aproveitar o que resta de sua vida.
Outros anos se passam e partimos para a parte mais interessante do livro quando somos apresentamos para o último personagem deste volume: Marius Pontmercy. Como diz nas notas de rodapé, Victor Hugo se inspirou muito em si mesmo para criar Marius, principalmente em relação à falta de apoio da família. Marius é neto um homem rico, mas o que ele busca está além do alcance do dinheiro: ele procura uma razão para si mesmo. Ele encontrará seu porto seguro no falecido pai, um herói de Waterloo, mas todas as suas convicções são postas à prova quando ele entra em um grupo de jovens revolucionários que se denomina amigos do ABC. Marius também tem uma grande dívida deixada pelo seu pai: agradecer a um estranho homem chamado Thérnadier que salvou a vida dele em Waterloo. Na verdade, Thérnadier roubava Pontmercy, julgando-o morto, e acaba por salva-lo acidentalmente.
Por falar neles, os Thérnadier se mudaram para Paris depois de perder sua pousada e estão todos alojados sob o nome de Jondrette em um único quarto e, coincidentemente, o quarto ao lado pertence a Marius.
Em um passeio por um jardim, Marius avista uma bonita jovem e seu pai velho... Deixemos os mistérios de lado, a jovem era Cosette e Valjean. Apesar de viver aprisionado no escuro de sua mente, Marius se apaixona por Cosette, apesar de nem mesmo saber seu nome ou nunca ter trocado uma palavra com ela. O mais curioso é o sentimento ser recíproco.
Contudo, Thénardier não é homem que se esquece de seus velhos inimigos. Valjean está na lista. Quando por uma infelicidade do destino os dois se encontram, Thénardier cria um diabólico plano para vingar-se, que envolve Cosette. Enquanto escuta atrás da parede, Marius descobre a verdadeira identidade de Thénardier e fica entre cumprir sua promessa que fez ao pai e salvar a mulher que ama.
Vale lembrar ainda um personagem que pouco aparece, mas que eu tenho certeza que aparecerá no próximo volume: Gavroche, o filho mais novo dos Thénardier. Ele é mostrado como um exemplo de menino de rua, que pode ser a definição perfeita das ruas de Paris.
Bem, além do romance, o livro também tratará a relação política na França pós-revolução. Os grupos ainda são bem distintos e hostis uns aos outros, mas nenhum consegue salvar o povo francês que afunda na fome. Eu, como sou ligada mais à ficção e ao romance, não dei o devido valor a esta parte da história, mas tenho certeza que você, que adora sociologia ou história, vai simplesmente “pirar”. Não podemos esquecer ainda a descrição absurdamente linda da batalha de Waterloo. Se você tem alguma dúvida quanto ao que foi, não terá mais, pois saberá dos pormenores.

Victor Hugo, como eu já disse, tem um talento especial para a descrição e criação. Não há dúvidas ou furos em sua história. Como eu já deixei bem clara minha opinião sobre o livro, o autor e a narrativa, não vou me estender. Esta foi uma resenha para recomeçar o blog com chave de ouro!  Xerus! 

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Selinhos dos meus queridos parceiros

Rááá! Hoje o dia está movimentado hein? Infelizmente, meus queridos leitores irão me perdoar, mas eu não lembro de todos os meus amados que me dedicaram selinhos. Portanto, se você foi fofo e se lembrou de mim, me xingue e diga que eu o esqueci. Farei uma postagem só para você (rsss), porque você merece. Vou começar com o selinho do Lendo um Sonho, da Bell's. É um selinho bem grande, o que eu adoro! Vamos às regras:



•Falar 11 coisas aleatórias sobre você
•Responder as 11 perguntas feitas por quem te indicou
•Criar outras 11 perguntas e indicar esse selinho para outros 11 blogs

Onze é um número da sorte ou é aleatório?
Minhas 11 curiosidades:

~> Odeio quando me dizem para fazer Letras na faculdade. Não desprezando quem cursa, mas eu não quero seguir uma carreira óbvia, algo que todos esperam de mim. 
~> Tenho uma vontade anormal de aprender boxe.
~> Vou escrever um livro, nem que seja no fim da vida e não haja vendas.
~> Quero aprender francês.
~> Gosto de assistir anime, em especial Naruto.
~> Fico revoltada com personagens de livros que são crueis/tolos/desonrosos/patéticos.
~> Não vivo sem meus fones de ouvidos.
~> Amo nadar.
~> Tenho medo de agulhas.
~> Odeio filmes de terror.
~> Tenho uma paixão platônica pelo nome Demétrio.

Curiosidades estranhas... Principalmente do nome (não me perguntem o motivo). As perguntas:

1. O que te influenciou a criar o blog?
Bem, como todo mundo que acompanha o blog e sabe, foi a nossa madrinha Fe, do Na trilha dos livros, que me inspirou. Fala sério, eu quero aquele blog para mim!

2. Quando descobriu essa paixão por leitura?
Descobri quando li o primeiro livro da série Os Karas, de Pedro Bandeira. Não sei bem o que me fez mudar de ideia em relação aos livros, mas eu amei ler!

3.Normalmente, lê em quais lugares?
Em qualquer lugar em que eu possa sentar e que esteja com um livro na mão. As vezes, eu leio em pé. Mas na maior parte das vezes é antes de dormir ou quando não tenho o que fazer durante a aula.

4. Qual é a sua leitura do momento?
Mundo sem fim, de Ken Follett. Vou aproveitar a deixa para dizer o quanto eu estou morrendo com este livro! Precisa me ver gritando com os personagens!

5.Qual o conteúdo que mais gosta de publicar no blog? (resenhas, caixinha de correio, etc)
Sinceramente, eu não faço ideia do que seja esta caixinha de correio que eu tanto vejo por ai. Se alguem me explicar, eu agradeço (hehe). Mas respondendo a pergunta, geralmente eu publico minha opinião sobre os livros que eu leio para ver as respostas.

6. Faz vídeos no youtube?
Não vejo muita utilidade em fazê-lo.

7.Se tivesse um outro blog sobre outro assunto, qual seria?
Com certeza, sobre cinema! Adoro filmes!

8.Se inspira em algum outro blog para publicar suas postagens?
Como eu já disse, no blog da Dinda Fe. Mas também todos os meus parceiros me dão ótimas ideias!

9. Já copiaram alguma postagem sua?
Não que eu saiba... Mas se copiaram também, não me importo. Quer dizer que a pessoa não tem capacidade de bolar um texto, então tem que usar de alguém inteligente. Ou seja, ela está me elogiando (u.u).

10. Já sofreu alguma coisa por conta de comentários anônimos?
Não, eu gosto de críticas (dependendo da pessoa e se a crítica tem fundamento). O único comentário negativo que eu recebi, quando analisei o que a pessoa disse, percebi que ela estava certa. Mas como era uma questão de opinião, expliquei a ela. Não sei se ela leu, porque não me mandou uma resposta.

11. Qual seu personagem favorito? Pode ser de livros/filmes/gibis
Nossa... Vou ficar aqui até amanhã. Tentarei resumir: amo Hercule Poirot (Agatha Christie), Tyrion e Arya (George R. R. Martin), Lloyd e Chuck (Ken Follett, Inverno do Mundo), Billy, Walter, Maud e Ethel (Ken Follett, Queda de Gigantes), Alex (Laranja Mecanica, Anthony Burgess), todos os Cambarás (Érico Veríssimo), Vito Corleonne (Mario Puzzo)... Não vou me estender, há muitos outros.

Bem, vamos para outro selinho que eu ganhei. As perguntas do selo acima são as perguntas do selinho abaixo e indico os mesmos blogs para os dois, ok?

Este outro selinho eu recebi da Marcelle Ferreira, do Universo Adolescente. Outra linda, né?! Temos as nossas famosas regras, que são: 



Mencionar o blogueiro que te indicou o selo
Seguir o blog que indicou o selo;
Repassar o selo para 10 blogs;
Avisar os indicados que tem selinho esperando por eles;
Responder as perguntas.


E as perguntas são:

1. O que te levou a criar o blog?
Esta pergunta é famosa, hein? É uma pergunta básica. Bem, eu já respondi ali em cima, ok?

2. Quais são os benefícios que o blog te proporciona?
Ahh... Comento sobre um dos grandes prazeres da minha vida, que são os livros. Conheço pessoas que também gostam (que sempre são maravilhosas, afinal, gostam de livros u.u). Encontro boas indicações e muitos outros livros que farão parte de mim.

3. Planeja as postagens?
kkkkk Se planejasse, meu blog seria bem mais movimentado e teria muito mais comprometimento. Eu escrevo quando a inspiração aparece e quando estou disponível. 

4. Tem novas idéias para o blog?
Provavelmente, vou mudar o fundo e o cabeçalho, porque já estou enjoando. Gosto de mudanças, mas quem sabe um dia encontro o designe perfeito?

5. Quanto tempo se dedica ao blog?
Não tanto quanto gostaria como vocês podem notar (hehe).

6. Qual é o melhor momento para criar seus posts?
Quando estou brava ou triste são os melhores momentos. As grandes emoções me inspiram e as ideias fluem. Ainda bem que eu quase não escrevo não é? Se não viveria triste/com raiva.

7. Que lugar do mundo gostaria de conhecer?
Antes de qualquer lugar, quero explorar o país. O Brasil tem um potencial que é pouco explorado, principalmente pelos seus filhos. Em segundo plano, quero conhecer a França. E depois a Rússia. Estes são obrigatórios. Se eu for financeiramente estável no futuro, talvez eu vá para a Grécia (quem sabe encontro meu deus por lá hein?), Inglaterra, Itália, Caribe (ou um capitão pirata... Will e Jack, me esperem) ou a barreira de corais na Austrália

8. Qual seu passatempo preferido?
Livros, nadar, dormir, comer e conversar no Face (eu tinha um amigo que me era muito precioso, mas agora eu não posso mais conversar com ele... Foi uma escolha minha, mas foi melhor assim. Só iria sofrer se continuasse com isso. Espero que ele entenda um dia).

E temos os nossos indicados:


E ai? Gostaram? Aos selinhos que eu esqueci, novamente, mil desculpas!

Xerus, Bibi.

Um gato entre os pombos, de Agatha Christie

Título Original:
Cat among the pigeons
Autor(a):
Agatha Christie
Origem:
Inglaterra
Tradução:
Jorge Ritter
Editora:
L&PM
Ano de publicação:
1959

Olá, meus queridos leitores! Sentiram saudade? Eu senti muita de vocês! Tive alguns problemas neste mês para escrever, mas antes de maio acabar, vou escrever uma postagem bem rápida. O livro é de uma das minhas escritoras favoritas, apesar de não ser um dos melhores. Um gato entre os pombos terá uma rápida mas significativa participação do mais famoso e excêntrico detetive da história da literatura, Hercule Poirot.
O ambiente é uma escola para meninas, Meadowbank, criada pela impertubável diretora, Srta. Bulstrode, de forte personalidade e caráter, e pela sua doce e gentil amiga, Srta. Chadwick. O corpo docente da escola conta com as mais competentes e diversificadas professoras da Inglaterra para dar conta do corpo discente formado pelas filhas dos homens mais ricos do mundo. Na escola está matricularia até uma princesa, Shaista, e eu recomendo ao leitor prestar muita atenção nela.
Já em Ramat, em uma cena a parte, Ali Yusuf, príncipe herdeiro de Ramat, sabe que a guerra civil ameaça sua vida, então confia a seu amigo Bob uma herança de família poderosíssima: várias pedras preciosas no valor de três quartos de milhão. Bob promete guardá-las em um local seguro, portanto volta para seu quarto de hotel e esconde-as. Entretanto, o próprio Bob não estava seguro: no quarto ao lado, uma misteriosa mulher o vigia da sacada com um espelho de mão, adivinhando o que ele trama. Ambiciosa, ela trama um plano ardiloso para conseguir as joias.
Voltando para a escola, um homem se infiltra naquele ambiente feminino, pois suas autoridades estão preocupadas com a princesa Shaista, pois ela é a única parenta viva do príncipe Ali Yusuf e provavelmente será do interesse de pessoas perigosas em um futuro próximo. Obviamente, a presença de um jovem rapaz irá levantar suspeitas e inquietar todas aquelas mulheres que passam tanto tempo sem a visão de um homem (ainda mais de um homem bonito).
Mas não é somente um rapaz que causa um distúrbio no ambiente: a nova professora de educação física, Srta. Springer, com sua atitude intrometida, mandona e sem escrúpulos para dizer o que pensa, está causando uma péssima impressão em todos. Apesar de ser muito competente, a antipatia é geral. Portanto, quando ela é encontrada na quadra de tênis morta, suspeitos não faltam.
Todos estes casos aparentemente paralelos são ligados por ninguém menos do que nosso querido Hercule Poirot, que infelizmente só aparece logo no final da história, mas chega “divando” (kkkk) quando resolve o caso apenas ao em um joelho (isso não é spoiler, acredite).
Para tentar descobrir o assassino neste volume, tente uma tática diferente: ao invés de juntar as pistas, fui pela pessoa menos óbvia. Não acertei, mas cheguei perto. Não foi o melhor livro da Agatha Christie que eu já li e nem entra nos livros dela que eu recomendo, mas isto não significa que a história não seja boa. Lembro que eu terminei de ler na noite do temporal que alagou São Paulo e minha casa estava sem luz. Foi engraçado. Bem, eu poderia tecer dezenas de elogios à autora, mas todo mundo sabe o quão fã eu sou da “Rainha do Crime”. Não me conformo com o talento dela, isto não é humano.
Espero que tenham gostado! Prometo voltar com mais frequência!

Xerus, Bibi.
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