sábado, 29 de outubro de 2011

Depois do Funeral, de Agatha Christie

Título Original: 
After the funeral
Autor: 
Agatha Christie
Origem: 
EUA
Tradução: 
Eliane Fontinelle
Editora: 
Círculo do Livro
Ano: 
1953


Na mansão dos Abernethie, após a morte do patriarca, o advogado da família, sr. Entwhistle, procede à leitura do testamento. Quando ele está prestes a revelar como a herança será dividida, uma frase dita pela irmã do falecido milionário deixa todos pasmos: "Mas ele foi assassinando, não foi?". Até então ninguém questionara as causas naturais da sua morte. A situação se agrava em seguida com o assassinato violento de um dos presentes na leitura do testamento... Só resta uma saída ao sr. Entwhistle: ligar para o velho amigo Hercule Poirot.

(texto retirado da contracapa)



Eu nunca acerto o assassino, é impressionante. Penso em todos os personagens possíveis (até no detetive), mas nunca no verdadeiro assassino. A única vez que eu acertei, a história não tinha muito sentido e não era tão boa, e eu só acertei UM dos assassinos (porque eles às vezes têm cúmplices). De resto, nunca, nem uma vez. E isto não é o que me deixa mais frustrada: o que me indigna é saber que Agatha Christie escrevia por passatempo e não por profissão. Enquanto seu marido arqueólogo ia para as escavações, Agatha escrevia magníficos romances policiais com seus detetives Hercule Poirot (meu herói) e Miss Marple (não gosto muito dela, acho que ela é uma velhinha perdida no mundo) ou com personagens diferentes em cada livro para simplesmente passar o tempo. Independente do que seja, a solução do mistério é impressionante (e deixa Scooby-Doo na sola do chinelo). 
Não vou comentar muito sobre este livro, porque vou revelar dicas importantes sobre o assassino. Direi apenas que quem resolverá este mistério é Hercule Poirot, com seu jeitinho calmo e aparência simples, em nada semelhante com Sherlock Holmes que aparece sempre ousado e boa-pinta (pelo menos no filme). Ele é contratado para desvendar o assassinato de uma senhora rica pertencente a uma família que acabara de sofrer uma perda de outro parente (que também é suspeito de ter sido assassinado). Todos parecem ser suspeitos (e eu desconfiei de cada um, menos do assassino). Com uma lógica assustadoramente simples, ele vai eliminando uma a um, aproximando-se cautelosamente do culpado e (sem que o leitor perceba) já sabe quais serão s passos do assassino antes mesmo de saber quem ele é (ou talvez Poirot sabia quem é, mas não deixa isto transparecer). Cada detalhezinho não escapa à sua mente aguçada, desde um simples comentário corriqueiro até as ações do criminoso. 
Neste livro, Agatha Christie me surpreendeu com sua criatividade. Tenho que elogiar Hercule Poirot, mas também o grande vilão da história que, para desviar a atenção e as suspeitas que recaiam sobre ele, fez coisas sobre-humanas. Meus parabéns para a autora pela sua capacidade de criar um detetive “pateticamente” inteligente e um assassino “delicadamente” lunático.

domingo, 23 de outubro de 2011

A Cidade do Sol, de Khlaled Husseini

Foto da capa A Cidade do Sol.
Exclusivo do blog.
Título Original: 
A Thousand Splendid Suns
Autor:
Khaled Hosseini
Origem:
Afeganistão
Tradução:
Maria Helena Rouanet
Editora:
Nova Fronteira
Ano:
2007

Na minha vida, poucas vezes fiquei tão emocionada com um livro. A cidade do sol é uma mistura de ficção e realidade, com pitadas de amor, dor e luta. 
A história da Mariam e Laila é contada em um cenário de guerras e repressões, quando a cidade de Cabul, no Afeganistão, passa por um momento negro de sua história. Apesar das duas mulheres e todos ao seu redor serem personagens fictícios, os acontecimentos do mundo realmente aconteceram. Ou seja, além de uma incrível “aula de história”, o livro também é uma envolvente saga de amor e superação. 

Como é sabido, o islamismo é uma religião que desvaloriza muito o sexo feminino. No livro, isto foi muito bem explorado pelo autor, pois ele cria a mulher “Mariam” – a seguidora dos costumes, submissa ao marido e as leis da religião – e a mulher “Laila” – a feminista, que luta pelos seus direitos e valores, buscando a liberdade de opinião e expressão. Mesmo com todas as diferenças, Laila e Mariam buscam a mesma coisa: sobreviver à guerra. 
Mariam, apesar de ter uma atitude de submissão feminina que eu detesto, é mais cativante do que Laila. Ela sofre durante a história inteira, sempre sendo maltratada e não conhecendo o que é o amor. Primeiro com sua mãe louca, depois com seu pai falso e por último com seu marido bruto. Ela só realmente conhece o que é sentir-se querida quando Laila entra em sua vida, tornando-se a sua primeira e única amiga. Sendo um harami, ou seja, uma bastarda, Mariam vivia com a mãe em uma casa longe de tudo e recebia a visita de seu pai uma vez por semana, que idolatrava acima de tudo. Mas determinados acontecimentos mudaram a visão que Mariam tinha do pai e ela acaba partindo de sua cidade natal para Cabul para casar-se com Rashid. No começo do casamento, ele mostra-se muito amável e benevolente, mas este carinho não demorou muito a passar e a pobre Mariam começar a sofrer os rotineiros mal-tratos. 
Na rua onde mora o “casal”, uma família acaba de ganhar uma nova integrante: a pequenina Laila. Graças ao pai intelectual, Laila torna-se uma menina muito esperta e, graças à (tristonha) mãe, muito bonita. Ela tem uma grande companheiro, Tariq, um menino que perdeu uma das pernas por pisar em uma bomba. Entretanto, conforme os dois crescem e a guerra piora, o desespero de nunca mais se verem leva-os a transformar a amizade em paixão. 
Quando a guerra chega ao seu auge, Tariq parte com os pais e deixa Laila para trás desolada. Depois de muito insistir, Laila convence os pais a partirem também, porém outro acontecimento terrível no livro leva Laila a casar-se com Rashid. 
Quando Laila é integrada à família, conflitos entre as duas mulheres são formados, mas as duas precisam ficar unidas para sobreviver à desgraça que é estar casada com Rashid. 
Eu sei que até agora só elogiei os autores dos meus posts, mas o agradecimento Khlaled Husseini é especial. A história de amor é linda, adorável, inigualável. E ele tem uma capacidade descritiva linda, fazendo com que o leitor sinta-se dentro do livro. 
Outro dos “Tops” (mas eu prometo criticar algum livro que eu li).

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Guerra dos Tronos, de George R.R. Martin

Foto da capa A Guerra dos Tronos.
Exclusivo do blog.
Título Original: 
A Game of Thrones
Autor: 
George R. R. Martin
Origem: 
EUA
Tradução: 
Jorge Candeias
Editora: 
Leya
Ano: 
1996

Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, aceita a prestigiada posição de Mão do Rei oferecida pelo velho amigo, o rei Robert Baratheon, não desconfia que sua vida está prestes a ruir em sucessivas tragédias. Sabe-se que Lorde Stark aceitou a proposta porque desconfia que o dono anterior do título fora envenenado pela manipuladora rainha – uma cruel mulher do clã Lannister. E sua intenção é proteger o rei. Mas ter como inimigo os Lannister pode ser fatal: a ambição dessa família pelo poder parece não ter limites e o rei corre grande perigo. Agora, sozinho na corte, Eddard percebe que não só o rei está em apuros, mas também ele e toda a sua família. Quem vencerá a guerra dos tronos?
(texto retirado da orelha do livro)



Antes de qualquer coisa, quero muito agradecer ao meu professor de literatura pela indicação. Na verdade, ele disse que TALVEZ passasse o livro para a classe, não tinha certeza, portanto eu não deveria ler ainda. Mas eu não resisti e comprei (consegui me segurar por três dias). Este livro está no tópico Tops, que são os melhores livros que eu li. 
O começo de A Guerra dos Tronos é um pouco complicado, porque a história começa no meio de uma situação e os nomes são um pouco difíceis de memorizar, então o leitor fica um pouco perdido: “o que está acontecendo?”, “mas quem é ele?”, “será que são a mesma pessoa?”. Esta última pergunta, eu repeti várias vezes até entender que Ned e Eddard eram a mesma pessoa (uma dica para quem vai ler). Porém, depois de determinado momento, a história vai e, apesar de grosso, é possível ler o volume em uma semana (pelo menos foi este o tempo que eu levei). 
O grande personagem da história é Eddard Stark, lorde de Winterfell e protetor do Norte. Um homem seguidor dos antigos costumes, muito preocupado com a honra e um grande guerreiro em sua juventude. Foi criado ao lado de Robert Baratheon, homem instável, amante de bebidas, caçadas, mulheres e uma boa luta. Quando Robert resolve livrar os Sete Reinos das mãos do rei Louco, Aerys Targaryen, Eddard luta ao seu lado e juntos, colocam Robert no tão poderoso Trono de Ferro. Robert e Eddard teriam unido suas famílias através de um casamento entre o Baratheon e Lyanna Stark, irmã de Eddard, porém não foi possível concretizar a união. 
Sem uma noiva, Robert casa-se com Cersei Lannister, a conselho de sua Mão do Rei Jon Arryn. Cersei entretanto nada tem de bom e corajoso como era característico de Lyanna: a rainha é uma mulher ambiciosa, capaz de tudo para ter o poder, assim como a maioria dos Lannister. Cersei tem dois irmãos: um gêmeo, Jaime, temido pela sua capacidade com a espada e Tyrion, um anão inteligente e temido pela sua língua afiada e sua sagacidade. O anão sempre sofreu com sua condição, já que era muito comparado ao irmão Jaime (lindo, forte, soldado), porém nunca se deixou abater e acabou por se tornar tão inteligente que acabou por se tornar uma preocupação para seu pai (que o ignora como filho) e sua irmã (que o despreza). Tyrion, assim como Eddard, é um dos personagens que possuí seu ponto de vista na forma de capítulo. 
Os três irmãos Lannister, Rei Robert e toda a corte visitam Eddard logo no começo do livro para que Robert eleja Ned sua Mão do Rei, já que Jon Arryn faleceu. Em um primeiro momento, Ned pensa em recusar, porém sua esposa Catelyn recebe uma carta da irmã Lysa e esposa de Jon Arryn alertando que seu marido fora assassinado pelos Lannister e Ned resolve aceitar o pedido de Robert para investigar esta história. 
Catelyn também é uma das personagens principais: uma esposa dedicada e uma mãe amorosa, que faria qualquer coisa pelos cinco filhos que tem com o marido. Por outro lado, apesar de Catelyn se mostrar uma pessoa extremamente sensível e carinhosa, ela nutre um forte rancor contra Jon Snow, filho bastardo de Ned. Ele é outro personagem principal. 
Jon é um rapaz com a idade do filho legítimo mais velho de Eddard, Robb Stark, herdeiro de Winterfell, mas Robb não desdenha Jon como a mãe: pelo contrário, o ama tato quanto os outros quatro irmãos legítimos. Um dia, quando Robb e Jon voltavam com o pai e outros homens de uma execução (leia o livro para entender), eles disputaram uma corrida e acabaram, sem querer, por achar uma espécie que não se julgava existir nos arredores: os lobos gigantes. Os dois irmãos encontraram uma loba morta com seis filhotes recém-nascidos. Por insistência de Jon, Ned deixou que levassem os lobos para seus seis filhos e os lobos passaram a ser personagens importantes nos livros. O lobo de Robb, o mais rápido dos seis, foi nomeado Vento Cinzento, enquanto o de Jon, branco como a neve, foi chamado de Fantasma. 
Jon mostra-se um rapaz um pouco depressivo graças a sua bastardia, porém também é muito amável com a família e luta pela sua honra (apesar de muitos falarem que um bastardo não tem honra). Tem uma forte afinidade com Arya, outra irmã dele e de Robb. Arya tem um capítulo só dela como os outros e é uma das minhas personagens favoritas. 
Apesar de ser uma menina ainda, Arya não procura tornar-se uma dama e sim uma guerreira. Nunca teve habilidades de uma donzela, porém uma coragem maior do que muitos homens. Gosta de lutas, armaduras, espadas e sonha em ser uma grande senhora de algum castelo. Sua loba chama Nymeria, uma rainha antiga. Arya é muito destemida, o total oposto de Sansa, sua irmã mais velha. 
Sinceramente, Sansa deveria se chamar Sonsa, de tão boba que ela é (e para meu grande descontentamento, tem um capítulo só para si). Uma menina estúpida, com o coração cheio de histórias românticas, fraca de espírito, sem um pingo de coragem, sonhadora assídua e uma dama da corte completa. No livro é descrita como uma bela garota, enquanto a irmã Arya é mostrada com uma menina magricela que pode ser facilmente confundida com um menino. O lobo de Sansa chama-se Lady, por ser pequena e delicada. 
Outra criança Stark com um capítulo só para si é Brandon, ou só Bran. Outro personagem que eu adoro. Um menino alegre, que ama de paixão escalar pelas paredes de Winterfell e sonha em ser um grande cavaleiro. Ele estava com Robb e Jon quando os lobos foram achados e também insistiu muito para que Ned permitisse que os lobos fossem levados para o castelo. O seu, depois de muito tempo sem saber que nome escolher, foi nomeado Verão. O último filho Stark é Rickon, um menino de três anos que quase não aparece. Seu lobo chama-se Cão Felpudo. 
Todos os personagens encontram-se em Winterfell, já que Robert foi fazer o bendito pedido para Ned. Depois que este aceita, com a intenção de vigiar Cersei e os outros Lannister de perto, estava programado para ele, as duas filhas e Bran fossem para Porto Real (capital dos Sete Reinos), enquanto Jon viajaria para a Patrulha da Noite. Esta é uma guarda que vigia a Muralha – como o próprio nome diz, é uma muralha que protege os Sete Reinos do que existe além dela (e, como se mostra no primeiro capítulo, não são coisas muito amigáveis e dóceis). Jon parte para a Muralha para seguir os passos de seu tio Benjen Stark, Primeiro Patrulheiro, pois pensa que será muito honroso servir a guarda. Porém, quando chega a ela, vê que não era bem assim. 
Ainda em Winterfell, todos os homens saem para caçar, deixando Bran, Arya e Sansa para trás. Bran, desrespeitando a mãe que insistia para que ele parasse com o hábito, resolve escalar uma torre. Contudo, quando ao seu topo chega, descobre algo que está diretamente envolvido com a morte de Jon Arryn. 
E o resto, você precisa ler para saber. Hahahahahaha! 
Porém, não foi citada quem não está em Westeros: Daenerys Targaryen, uma das últimas sobreviventes de sua família. Quando Robert tomou o trono, quase dizimou os Targaryen, mas os dois filhos mais novos do rei conseguiram fugir: Viserys, que é quase tão louco quanto o pai, e Daenerys, uma menina insegura, mas com o fogo do dragão prestes a despertar. Ambos eram perseguidos a mando do “Usurpador” (rei Robert) para que os últimos Targaryen fossem aniquilados, mas eles conseguiram manterem-se vivos. Agora, Viserya quer retomar seu trono e para isto precisa de um exército. Do outro lado do mar de Westeros, existem tribos chamadas dothraki e Viserys pretende casar Daenerys com um chefe dos dothraki, Khal Drogo, para conseguir seu exército. Ela não se sente muito confiante com este pacto, porém contará com o apoio de Jorah Mormont, um cavaleiro dos Sete Reinos, ex-vendedor de escravos que fugiu de Westeros para manter a cabeça sobre o pescoço. 
Bem, dito sobre todos os personagens incríveis e não tão incríveis assim, tenho que falar sobre o autor: George R. R. Martin. Um dia, eu irei descobrir o que ele coloca na sua água para ter estas idéias fantásticas e incríveis e como ele conseguiu criar este mundo extraordinário. O texto é muito bem descrito, com muita emoção e bem detalhada, e toda vez que muda de personagem, muda de caráter também. Não sei como ele conseguia manter a personalidade dos personagens e não os confundiu nenhuma vez. Sem falar na história! Não vou falar muito, porque, por mais que eu escreva, não vou chegar nem perto da magnitude da obra. Só posso dizer: é um dos melhores livros da minha vida! Agradeço o autor pelos momentos incríveis que me proporcionou com esta história! 


E agradeço novamente ao meu professor pela indicação. Ou contra-indicação...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado

Foto da capa Gabriela, cravo e canela.
Exclusivo do blog.

Título Original: 
Gabriela, cravo e canela
Autor: 
Jorge Amado
Origem: 
Brasil
Tradução: 
*livro nacional*
Editora: 
Companhia das Letras
Ano: 
1958

O amor de Gabriela e seu Nacib se desenrola em um cenário marcado pelas transformações na política. Ilhéus, cidade baiana onde acontece a história, é ainda dominada pelos coronéis e seus jagunços, porém, com a chegada do carismático Mundo Falcão e de suas idéias revolucionárias, a posse do poder pode começar a mudar um pouco. Obviamente, quando li a orelha com esta informação, já criei uma inimizade precoce contra Mundo: “mas o que esse enxerido está se metendo nas tradições.” Não que eu seja tradicionalista, mas gosto das coisas como elas são. Porém, quando a história começa e é mostrada uma Ilhéus atrasada, necessitada e sem investimento e Mundo Falcão aparece com planos para transformá-la em uma grande cidade, passei a idolatrar todo o carisma e dedicação do personagem e adquiri um ódio cego contra todos os coronéis (que, além de submeterem toda a população, traiam suas esposas na cara dura! Para mim, traição é imperdoável!). O cenário de conflitos entre a revolução e o tradicionalismo toda conta de Ilhéus, enquanto o povo se divide para eleger seu próximo governante.

Abaixo desta briga toda, está um árabe naturalizado brasileiro chamado Nacib. Ele tem bar muito movimentado na cidade, porém acaba de perder sua cozinheira, o que o exaspera. Por mais que procure, não encontra ninguém para substituí-la.
Do outro lado da cidade, um grupo de migrantes do sertão se aproxima de Ilhéus para encontrar uma vida melhor e entre eles está uma jovem chamada Gabriela (sabe Deus o resto do nome). Quando chegam à cidade, Gabriela então é encontrada por Nacib ao acaso, que a leva para sua casa como cozinheira.
Gabriela revela-se então uma cozinheira de mão cheia e, em pouquíssimo tempo, a movimentação no bar de Nacib cresce espetacularmente. Entretanto, um dia, quando Nacib voltava para casa, encontra Gabriela dormindo em uma poltrona, que tinha acabado de tomar banho. Lembro até agora das palavras: “cheiro de cravo, cor de canela”. Era isto o que Nacib viu no meio de sua sala.
Não demorou muito a Nacib se apaixonar perdidamente por Gabriela. Porém, esta última se revela um pouco insegura, sem muita opinião própria, querendo sempre agradar os outros mas nunca sabe o que quer da vida (não é uma digna Gabriela rs brincadeira).
Por enquanto, eu só li dois livros de Jorge Amado. Ambos são ótimos, mas “Gabriela, cravo e canela” foi simplesmente um espetáculo (não sei se era porque tinha meu nome ou porque é sensacional mesmo). Ele descria tão bem no livro que as comidas preparadas pela personagem principal enchiam minha boca de água (um dia eu ainda como aquela moqueca). Só tenho a parabenizar o autor (que infelizmente já não está entre nós. Jorge Amado veio a falecer em 2001, mas infelizmente eu era jovem demais para entender a gravidade da notícia e a perda para a literatura brasileira) e um dia, meu sonho é ter todas as obras do escritor.  

domingo, 9 de outubro de 2011

O incêndio de Troia, de Marion Zimmer Bradley


Misturando lenda e fatos arqueológicos, os mitos dos deuses e os feitos dos heróis, fato e ficção, Marion Zimmer Bradley dá nova vida a uma história clássica, recriado para nós Akiles, Enéias, Heitor, Pátroklo, Helena de Troia, Odisseu, Agamenon, Menelau, como pessoas vivas, empenhadas numa luta desesperada que condena tanto vencedores como vencidos, sendo o destino destes visto pelos olhos de Kassandra, sacerdotisa, princesa e mulher impetuosa, com espírito de guerreia.
(texto retirado da contracapa)



O romance começa com o nascimento de Kassandra e de seu irmão gêmeo Páris. Este é criado por uma família de pastores, em virtude de uma profecia de que gêmeos trazem má sorte. Kassandra cresce sem sequer saber da existência do irmão – a não ser pelas visões inexplicáveis em que enxerga os ventos através dos olhos dele... Sua mãe, a rainha Hécuba, era uma amazona antes de se casar, e quando Kassandra está prestes a se tornar mulher, é enviada para passar um ano com as tribos das amazonas, onde toma conhecimento dos poderes das mulheres antes que estas fossem subjugadas por uma nova onda de patriarcado. Ao voltar para Tróia, Kassandra dedica-se a tornar-se sacerdotisa de Apolo, o Deus-Sol; mas, dentro dela, desenvolve-se um conflito forte e perturbador entre os “velhos costumes”, em que as mulheres mandavam e a religião originava-se da Mãe Terra, e o novo mundo de deuses e reis do sexo masculino – um mundo caracterizado por disputas sem sentido e uma ânsia de sangue que levam ao cerco de sua amada cidade.Antes de mais nada, queria dizer que eu não fazia a menor ideia que Páris tinha uma irmã gêmea, a Kassandra. Talvez seja porque no filme Troia, com Brad Pitt, Eric e Orlando Bloom (isso sim foi filme hein garotas?), ela não apareça. Mas no livro O incêndio de Troia, ela está lá e é uma das protagonistas da história. 
Kassandra e Páris são separados assim que nascem por três motivos: o primeiro, porque a mãe de ambos, Hécuba, sonha que deu a luz a um incendiário; o secundo, quase igual ao primeiro, porque uma alta sacerdotisa de Apolo (deus muito cultuado em Troia) previu que Paris traria destruição à cidade; e o terceiro, porque havia um costume dizendo que gêmeos traziam azar (deveria trazer sorte não é mesmo? Dois filhos de uma vez!). Assim, Páris foi abandonado para ser criado por um pastor e Kassandra ficou aos cuidados reais. 
Desde menina, Kassandra mostrou sua inteligência. Não era tão bonita quando a irmã Polixena, mas era bem mais esperta e ousada (que, cá entre nós, são qualidades bem melhores do que apenas beleza). Certa vez, quando visitava o templo de Apolo com a mãe, Kassandra escuta a voz do deus, que a chama para ser uma de suas sacerdotisas. Neste instante, Kassandra pega uma das cobras do templo (animal sagrado por um motivo que será explicado no livro) e maneja-a como se fosse uma sacerdotisa experiente. Quando descobrem este seu “dom”, os sacerdotes de Apolo e sua mãe entendem que a menina não era “normal”. 
Depois do incidente no templo, Kassandra passará por diversas provações para mostrar que é ligada aos Deuses. Ela até mesmo parte com as amazonas, grupo de mulheres guerreiras onde, um dia, sua mãe era integrante. Ela parte para outros locais e conhece diversas pessoas, aumenta seu conhecimento e treina para ser sacerdotisa. Também é nesta viajem que Kassandra descobre quem é o menino que aparecia em seus sonhos de vez em quando: seu irmão gêmeo. Ela descobre então que tem uma ligação ainda com ele e que pode vê-lo (e mais para frente, descobre-se que ele podia vê-la). Porém, os poderes de Kassandra não se restringiam em apenas ver seu irmão: ela podia ver o futuro. Foi Kassandra que previu a chegada dos gregos à Troia e do incêndio que a destruiria, previsão que lhe deu a fama de louca. 
Lembra quando disse que Kassandra não era tão bonita? Pois bem, a coisa mudou quando ela cresceu. Vários homens começaram a cobiçá-la, desde o marido de sua meia-irmã, Eneias (o mesmo Eneias que era envolvido na fundação de Roma, não sei ao certo qual era a sua participação) até um sacerdote do templo. Lembrete: as sacerdotisas de Apolo não podem ser tocadas (com o exato sentido da palavra que você pensou agora) sem ser pelo Deus, ou seja, guardam sua virgindade para ele e mais ninguém. Pois bem, este sacerdote faz de tudo para ganhar um presentinho de Kassandra, até virar o próprio deus contra ela (muita “brecha”). 
O Incêndio de Troia foi muito bem escrito e pesquisado, a autora Marion Zimmer Bradley deve ter tido um trabalho e tanto para pesquisar toda a história de Troia e seus personagens, mostrando uma visão totalmente diferente do filme Troia. Neste último, os personagens foram muito “romantizados”. Já no livro, os homens aparecem com uma sede por sangue do inimigo enorme e são todos brutos e crueis, assim como algumas mulheres são frouxas e outras, vadias. O que mais me surpreendeu foi Heitor – no filme, mostrava-se um homem sensato, que buscava a paz de modo pacifico e era muito amável; no livro, aparece como um rapaz ainda muito jovem , louco pelo calor da batalha e que sonha em ter honra e glória. O livro foi uma visão bem diferente da história e goste dele principalmente por isto, mas também por Kassandra ser uma guerreira como toda mulher deveria ser.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Queda de Gigantes, de Ken Follett


Cinco famílias, cinco países e cinco destinos marcados por um período dramático da história. Queda de Gigantes, o primeiro volume da trilogia O Século, do consagrado Ken Follett, começa no despertar do século XX, quando ventos de mudança ameaçam o frágil equilíbrio de forças existente - as potências da Europa estão prestes a entrar em guerra, os trabalhadores não aguentam mais ser explorados pela aristocracia e as mulheres clamam por seus direitos. De maneira brilhante, Follett constrói sua trama entrelaçando as vidas de personagens fictícios e reais, como o rei Jorge V, o Kaiser Guilherme, o presidente Woodrow Wilson, o parlamentar Winston Churchill e os revolucionários Lênin e Trótski. O resultado é uma envolvente lição de história, contada da perspectiva das pessoas comuns, que lutaram nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, ajudaram a fazer a Revolução Russa e tornaram real o sonho do sufrágio feminino. Ao descrever a saga de famílias de diferentes origens - uma inglesa, uma galesa, uma russa, uma americana e uma alemã -, o autor apresenta os fatos sob os mais diversos pontos de vista. Na Grã-Bretanha, o destino dos Williams, uma família de mineradores de Gales do Sul, acaba irremediavelmente ligado por amor e ódio ao dos aristocráticos Fitzherberts, proprietários da mina de carvão onde Billy Williams vai trabalhar aos 13 anos e donos da bela mansão em que sua irmã, Ethel, é governanta. Na Rússia, dois irmãos órfãos, Grigori e Lev Peshkov, seguem rumos opostos em busca de um futuro melhor. Um deles vai atrás do sonho americano e o outro se junta à revolução bolchevique. A guerra interfere na vida de todos. O alemão Walter von Ulrich tem que se separar de seu amor, lady Maud, e ainda lutar contra o irmão dela, o conde Fitz. Nem mesmo o americano Gus Dewar, o assessor do presidente Wilson que sempre trabalhou pela paz, escapa dos horrores da frente de batalha. 
(texto retirado da contracapa)


Queda de Gigantes é dividida em três partes: antes da guerra, durante e depois que ela acaba. O livro conta como ocorreu a guerra do ponto de vistas de vários personagens diferentes, partindo de um personagem para outro, contando o que cada um está vendo e sentindo no meio da Primeira Guerra Mundial. 
Existem oito personagens principais: William Williams (mais conhecido por Billy, com quem começa a história, um galês mirim decidido e confiante), Ethel Williams (a irmã de Billy, feminista, carismática e cheia de auto-estima e orgulho), Conde Fitzherberts (ou apenas Fitz, um inglês lindo e charmoso, mas muito preocupado com a própria honra e os costumes do país), Lady Maud (irmã de Fitz, feminista e apaixonada, o oposto do irmão), Walter von Ulrich (amigo de Fitz e de Maud, com muitas aspas no “amigo de Maud”. É um alemão encantador, inteligente e cheio de problemas com o pai patriota extremo), Grigori Peshkov (russo honesto e ingênuo que sonha em ir para os Estados Unidos), Lev Peshkov (irmão de Grigori, tão charmoso e galante quanto bêbado, encrenqueiro e sem-vergonha) e Gus Dewar (americano ligado diretamente ao governo, inocente, pacifista e um tanto ingênuo). 
Quando começa, Billy está preste a começar a trabalhar em uma mina de carvão pertencente ao Conde Fitzherberts, que está prestes a receber o rei e a rainha da Inglaterra em sua mansão em Gales, onde Ethel Williams é recentemente promovida à governanta. Assim que Fitz chega de sua casa em Londres e conhece Ethel, bem... Já dá para imaginar o que acontece, mas não vou dizer. Quem chega junto com o conde é sua irmã Maud, um tanto mal vista pela sociedade por ser feminista e exigir os direitos da mulher, e Walter von Ulrich, amigo de faculdade de Fitz. Maud e Walter escondem de todos que estão apaixonados e mantêm um caso, com exceção de Ethel, que é grande amiga de Maud. A visita do rei e da rainha promete desencadear vários acontecimentos que mudarão a mente e a ideia de política dos galeses que vivem na região (interessantíssima esta parte). 
Já do outro lado da Europa, Grigori Peshkov trabalha em uma fábrica e junta dinheiro para correr atrás do sonho americano e ter uma vida bem melhor longe da Rússia. Órfão desde pequeno, tem que cuidar do irmão mais novo, que mais parece um imã que atrai mulheres, encrenca e bebida. Porém, quando uma belíssima (mas um pouco vadia) jovem aparece em sua vida e Lev passa dos limites em uma de suas besteiras, a vida de Grigori não segue exatamente como ele imaginava. 
E do outro lado do Oceano Atlântico, Gus Dewar consegue um emprego invejável para muitos americanos: assessor do presidente dos Estados Unidos. Ele é um pouco inseguro e ainda acredita que o mundo pode se tornar um lugar perfeito, o que o exaspera quando os Estados Unidos começam a se envolver no conflito que se forma na Europa. 
Todos os personagens são gravemente afetados pela guerra que se forma bem abaixo de seus narizes. Uns partem para a batalha, outros formam novas brigas, alguns tentam escapas de todas elas. De uma forma ou de outra, todos estão conectados por um único motivo: a Guerra. 
E eu parabenizo muito o autor Ken Follet pelo modo como vai saindo de um personagem e ingressando em outro. Uma hora você está torcendo para que os ingleses acabem com os alemães, na outra, torcendo para que os galeses acabem com os russos, depois está torcendo para que os alemães destruam os franceses, e depois inverte tudo. A paixão que cada personagem expressa em cada momento dos acontecimentos ou conflitos é tamanha que você não sabe para quem torcer durante a história inteira e isto foi muito profissional do escritor. Obviamente, houve um trecho ou outro que eu não concordei (fiquei magoada com uma parte...), mas o livro inteiro é puro amor, conflito entre interesses, perdas, desespero, dor, alegria e... Bem, isto está um pouco contraditório, mas como já disse, conforme o autor parte de um personagem para outro, não há como saber para quem torcer! Você quer torcer por todos eles! 
Adorei o livro e espero ansiosa pelo próximo que, segundo consta na orelha, será sobre a Segunda Guerra Mundial vista a partir do ponto de vista da nova geração dos personagens antigos (ideia extraordinária!).

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Dia do Chacal, de Frederick Forsyth


Foto da capa O Dia do Chacal.
Exclusivo do blog.

Título Original: 
The Day of the Jackal
Autor: 
Frederick Forsyth
Origem: 
Inglaterra
Tradução: 
Pinheiro de Lemos
Editora: 
Record
Ano: 
2001



No dia 11 de março de 1963, o Tenente-Coronel Jean-Marie Bastien-Thiry, da Organização do Exército Secreto (OES), foi executado por um pelotão de fuzilamento. A última tentativa de assassinar o Presidente De Gaulle tinha falhado, e, como ela, desmoronava toda a capacidade da OES de ser instrumento de crime político. Nada do que acontecia dentro das suas fileiras ficava mais do que algumas horas desconhecido das autoridades de segurança da França. Foi então que os chefes restantes da OES lançaram o Plano Chacal. Haveria uma explicação de ordem política para a extraordinária onda de assaltos a bancos e joalherias que se abateu sobre a França algumas semanas depois? Por que os chefes da OES se esconderam sob forte guarda num hotel de Roma, sem ir uma só vez à rua? Qual a relação de tudo isso com o desaparecimento dos passaportes de dois inocentes turistas em Londres? Quem era o risco de segurança nas reuniões de uma comissão das mais altas autoridades da França? Como se envolveram no caso a Scotland Yard, o Serviço Secreto inglês, o Foreign Office e até o Primeiro-Ministro da Inglaterra? 
Tudo isso se explica no decurso desta empolgante história, cheia de emoção e suspense, em que se conta como um assassino profissional, conhecido pelo nome de Chacal, esteve literalmente a um centímetro de assassinar Charles de Gaulle e de talvez dar novo rumo à história do mundo. 
(texto retirado da contracapa)


Se este não foi o livro mais emocionante que eu li, está entre os mais empolgantes. Logo no início, uma tentativa de assassinar o presidente da França que dá errado e uma execução (começou a mil). Depois, os chefes da OES – Marc Rodin, André Casson e René Montclair – se reúnem em um hotel em Roma para discutir como eliminariam o presidente. Porém, eles precisavam de alguém de fora da OES, já que tudo o que se passava nela logo era conhecido pela polícia: eles precisavam de um assassino profissional, um mercenário. Eis que entra em cena o misterioso Chacal: um inglês louro e charmoso, frívolo, calculista, obcecado por seus objetivos e muito, mas MUITO inteligente. 
Assim que ele entre no hotel onde estão “escondidos” os chefes da OES, demonstra o quanto é perspicaz e profissional: quando estava parado no corredor do quarto, descobre apenas observando o local onde o segurança brutamontes dos chefes estava escondido. Após o acertar seu preço com os chefes, Chacal então parte para sua missão: assassinar um presidente. 
Bem, como já leu ali em cima, Chacal não tem sucesso na sua missão. Entretanto, o livro vale muito a pena pelo modo como Chacal vai “driblando” a tão poderosa polícia francesa e o principal detetive da história, Claude Lebel. Claro, é preciso fazer jus ao comissário Lebel: muito astuto e rápido no raciocínio, é um detetive incrível e improvável, principalmente por sua... Aparência não transmitir confiança em ninguém. Porém, quando a ação da OES de contratar um mercenário foi descoberta e Lebel foi encarregado de descobrir quem era o assassino e onde ele agiria, o detetive nunca desistiu (mesmo quando Chacal parecia ter desistido da ação). 
Contudo, Chacal era bem mais esperto e, toda vez que Lebel estava a um passo de alcançá-lo, o assassino corria cem metros à sua frente. E é esta parte que surpreende qualquer um: as fugas. Os planos bolados por aquela mente criminosa chegam a ser irreais (no bom sentido, claro). Eram tão fantásticos e às vezes, tão óbvios, que me deixavam de boca aberta. Se for ler este livro, prepare-se para repetir muito a frase: “Como não pensei nisto antes?” (devo ter dito isto para mim mesma umas cem vezes durante o livro). 
E, apesar de ser um criminoso e o bandido da história, Chacal ganhou a minha admiração. Torcia muito para que ele conseguisse (mesmo sabendo que ele não conseguiria). Chacal com certeza é, sem sombra de dúvidas, um dos meus personagens favoritos de ficção (ou não. Quem sabe se o Chacal realmente não existiu?).

domingo, 2 de outubro de 2011

A Droga da Obediência, de Pedro Bandeira

Olá leitores!

Estou muito feliz com a criação do meu blog e este meu primeiro post. Já havia criado alguns blogs antes, mas nenhum me agradou porque os assuntos não me agradavam. Porém, Abrindo os livros... com certeza irá durar por um longo e rigoroso inverno (mesmo que ninguém siga rs). Livros é um assunto que eu amo desde pequena (não que eu seja alta) e tenho certeza que muitos irão concordar. Mas chega de papo e vamos ao que interessa: livros.

O certo seria se eu comentasse o melhor livro que eu já li na minha vida (que eu comentarei mais para frente, obviamente), mas eu escolhi o primeiro livro que eu li por pura e espontânea vontade, o livro que abriu minha paixão literária: A Droga da Obediência, de Pedro Bandeira. Assim como muitas pessoas que eu conheço, um dia eu acreditava que livros eram apenas para fazer fogueiras. Sim! Um dia eu odiei ler (odeio admitir, mas é a pura verdade)! Eu não entendia como minhas irmãs mais velhas conseguiam ler aqueles “tijolos” que a escola pedia (que, hoje, para mim, não são maiores que manuais de instruções) e não entendia porque era obrigada a ler na escola. Entretanto, quando eu estava na quarta série, minha mãe comprou um presente para mim (fiquei feliz da vida, como qualquer criança), até eu saber que era um livro (fiquei decepcionada, como qualquer criança). Porém, quando o livro chegou e minha mãe mandou-me ler sob ameaças (brincadeira rs), eu me apaixonei perdidamente pela história. E assim, começa a mais linda história de amor entre uma menina e seus muitos livros!
Foto da capa A Droga da Obediência.
Exclusivo do blog.


Título Original: 
A Droga da Obediência 
Autor: 
Pedro Bandeira 
Origem: 
Brasil
Tradução: 
*livro nacional* 
Editora: 
Moderna 
Ano: 
2009


Num clima de muito mistério e suspense, cinco estudantes – os Karas – enfrentam uma macabra trama internacional: o sinistro Doutor Q.I. pretende subjugar a humanidade aos seus desígnios, aplicando na juventude uma perigosa droga! E essa droga já está sendo experimentada nos melhores colégios de São Paulo. 
(texto retirado da contracapa)


Hoje, se eu lesse a história exatamente neste instante sem saber do que se tratava, iria achar muito falha e boba. Mas na minha época (como se eu tivesse quinhentos anos), a história foi simplesmente incrível! Miguel, Magrí, Crânio, Calu e Chumbinho (um personagem favorito) foram de uma inteligência e sagacidade incrível, mas claro: eles contaram com a ajuda do detetive Andrade (precisava-se de um adulto, não é?).
Mas o que mais me impressionou neste livro foram os códigos inventados pelos Karas, em especial o TENIS-POLAR. É muito simples: tudo o que se precisa fazer é trocar as letras T por P, E por O, N por L, I por A, S por R e vice-versa (se você reparar, são as letras consecutivas das duas palavras). Havia outros, mas para isto você precisa lê-lo.
A partir do momento em que li A Droga da Obediência, Pedro Bandeira passou a ser meu ídolo. Como A Droga da Obediência é o primeiro livro da série d’Os Karas, comprei logo os livros e os engoli. Depois comecei a ler outros de Pedro Bandeiro como o Fantástico Mistério de Feiurinha, Brincadeira Mortal, De Punhos Cerrados... Mas isto é para outro post.
Infelizmente, como eu disse, eu estava na quarta série quando li o livro, por isto não posso comentar muito mais sobre a história. Posso apenas aconselhar que os pais (pelo menos os que querem que seus filhos comecem a ler bastante) comprem coleções de aventura e/ou suspense para os filhos, pois eles ficam intrigados com as continuações e querem terminar as sagas. Assim, eles pegam, desde cedo, o costume de ler. Seria preferível e aconselhável não comprar livros muito grossos, pois eles são meio desanimadores...
Para aqueles que estão no início da pré-adolescência (ou mesmo na adolescência e não suportam ler), recomendo este livro.

Até o próximo livro!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...