terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Inverno do Mundo, Ken Follet

Título Original:
Winter of the World
Autor(a):
Ken Follet
Origem:
Inglaterra
Tradução:
Fernanda Abreu
Editora:
Arqueiro
Ano de publicação:
2012


Inverno do Mundo é o segundo livro da trilogia “O Século” e relatará os grandes acontecimentos da Segunda Guerra Mundial sob o ponto de vista das cinco famílias protagonistas do romance anterior. Para quem não lembra muito bem ou não leu “Queda de Gigantes”, um rápido flashback e um “tome vergonha, porque este livro é maravilhoso”.
Billy Williams é um jovem galês de treze anos que começa sua vida de minerador, mas será um grande soldado durante a Grande Guerra. Ele é irmão da linda, inteligente e confiante Ethel, que trabalha na mansão de Ty Gwyn, pertencente ao jovem e conservador conde Fitzherbert. Ambos têm uma paixão avassaladora um pelo outro, porém Fitz é casado e teme perder seu prestígio. Portanto, quando Ethel descobre estar grávida, Fitz a manda embora. Este último é irmão da moderna e vistosa Maud, que é apaixonada pelo amigo alemão de seu irmão, Walter von Ulrich. Obviamente, quando a guerra começar, Fitz e Walter ficarão em frentes opostas. Maud e Walter se casam antes da guerra começar, o que irá enfurecer Fitz quando descobrir e fará os irmãos cortarem relações. Já na distante Rússia, Grigori Peshkov sonha em viajar para os EUA, onde poderá ter uma vida melhor, mas seu irmão Lev, inconsequente e audacioso, precisa fugir da polícia e parte no lugar de Grigori, deixando para trás a mulher que seu irmão ama grávida. Já nos EUA, Lev ficará em Buffalo, onde será choffer de Olga e seu amante. Entretanto, ela estava prometida a Gus Dewar, que apesar da inteligência, dá a entender que é um “banana”. Gus, entretanto, logo esquece Olga e começa uma leve relação com Rosa, uma bela jornalista.
Estas pessoas cruzam na vida umas das outras e estão intrinsecamente ligadas à Grande Guerra. Para quem quer entender o que aconteceu naquele período sem se perder nos detalhes sórdidos e com um bom toque de romance, este é o livro indicado.    
Já Inverno do Mundo continuará com os filhos dos personagens citados acima. Começará com a jovem Carla von Ulrich quando o Terceiro Reich assume a Alemanha. Ela tem uma grande personalidade como a mãe, sonha em ser média e é apaixonada pelo irmão de sua melhor amiga Frieda, Werner. Seu irmão Erik que é um imbecil cego e Maria-vai-com-as-outras está superentusiasmado, pois é aliado do partido nazista. Paradoxalmente, o pai de Carla e Erik é um dos principais membros do partido sócio-democrata (o que dará alguns problemas futuros). Apesar de Erik ser mais velho, ele não é tão maduro quando Carla. A vida de Carla sofrerá grandes reviravoltas e ela precisara ser forte e confiante para sobreviver ao que a Alemanha irá se tornar.
Quando o Terceiro Reich assume, os von Ulrich recebiam a visita de Ethel, velha amiga do casal, e seu lindíssimo, maravilhoso, estupendo e apaixonante filho Lloyd. Este último não sabe que na verdade é filho de um grande conde, o que causaria horror a ele, já que, assim como sua mãe, despreza tudo o que a aristocracia representa. Lloyd desde o começo presenciará o horror do nazismo e da guerra.
Entretanto, apesar de todos os seus ideais e perfeições, ele se apaixonada por um tipinho desprezível: Dayse Peshkov, filha de Lev e Olga. Fútil ao extremo, seu mundo gira ao redor de festas, popularidade, dinheiro e roupas. Seu grande sonho é casar com algum herdeiro de grande fortuna e status, e logo vê sua “vítima” em Boy Fitzherbert, filho do Conde Fitz e meio-irmão de Lloyd. Dayse, entretanto, sofre um pouco com seu pai, já que ele está sempre ausente, mas tem uma grande fama de gangster e não tenta esconder seu fraco por mulheres. Dayse até mesmo conhece um filho bastardo de seu pai, Greg, e chegam até a se dar bem.
Mas se você pensa que vai odiar Dayse do começo ao fim, se engana: a guerra tem o poder de transformar as pessoas... Apesar de outros fatos terem uma influencia bem maior no coração de Dayse, que passará de fútil para determinada e corajosa.
Voltando a Greg, ele tem uma grande admiração e respeito por seu pai. Ambiciona ser tudo o que seu pai representa e está disposto a fazer qualquer coisa para conseguir... Até que ele conhecerá uma linda jovem, Jacky Jakes, que mudará seu modo de encarar o modo de ser do seu pai. Greg mudará de rumo e ficará mais ligado à guerra do que qualquer outro personagem, pois ele estará ligadíssimo às bombas atômicas.
Além de Dayse e Greg, ainda há o terceiro filho de Lev, Volodya, que mora na União Soviética. Ele pensa ser filho de Grigori (sorte dele) e a posição deste último no governo garantirá um futuro brilhante para este que é um dos personagens, em minha opinião, que mais interfira na Guerra. Sua grande habilidade na espionagem será de suma importância para sua nação contra os ataques nazistas (não posso deixar de dizer que as habilidades de Volodya me assustam). Além do que, as grandes vantagens que seu pai dispõe oferecem à Volodya um estudo qualificado na Alemanha, onde ele conhecerá duas personalidades que o ajudarão muito para a espionagem russa. E para terminar, Volodya também terá um amor, Zoya, cientista brilhante que, assim como Greg, se envolverá com as bombas atômicas.
Por fim, vem os queridíssimos americanos, Woody e Chuck Dewar. Woody, assim como os pais, é de grande inteligência e segue a carreira política, apesar de suas grandes paixões serem a fotografia (que realiza com grande destreza) e a admirável Joanne Rouzrokt, três anos mais velha. Já Chuck se alista na Marinha Chuck, seu lindo, te amo do fundo do meu s2, o que espanta toda a sua família. Entretanto, apesar da grande desenvoltura e amabilidade de Chuck, ele guarda um grande segredo que representará grandes perigos para ele no futuro.
Assim como seus pais, cada um destes personagens representará um papel crucial na Segunda Guerra, grande ou pequeno, direta ou indiretamente. Sempre se cruzando, suas vidas estão enlaçadas como fios de uma rede. Uns eu amo, outros eu desprezo e alguns eu não vejo a hora de morrerem. Mas principalmente, a grande maioria me surpreendeu, até mesmo os personagens do livro anterior. Eles encaram a guerra de frente, com uma determinação e coragem que colocaria de joelhos muitos “machos”.
Claro, não posso deixar de falar sobre a parte histórica. Sem sombra de dúvida, em minha e em várias opiniões, a mais assustador foi Pearl Harbor. Narrada com detalhes minuciosos, transmitindo o terror do momento, foi uma das melhores partes do livro e uma das mais tristes. A Guerra civil Espanhola também foi formidável, apesar de ser um pouco mais indireta.
Minha grande decepção foi o ataque a Hiroshima... No máximo, uma página sobre o caso. Pensei que o motivo estava no tamanho do livro, que já estava enorme e não era cabível acrescentar as bombas, ou porque não havia personagens no Japão... Mas minha mente maldosa culpou os sempre enaltecidos EUA. Não há dúvidas que as bombas de Hiroshima e Nagasaki foram um dos maiores erros da História da Humanidade. Pensei que as bombas não foram bem detalhadas, e Pearl Harbor sim, para manter a imagem dos japoneses de vilões. Não sei se os outros leitores de Inverno do Mundo repararam, mas os japoneses sempre eram cruéis, mas cá entre nós, o Japão é uma grande nação guerreira e honrada. Os ataques em território americano foram durante o conflito e não quando o inimigo estava derrotado, destruído. Acho que muitos não irão concordar comigo, mas quando esta ideia apareceu em minha cabeça, não tinha como tirá-la.
Contudo, isto não muda em nada minha opinião sobre o livro: arrebatador. Um colosso de excelência e bota colosso nisso. Quando terminei o livro, uma melancolia atacou tão forte meu peito que quase chorei. Acrescentei duas paixões para a minha vida: Lloyd e Chuck apesar de que este último... hehe. Com esta fantástica sequência, Ken Follet passou a ser meu novo escritor de cabeceira. Sua maneira delirante de escrever com detalhes e com paixão me encanta e me inspira. O próximo livro, infelizmente, só será lançado em 2014, sobre a Guerra Fria, mas ainda com as mesmas famílias. Ansiosa? Imagina... Esta saga está quase assumindo a poli position dos meus Tops. George R.R. Martin que apresse Os Ventos do Inverno, ou ficará para trás. Bem, este é mais um dos Tops e superrecomendado.
Desejo a todos vocês, meus lindos leitores, um ótimo Natal, um maravilhoso 2013 e muitos livros!
Xerus!   

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os Pilares da Terra, de Ken Follet


Título Original:
The Pillars of the Earth
Autor(a):
Ken Follet
Origem:
Inglaterra
Tradução:
Paulo Azevedo
Editora:
Rocco
Ano de publicação:
1989


O livro abre com um enforcamento (tenho um fraco por livros que já começam na emoção), onde um estranho rapaz de cabelos cor de cenoura é acusado de roubar um cálice muito valioso de uma igreja. Ninguém entende o que pretendia o rapaz com tal peça, já que sua aparência rica logo o denunciaria como ladrão, porém ele estava prestes a pagar por seu crime. Entretanto, antes do derradeiro momento, algo curioso acontece, chocando a todos os espectadores da execução: o rapaz começa a cantar (muito bem) para uma jovem no meio da multidão. Pela grande barriga, era de se supor que estivesse grávida do criminoso, porém o que realmente chocava a todos e que será sua marca registrada por toda a história eram seus belíssimos olhos dourados e perturbadores.
Terminada a canção, o rapaz é enforcado e o público é novamente surpreendido quando a mulher grávida cai de joelhos com uma galinha na mão e amaldiçoa as três autoridades que acusaram seu amante. Ela mata a galinha, atira-a contra os três homens (muita atenção nestas figuras) e foge. Lembrando que estamos na Idade Média, portanto uma possível bruxa causou um alvoroço descomunal.
Nove anos se passam. Estamos focados agora em uma família onde o patriarca é Tom Construtor. Ele é um bom homem, bom esposo e bom pai para seus dois filhos. Está construindo a casa do filho de um nobre que irá se casar, porém seu grande sonho é construir uma majestosa catedral. Entretanto, um pouco antes do inverno chegar, o tal filho, William Hamleigh, interrompe a construção da casa, dizendo que seu casamento fora cancelado pela noiva Aliena que alegava “incompatibilidade”. Tom parte com sua esposa Agnes, que esta grávida, e seus filhos Martha e Alfred em busca de emprego...
 Durante sua jornada, Tom encontra uma estranha figura em determinado momento: uma belíssima mulher de olhos dourados e seu filho de cabelos cor de cenoura. Seus nomes são Ellen e Jack. Algumas reviravoltas no destino de Tom fará com que ele e Ellen acabem por se unir e viajarem juntos, encontrado-se no caminho com outra curiosa pessoa: o prior Philip.
Este se tornará um eterno envolvido nos conflitos na corte por dois motivos: o primeiro, porque seu irmão está no meio de toda a confusão e, segundo, porque quase sem querer ele se torna o prior de Kingsbriedge. Isso levantará uma série de insatisfações e fará com que este homem bondoso faça uma série de inimigos poderosos que ele precisará enfrentar com muita coragem e astúcia.
Philip, juntamente com Tom, realizará um grande sonho: construir uma catedral como nenhuma outra em Kingsbriedge. Mas nem todos estarão de acordo e muitas reviravoltas farão Philip pensar bem se deve continuar com a construção e a conclusão deste objetivo.
Nesta incrível história ainda se destacarão Aliena (a mesma que recusou William) e Jack, que, apesar de parecer um garoto bobo e sem solução, será a esperança de Philip e Tom.
Que golpe baixo é este livro para mim... Romance na Idade Média. E do meu mais novo favorito autor de cabeceira: Ken Follet. Admito que, comparado à trilogia “O Século” (saga que está quase roubando a “pole position” d’As Crônicas de Gelo e Fogo), este livro é muito cansativo e repetitivo, mas atribuo ao fato do autor não ter a mesma experiência durante a produção das duas obras. O livro que aparece na foto acima é um volume único, porém é possível encontrar o livro dividido em dois volumes. Como eu sou fã de livros grossos, não trocaria este volume por nada, mas caso você tenha certo receio de livros com excesso de páginas (ou então não pode carregar muito peso), não recomendo esta edição. Entretanto, não evite lê-lo. Não poderia estar fora da minha lista de Tops.

P.S.: soube recentemente que fizeram um seriado baseado no livro... Adoraria assistir! Porém, não tenho paciência para acompanhar uma série.

P.S.2: recentemente também soube que este livro tem uma continuação, que será minha próxima leitura após concluir “O Tempo e o Vento”, “Mundo sem fim”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Selinho! Selinho!

Olá, meus lindos e mais do que amados leitores (que bajulação)! Olhem só o que nosso madrinha Fe, do blog Na trilha dos livros, mandou para a gente!


Super fofo não é? Mas tem algumas regrinhas... Nada cabuloso.

1. Indicar dez blogs
Apaixonada por Papel
Discurso em Branco
Escrevendo mundos
Estante de Livros da Marie-Vampi
Leitora It
Livros e Chocolate
Segredos Entre Amigas
Um Bestseller pra Chamar de Meu
Universo Adolescente
Livroterapia

2. Avisar os blogs indicados

3. Colar a imagem na postagem

4. Responder à pergunta: Qual livro você indicaria para uma pessoa começar a ler?
Hummm... Depende muitos... Para pessoas românticas, eu recomendaria O Anel de Noivada, de Danielle Steell. Para pessoas que gostam de fantasia medieval, As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R.R. Martin. Para pessoas que gostam de literatura nacional, Rubem Fonseca, Jorge Amado, Érico Veríssimo e Laurentino Gomes são meus autores favoritos. Para quem gosta de guerras, Trilogia O Século, de Ken Follet, é magnífica... Mas para quem vai começar a ler, eu recomendaria a ler alguma saga bem simples, assim você vai querer saber a continuação e pega o costume de ler. ;)


Meme leia mais, seja mais

Este meme também é da nosso madrinha linda (^.^). Faz parte do projeto do Ministério da Cultura  Campanha de Incentivo à Leitura (estamos importante hein?). É só indicar dez blogs (todos acima) e responder às perguntas abaixo... Respondam também!

1. Você já leu algum livro que mudou a sua vida?
Ahh... Já. O primeiro livro que eu li por conta própria por exemplo, A Droga da Obediência, de Pedro Bandeira. Queda de Gigantes abriu meu gosto pelas guerras, também. Os livros da Agatha Christie me transformam até hoje. Harry Potter aumentou meu gosto pela magia. A menina que roubava livros me mostrou que nem sempre o final é feliz. O Tempo e o Vento me fez amar sagas de famílias. O Poderoso Chefão me fez uma quase mafiosa. E... Ah! Eu vou começar a falar e nunca mais parar! kkkk

2. Recomende um livro, vídeo ou texto que você acha que influenciariam um conhecido a ler.
Hum... As pessoas são muito diferentes, então elas podem não gostar do estilo de algo que eu sugerir. Acredito que todos tem capacidade de ter o hábito de ler e que a maior parte do povo brasileiro não lê por preguiça mesmo... Por isso, meu conselho é começar a ler com livros pequenos e fáceis, mas que tenham continuação. A curiosidade com a conclusão fará a pessoa a pegar o hábito de ler.

Bem, meus queridos! Sintam-se a vontade para comentar! 
Xerus

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Admirável mundo novo, de Aldous Huxley

Capa "Admirável mundo novo"

Título Original:
Brave new world
Autor(a):
Aldous Huxley
Origem:
Inglaterra
Tradução:
Lino Vallandro e Vidal Serrano
Editora:
Globo de Bolso
Ano de publicação:
1932


Estou lendo muitos livros de ficção científica nestes últimos tempos... Mas, sem sombra de dúvida, este é o mais tenebroso de todos. Não só pelo que acontece na história, mas principalmente porque... Bem, este não parece ser um futuro de todo impossível.
 Estamos em 632 depois de Ford em um feliz e estável mundo. Esta atual sociedade está satisfeita com sua vida sem preocupações e livre de negatividades graças ao soma – droga sem efeitos colaterais. Sem preocupações com família (afinal, este conceito não existe mais) ou direitos (sua condição social é predestinada quando se é um embrião e se aprende a amá-la), ela é dividida em cinco castas: Alfa, Beta, Gama, Delta e Ípsilon (respectivamente na condição hierárquica).  
Tudo era perfeito e maravilhoso. Os bebês eram feitos em laboratórios, todos lindos e perfeitos, com seus traços indicando a que casta ele pertencia e, durante seu desenvolvimento, lições sobre como deveria se comportar e pensar eram passadas sem interrupções (principalmente enquanto dormiam). Esta produção em massa de crianças produzia milhões de habitantes para o planeta e alguns milhares de sobrenomes, portanto, não era incomum estranhos terem sobrenomes iguais. “Cada um pertencia a todos”, ou seja, conceito de fidelidade e amor eterno eram a mais pura blasfêmia.
Religião? Por Ford, o que seria isso?
Livros? Por que um prazer tão individual?
Algo ao ar livre? Isto é tão incomodo e sem lucros... Por que não um esporte caro ou um cinema sensível?
Outro modo de pensar? Colocaram álcool em excesso durante o processo de desenvolvimento do embrião...
Falando em excesso de álcool, esta era a explicação lógica que todos arranjavam para o modo esquisito como se portava o protagonista Bernard Marx (este sobrenome lembra algo?). Sua baixa estatura, sua aversão ao soma e suas constantes reclamações sobre como a sociedade era dirigida transformaram Bernard em motivo de chacota e olhares superiores.
Entretanto uma “pessoa” seguidora dos costumes e regras se aproxima de Bernard: Lenina. Linda e pseudosomática, ela é o modelo de perfeição. Porém, para Bernard, ela não é um “pedaço de carne” como todos se tratam.
Uma viagem para uma reserva de selvagens, entretanto, mudará o cotidiano destes dois (e de muitos outros). Os selvagens, apresentados como índios que casam e tem filhos (Ford!), jamais podem sair da reserva... Mas quem disse que daquele lado só existem selvagens? É na reserva que eles conhecerão John, amante de Shakespeare, filho de civilizados e selvagem na alma e o levarão para o mundo.
John influenciará o mundo com toda a sua paixão e poemas... Ou será controlado e alienado por esta sociedade estável?
A preocupação que este livro gera é sobre a alienação. Durante a história, o leitor pode até rir e achar tudo um absurdo, mas será que este futuro é impossível? E, se não for, será que está tão longe quanto parece? Será que estamos tão alienados que nem percebemos? Obviamente que não somos tão “robôs” quanto os personagens da história, mas nós somos completamente desprovidos do controle da mídia e governo?
Realmente é um pouco preocupante este universo criado por Aldous Huxley. Faz o leitor refletir sobre como era a situação na época em que foi escrito o livro, na nossa situação atual e sobre o que nos aguarda no futuro. Ok, admito que um grama de soma de vez em quando não iria matar ninguém e que hoje o mundo está longe de se tornar um lugar satisfatório, mas prefiro a minha capacidade de pensar de agora.

P.S.: dos três grandes livros de ficção científica que eu li (1984, Laranja Mecânica e Admirável mundo novo), todos tratam sobre a alienação... Será este o nosso futuro inevitável? 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Eclipse, de Stephenie Meyer

Título Original:
Eclipse
Autor(a):
Stephenie Meyer
Origem:
EUA
Tradução:
Ryta Vinagre
Editora:
Intrínseca
Ano de publicação:
2007


Com a estreia de Amanhecer parte 2 nos cinemas, decidi falar hoje sobre Eclipse, o terceiro volume da saga que, em minha opinião, foi o mais... “Chatinho” dos quatro. Ele é o rocambole (enrola, enrola, enrola, e vai parar no mesmo lugar) e poderia muito bem ter sido descartado. A história é basicamente a indecisão de Bella entre Edward e Jacob. Mas acho que ofendo gravemente as fãs da saga ao dizer isso... Por isso, vamos ao livro.
Relembrando os últimos acontecimentos, em Lua Nova, depois de um aniversário desastroso na casa dos Cullen, Bella é abandonada por Edward, o que cria um “buraco” profundo e aparentemente irreparável em seu coração. Porém, ela descobre que em momentos de forte adrenalina, a voz do vampiro soa nitidamente em sua cabeça. Ávida por sentir este pedaço de seu amor, Bella tenta conseguir novos momentos perigosos e acaba se aproximando de seu amigo de infância Jacob. Porém até mesmo ele acaba por se afastar e Bella descobre que ele é, na verdade, um lobisomem – eternos inimigos dos vampiros. Um “clima” rola entre os dois, mas alguns contratempos fazem Bella e Edward se reencontrarem e voltarem a ficar juntos.
Jacob fica arrasado e afastasse de Bella. Ao mesmo tempo, uma onda de assassinatos provoca pânico em uma cidade vizinha. O que Bella e Edward não desconfiam é que estes assassinatos são obra de uma antiga inimiga procurando vingança. Uma guerra começa a se formar no horizonte e algumas barreiras precisam ser ultrapassadas.
Quem se destaca muito neste livro são Jasper e Rosalie. Ambos terão suas vidas mortais reveladas, as histórias antes de se tornarem vampiros. E, convenhamos, são os dois passados mais interessantes de toda a família Cullen. Em especial Jasper que, com sua “experiência”, será crucial contra o perigo iminente. E o passado de Rosalie aproximará a fria vampira de Bella (e também será importante no livro seguinte).
Comentando rapidamente sobre o filme e usando as palavras de um crítico, “o filme começa na campina e termina na campina, ou seja, é uma tremenda de uma enrolação” (não faço a menor ideia de quem seja, porque o vi em uma reportagem na TV Cultura, mas foi uma observação genial). Em comparação ao livro, deu uma enriquecida na história, colocando mais cenas de ação, sobre o núcleo do inimigo e ficou bem menos no “água-com-açúcar” do triângulo amoroso. Entretanto, a inexpressividade de Kristen Stewart e a falta de naturalidade de Taylor Lautner me assustam. Não vou criticar Robert Pattinson, porque, além de eu ter um “fraco” desde Cedrico em Harry Potter e o Cálice de Fogo, ele é o menos cruel dos três (tem uma expressividade e um jeito torto de atuar que chega a ser charmoso, mas sou suspeita para elogiá-lo). Claro que ele não está em um nível de dizer que é um ótimo ator, mas sua atuação pode ser considerada agradável. Os efeitos especiais deixaram a desejar e não simpatizei com a trilha sonora.
Entretanto, não sei explicar direito o porquê, mas a Saga Crepúsculo tem algo que atrai a pessoa de uma maneira que chega a viciar. Agora que eu já passei da minha fase de fã, acho uma história fraca... Mas ainda assim, olho no calendário para encontrar um dia vago para ir ao cinema assistir ao desfecho. São livros rápidos, que prendem e (admito) são gostosos de ler. Talvez a resposta esteja na forma rápida e simples de Stephenie Meyer escrever, ou na história de amor, ou no absurdo de uma menina se apaixonar por um vampiro brilhante e por um lobo sem pelos!  O fato é que, apesar de não estar entre os Tops, recomendo este livro para quem quiser um livro quando não tem mais nenhum, mas ainda assim quer uma história diferenciada e que não seja cansativa.
P.S.: falando rapidamente sobre a última nova moda nas livrarias, Cinquenta Tons de Cinza. A autora diz ser fã da Saga Crepúsculo e que se inspirou nela para escrever esta trilogia. Como todos já devem saber, são livros polêmicos pelo seu erotismo. Então, eu me pergunto: onde a Saga Crepúsculo é erótica? 

domingo, 28 de outubro de 2012

Laranja Mecânica, de Anthony Burgess

capa de "Laranja Mecânica"

Título Original:
A clockwork orange
Autor(a):
Anthony Burgess
Origem:
Inglaterra
Tradução:
Fábio Fernandes
Editora:
Aleph
Ano de publicação:
1962


Meus queridos leitores, primeiramente peço desculpas pela falta de comprometimento para com o blog. Estou sem muito tempo e entusiasmo ultimamente, mas não abandonarei o “Abrindo os livros...”. Agradeço por ninguém ter deixado de seguir e aos comentários. Vou tentar me esforçar mais para fazer postagens para vocês.
Laranja Mecânica, eleito um dos cem melhores romances da língua inglesa do século XX pela revista Time, relata o período de transição entre o começo da mudança da vida de Alex e o fim de sua juventude rebelde. Alex, o protagonista e narrador, é um adolescente de quinze anos amante de violência e música clássica que contará sua história, dirigindo-se ao leitor como a um velho amigo falando em nadsat (gírias adolescentes feitas pelo autor com a mistura de palavras eslavas e inglesas).
Alex é líder de uma gangue futurística, apesar de ser o mais novo dos quatro membros, que pratica a violência como se praticasse esportes nas ruas escuras de Londres. Entretanto, logo na primeira noite da narração, Alex se enfurecesse com um de seus druguis (amigo, irmão em nadsat) e o esmurra. Há uma pequena briga dentro do grupo, mas Alex tenta se justificar esnobando ser o “chefe”. O problema é temporariamente resolvido, porém, do meu ponto de vista, Alex cometeu um grande erro ao dizer-se a autoridade da gangue – mais para frente vocês entenderão.
Alex volta para o conjunto residencial onde mora com seus pais – estes últimos totalmente submissos às vontades do filho. Seus pais provavelmente sabem da verdadeira natureza de seu filho, afinal ele já é violento e instável dentro de casa, mas fecham os olhos aos fatos, aceitando as explicações de que Alex sai para trabalhar todas as noites. Esta é uma das explicações para a rebeldia dos adolescentes do livro (e um problema atual e real): a obediência dos pais e sua falta de autoridade. Não estou dizendo que os pais devem levar seus filhos às rédeas curtas, mas um dos grandes males da sociedade atual é o quanto os pais tornaram-se escravos de seus filhos e não os preparam para serem homens e mulheres responsáveis, mas os tornam mimados, fracos e incapacitados para enfrentar os problemas. Estão sempre passando a mão em suas cabeças e dizendo “sim” às suas vontades, o que os faz pensar que a vida será fácil e nunca sofrerão as consequências de suas escolhas.
Alex provou uma dessas consequências no dia seguinte à briga, quando é traído por seus druguis. Obviamente, esnobar seus companheiros não foi uma ideia, pois feriu o orgulho dos jovens (afinal, ninguém gosta de ser rebaixado). Em um plano muito bem pensado, seus companheiros o conduzem a invadir a casa de uma senhora já idosa dona de muitos gatos. Querendo provar ser melhor do que os outros, Alex a penetra sozinho, porém é flagrado pela senhora e uma grade confusão se desenrola, onde o rapaz e a mulher (mais os gatos) começam a brigar. Contudo, acidentalmente, Alex acaba por matar a velha. Ele tenta fugir, mas a polícia foi acionada pelos seus druguis e ele acaba preso.
Nosso protagonista é condenado a catorze anos de prisão, mas passaram-se apena dois quando é proposta a ele uma misteriosa e sedutora experiência que poderia eliminar a maldade da mente humana. É prometido a Alex sair da prisão em apenas quinze dias e ele aceita, sem saber dos horrores a que seria submetido. A eliminação de um sentimento e de livre escolha da mente humana será um processo tão assombroso e desumano quanto o vandalismo de Alex. Isso leva a um questionamento social: o que é melhor, a liberdade ou a segurança?
Em uma obra extraordinária, tanto em relação ao linguajar nadsat de Alex quanto aos problemas sociais futurísticos (tão parecidos com os nossos atuais), o gênio Anthony Burgess nos mostra uma ficção científica que poderia quase ser considerada real. Junto com 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, Laranja Mecânica constroi uma sociedade alienada, submissa e em declínio.
Para o leitor de primeira viagem, a linguagem estranha de nadsat pode assustar um pouco e até irritar, mas tenha paciência: depois que você pegar o ritmo e entender algumas palavras, a leitura fluirá e você verá a beleza da obra. Este é um dos grandes Tops. 

sábado, 20 de outubro de 2012

Meme literário de 11 perguntas

Recebi este meme da fofa da Fe da "Na trilha dos livros, a madrinha do nosso Abrindo os livros... Ela faz uma série de perguntas legais e quero que vcs, se quiserem, respondam também!Vamos lá?


1 - Qual o seu personagem favorito de todos os tempos?
Olha... Não dá para eu dizer apenas um, porque são muitos livros bons que já passaram pela minha curta vidinha. Mas existiram personagens que me encantaram e marcaram: Liesel, de A menina que roubava livros, de Markus Zusak; Mariam, de A Cidade do Sol, de Khlaled Husseini; Robb Stark, de A Guerra dos Tronos, de George R.R. Martin; Alex, de Laranja Mecânica (breve em resenha); Lisbeth Salander, de Os homens que não amavam as mulheres, de Stieg Larsson; José, de O Seminarista, de Rubem Fonseca; Bilbo, de O Hobbit, de J.R.R Tolkien; Mr. Darcy, de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; Alaïs, de Labirinto, de Kate Mosse; Don Vito Corleone, de O Poderoso Chefão, de Mario Puzo; e o "Chacal", de O Dia do Chacal, de Frederick Forsyth. Ok, a lista é grande, mas foram estes personagens que fizeram de seus livros os meus "Tops". 

2 - Qual seu livro favorito?
Bem... Como eu já disse e como vocês puderam notar, tenho vários livros favoritos, todos de estilos muito diferentes. Não tenho como classificar "O" melhor, mas posso dizer que alguns foram mais... Significantes do que outros, como As Crônicas de Gelo e Fogo ou a Trilogia de Ken Follet, O Século (não tão famosa, mas igualmente maravilhosa). Gosto de livros épicos, bem escritos e com temas originais.

3- Que música combina perfeitamente com um livro?
Xi... Pergunta difícil. Gosto muito de trilhas sonoras e, enquanto estou lendo com fones de ouvidos, muitas vezes a música se encaixa na cena que se passa no livro. Portanto, às vezes, eu já coloco uma composição inteira como sendo a trilha "oficial" do livro. Entretanto, há uma música que eu ouço mais do que as outras, talvez por ser bem intensa e se encaixar na maioria dos livros: Time, de Hans Zimmer no filme "A Origem". Uma música linda de um filme espetacular. Se fosse para escolher uma música, seria esta.   


4- Qual foi o melhor livro que você leu este ano?
Bem, o ano não terminou, assim como a minha lista de livros. Estou lendo um agora (como vocês podem ver aqui ao lado) que promete forte emoções. Mas, por enquanto, A Dança dos Dragões (George R.R. Martin) foi incrível, assim como Laranja Mecânica (Anthony Burgess), Labirinto (Kate Mosse), O Hobbit (J.R.R. Tolkien), Orgulho e Preconceito (Jane Austen) e Os Pilares da Terra (Ken Follet). Até o final do ano, esta lista promete crescer (hehe).

5- Qual o seu autor preferido?
Vixe! Só me complicam estas perguntas. Acho que no mundo da literatura, nunca existem um só. É um mundo muito diversificado, não há como dizer que um é melhor do que o outro, pois cada um tem seu estilo e gênero. Adoro os autores J.R.R. Tolkien, George R.R. Martin, Ken Follet, J.K Rowling, Rubem Fonseca, Jorge Amado, Jane Austen, Agatha Christie, Laurentino Gomes, Érico Veríssimo, Khlaled Husseini e muitos outros, mas se eu começar a falar, nunca mais termino.

6- Qual seu gênero literário favorito?
Acho que fantasia medieval... Mas também adoro livros românticos (bem melosos mesmo, proibidos para diabéticos), sobre guerras e problemas atuais. Minha condição é que sejam ficções, pois narrativas combinam mais comigo. 

7- Qual o critério usa para escolher seus livros?
Geralmente, leio por indicações. Existem quatro pessoas que eu respeito muito a opinião e sempre peço uma sugestão de leitura: a primeira de todas é a minha mãe, que sabe Deus como consegue trabalhar, cuidar da casa, cuidar de mim e de minhas irmãs e devorar livros em uma velocidade surpreendente (até mesmo para mim); depois vem meu professor de literatura, afinal, ele entende do assunto e sempre tem ótimos comentários para fazer; depois é minha professora de gramática, que eu considero uma outra mãe e uma grande amiga, admiro-a muito; e por fim, mas não menos importante, um de meus melhores amigos, Gustavo, tão inteligente e culto que me assusta, meu eterno "rival" na leitura. Estas quatro pessoas são minha base para ser a leitora que eu sou. Claro, há outras que também me são muito importantes, como meu amigo Luiz, que trabalha com a minha mãe e sempre me empresta livros - não posso deixar de agradecê-lo. E não só a ele, mas a todos que me ajudam a viver no mundo maravilhoso dos livros.

8 - Qual o livro que você está mais ansiosa para ler no momento?
Acreditem ou não, O Senhor dos Anéis. Mas eu não quero ler qualquer livro, eu quero o volume único com a capa do Gandalf (u.u). Aguardo este livro há muito tempo, é o meu maior desejo. Também espero ansiosamente por Os Ventos do Inverno (sexto livro d'As Crônicas de Gelo e Fogo), Jogos Vorazes, Herança (Christopher Paolini), Percy Jackson e... Me custa admitir, mas eu tenho uma curiosidade imensa de ler Cinquenta Tons de Cinza. Ok, eu já li a sinopse e sei que não é para a minha idade, mas este livro está em todos os lugares e é um dos mais vendidos! Não tem como não ficar intrigada (mas prometo que só leio depois dos 18 hehe).

9- Você leu algum livro achando que seria péssimo e acabou se surpreendendo positivamente?
Não. Se eu acho que o livro é péssimo, não perderia meu tempo que poderia ser usado para ler um bom livro. Porém já li um livro que achei que seria ótimo e me decepcionei. 

10- E qual livro te decepcionou? E por quê?
(hehe) Acho que o livro que eu mais me decepcionei foi As Brumas de Avalon, de Marion Bradley Zimmer. Não que o livro não seja bom e bem escrito, mas a raiva que eu passei não compensa. Morgana só sofria, Guinever (não com este nome) era uma vadia bruxa, Arthur era um banana e Lancelote um imbecil. Magoou. Decepcionei também com O Último Reino, de Bernard Cornwell, que foi bem chatinho.

11 - Cite uma frase de um livro que você goste muito.
Nossa, tem tantas... Vou uma com Tyrion Lannister, d'As Crônicas de Gelo e Fogo, um dos personagens que não foi citado na primeira pergunta, mas que é igualmente importante.

Uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar se quisermos que se mantenha afiada.

Para terminar o Meme, preciso indicar 11 blogs, mas vou indicar estes aqui que eu sempre visito (mais o Na trilha dos livros):


Xerus e até o próximo livro!

domingo, 14 de outubro de 2012

Senhora, de José de Alencar


capa do livro "Senhora"
Título Original:
Senhora
Autor(a):
José de Alencar
Origem:
Brasil
Tradução:
*livro nacional*
Editora:
Martin Claret
Ano de publicação:
1875


Para quem gosta de um bom romance e de histórias nacionais, este é o livro indicado. Sem toda a “pegação” dos romances atuais, é uma relação de amor e ódio entre os dois protagonistas, Aurélia Camargo e Fernando Seixas, que critica a sociedade mesquinha e avarenta da época com o tempero dos ultrarromânticos. No início pode parecer um pouco cansativo ou confuso por não estarmos acostumados com este tipo de escrita, mas depois de entrar no ritmo, torna-se uma leitura fácil e atraente.
Aurélia morava apenas com a mãe que era tudo o que lhe restara de família quando conheceu Seixas. Seu pai morrera há muito tempo, porém sua mãe foi deixada na amargura já que o sogro nunca reconhecera o casamento dela com seu filho. Aurélia também tivera um irmão – burro e fraco – que morrera de pneumonia, por isso Aurélia via-se obrigada a sustentar a ela e sua mãe doente de tristeza, porém nem mesmo sua inteligência aguçada era capaz de tirá-las da pobreza. Entretanto, Aurélia tinha uma beleza fora do comum que poderia muito bem ser aproveitada para arranjar um bom casamento com algum homem rico. Portanto, por insistência de sua mãe, Aurélia todos os dias postava-se na janela para atrair os abutres pretendentes. Não demorou muito para que a bela garota começasse a atrair homens de toda a parte do Rio de Janeiro que vinham lhe declarar amor eterno.
E um dos homens que um dia surgiu sob a sua janela foi Seixas, arrastado pelos amigos. Seixas também vinha de uma família pobre de uma mãe e duas moças que davam o sangue para satisfazer os caprichos do único homem da família. Fernando queria ascender socialmente, independente do preço que tivesse que pagar por isso.
Entretanto, por um breve período, ele esqueceu-se de seu objetivo e deixou-se ser consumido por um amor sem igual por Aurélia. Chegaram a marcar o casamento, por um golpe bem planejado de um rival, Seixas lembra-se de seu propósito e rompe o noivado para marcar com outra mulher, mais rica e bem vista.
Obviamente que este fato irá quebrar o pobre coração de Aurélia, que criará um profundo rancor e asco contra aquele que a desiludiu, mas ela arranjará um modo de vingar-se quando seu avô, pai de seu pai, que era contrário ao casamento desde último com sua mãe, surge um belo dia na humildade sala de Aurélia, dizendo que faria dela sua herdeira universal.
 Aurélia torna-se uma das mulheres mais ricas do Rio de Janeiro, porém, apesar de ser capaz de cuidar de si mesma, “precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas”. Surge então uma ideia em sua cabeça: comprar um marido. E quem melhor para ser comprado do que aquele que a dispensou e se vendeu?
Exato. Aurélia compra Seixas para seu marido e está disposta a humilha-lo dia e noite para vingar seu coração partido.
Romantismo puro não? Sou bem suspeita para elogiar este livro, mas ele é simplesmente lindo... Porém decepcionante. Já disse que aqui não há resumos de livros, porém eu preciso contar o final para justificar minha opinião: Seixas consegue reunir a soma pelo qual foi comprado e devolve o dinheiro à Aurélia, dizendo que agora não são mais casados. Ela, entretanto, ajoelha-se aos seus pés e implora para que ele não vá e que ambos fiquem juntos. Nesta parte, meu estômago se revirou: Seixas abandona Aurélia na rua da amargura, tenta se casar com outra e é Aurélia quem pede perdão? Isto foi o cúmulo do ultraje. Eu, feminista até as células, recriminei esta atitude. Quem devia ajoelhar-se e pedir perdão era Seixas, tão egoísta e materialista! Porém, esta deveria ser a atitude esperada por uma mulher do século XIX. Cada detalhe desta narrativa me foi inspiradora e emocionante, mas o final me chateou. Por este motivo, Senhora não entrou nos meus Tops. Desculpem-me os fãs de José de Alencar, eu adorei o livro, mas este final vai contra os meus princípios.

P.S.: ainda assim, vale a pena ler. Xerus e até o próximo livro.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A menina que brincava com fogo, de Stieg Larsson


Título Original:
Flickan som lekte med elden
Autor(a):
Stieg Larsson
Origem:
Suécia
Tradução:
Dorothée de Bruchard
Editora:
Companhia das Letras
Ano:
2006

Lisbeth Salander é acusada de triplo assassinato, e a polícia está em seu encalço. A jovem hacker é esquiva, egoísta e pode ser muito violenta quando provocada. Mikael Blomkvist, editor-chefe da revista Millennium, sabe muito bem disso. Mas, ao contrário do restante da imprensa, que não se acanha em crucificá-la, ele acredita na inicência da moça.
Para ele, os homicídios relacionam-se a uma série de reportagens que a Millennium pretendia publicar sobre o tráfico de mulheres provenientes do leste Europeu. Um esquema de corrupção cujos tentáculos alcançam promotores, juízes, policiais e jornalistas. Lisbeth livrou Mikael da morte dois anos antes. Agora ele tem como retribuir.

Estava comentando outro dia com uma amiga sobre a saga Millenium quando decidi fazer uma postagem sobre o segundo volume. Na minha mais sincera opinião, é o melhor dos três, já que abre a misteriosa e fechada Lisbeth Salander e sua história. 
Um rápido flashback sobre o livro anterior: Mikael Blomkvist foi acusado de difamar um homem poderoso, Wennerström, mas um antigo empresário Henrik Vanger faz um acordo com ele: Mikael escrevia a biografia da família Henrik Vanger e descobriria que fim levou a sombrinha de Henrik, Harriet, e em troca receberia informações sobre Wennerström. Henrik chega a Mikael através de Lisbeth Salander, que trabalhava em uma agência de seguros, uma hacker inteligentíssima e antissocial. Com alguns contratempos, os dois acabam trabalhando juntos para chegar ao final do mistério, com assassinos, dinheiro e vários outros obstáculos absurdos pelo caminho. É neste meio tempo que Lisbeth, tão desprovida de sentimentos, acaba se apaixonando por Mikael, mas vê-se desiludida ao deparar-se com ele e sua colega-amante, Érica. Ao fim, Harriet não estava morta, na verdade, estava escondida em uma fazenda na Austrália com o pseudônimo de Anita, e Lisbeth consegue desviar milhões de Wennerström enquanto este é desmascarado por Mikael. 
Porém, novamente o destino colocou Lisbeth e Mikael na mesma encruzilhada. Blomkvist estava prestes a publicar em sua revista informações horrendas de tráfico de mulheres quando seus dois informantes são encontrados mortos. Mas o que realmente foi espantoso é o tutor de Lisbeth também aparecer assassinado com a mesma arma que trazia as digitais da nossa protagonista. Não só isto a coloca como a suspeita n° 1, mas ela tinha ótimos motivos para querer o tutor morto. 
Quem na verdade está por trás destes crimes é um velho conhecido de Lisbeth, que reapareceu para trazer os fantasmas de sua adolescência de volta. Não é à toa que Lisbeth é uma pessoa tão fechada, retraída e desconfiada: esta velha “alma penada” transformou Salander no que ela é hoje e fez de sua vida um inferno. Para livrar-se destas acusações e prender o verdadeiro vilão, Lisbeth terá que lidar bem mais do que a impressa que a crucifica como uma lésbica psicopata satânica: terá que lidar com segredos de Estado. 
E, apesar de ser independente, inteligente, persistente e vários outros “entes”, Lisbeth poderá contar com seu amigo Blomkvist, que realizará uma investigação própria, longe da polícia e da imprensa, apenas para ajudar quem um dia salvou sua vida. 
O mais interessante deste livro é como o autor, Stieg Larsson, consegue colocar tantas informações nas entrelinhas: o tráfico de mulheres, a corrupção, o abuso de autoridade e a manipulação de opiniões pela imprensa são apenas alguns dos temas que ele coloca em suas páginas. Poderíamos ficar por resenhas e mais resenhas comentando o que o autor traz, mas o principal é falar sobre como os dois protagonistas brilham neste novo volume da saga. Lisbeth, como sempre, uma heroína fora dos padrões (o que a torna uma das melhores personagens que passaram por mim) e Mikael, com sua astúcia e criatividade, “irá salvar o dia”. Novos personagens aparecerem, alguns bons, outros são verdadeiros monstros. 
Um livro magnífico e inspirador. Espero que todos aproveitem!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O Seminarista, de Rubem Fonseca


Título Original:
O Seminarista
Autor(a):
Rubem Fonseca
Origem:
Brasil
Tradução:
*livro nacional*
Editora:
Agir
Ano:
2009


Recentemente, adquiri um novo ídolo literário: Rubem Fonseca (e o que é melhor ara uma patriota como eu: ele é um escritor brasileiro da atualidade). Eu sempre começo falando sobre o livro, mas desta vez pretendo começar pelo autor para que vocês tenham uma ideia do modo como ele escreve: rápido, objetivo e intenso. Ah! E palavrões (o que, desculpe aos certinhos, acho muito engraçado em livros). Ele não se prende a descrições muito detalhadas – apenas o básico – nem a longos discursos filosóficos para dar uma lição de moral, é apenas a história, a relação entre escritor e leitor. E a narração em 1ª pessoa faz parecer que é apenas um diálogo, o que a torna algo bem mais rápido e envolvente.
Apesar de eu não gostar muito de textos narrados em primeira pessoa (por achar algo muito egoísta e egocêntrico), Rubem Fonseca me desmoraliza: é o seu dom de fazer o leitor se sentir ouvindo a história diretamente da fonte que me fascinou. Tornou-se um dos meus ídolos.
Este livro, “O Seminarista”, foi tão empolgante que eu infelizmente li apenas em um dia e não pude saborear. Mas não tinha como parar, eu precisava desesperadamente ler o que aconteceria como se fosse oxigênio (não é exagero... Está bem, só um pouquinho).
O Especialista, como nosso protagonista é apresentado logo no começo, é um assassino profissional contratado para apagar os “clientes” que o Despachante manda. Mora no Rio de Janeiro, adora rock, ler, assistir a filmes, solta frases em latim durante suas conversas graças à sua temporada de seminarista e não consegue matar animais (hein?) nem mulheres. É um homem feio e magrelo, mas ainda assim um tremendo de um garanhão. Mas o Especialista está se cansando do trabalho e resolve se aposentar. Adota um nome falso, com exceção do primeiro nome que sua mãe lhe dera: José (hein?). Com todo o dinheiro arrecadado com seu trabalho, ele levaria uma vida tranquila sem grandes problemas.
Porém, apesar de assassinos não serem muito conhecidos por terem sentimentos, nosso protagonista acaba por se apaixonar: Kristen, uma alemã inteligente que se encaixa perfeitamente no conceito dele de mulher perfeita. O Especialista, entretanto, é desconfiado como convém a ele ser, por isso qualquer atividade suspeita de Kristen, ele já ficava paranoico.
E, como era óbvio, Kristen o estava espionando para ninguém menos que o Despachante! Pasmem, porque algumas linhas antes do Especialista descobrir para quem Kristen trabalhava, ele narrou como matara o Despachante. Esta parte do livro eu não entendi bem, porque não explica como o outro sobrevivera.
Enfim! Quando o Especialista vai tirar satisfações, descobre que na verdade corre risco de vida: alguém que um dia o contratara por intermédio do Despachante acredita que ele retirara do morto um CD contendo informações sobre tráfico de drogas que um importante empresário financiava. O Especialista, na verdade, jamais retirara qualquer coisa de seus “clientes”, mas isso não importa muito para quem o está caçando. O Despachante quer ajuda do Especialista para encontrar este CD para salvarem suas vidas, mas nem mesmo assassinos estão a salvo de outros assassinos.
Alguns outros fatos se desenrolam entre estas cenas, mas este é apenas o básico para já cativar o leitor. Não havia como parar! E para variar, como eu nunca acerto o assassino (ainda mais porque o mocinho era o assassino), desconfiei de todos, menos do culpado. Este livro é para fortes emoções e muita tensão. E, apenas para colocar a foto do autor aqui ao lado, eis Rubem Fonseca! #apaixonada

P.S.: agradeço a editora que me enviou o livro devido a uma promoção! Sim! Elas são reais e a gente ganha mesmo! kkkkk

sábado, 8 de setembro de 2012

O Último Reino, de Bernard Cornweel

ok... esta foto ficou horrível, mas as outras estavam piores '-'

Título Original:
The Last Kingdom
Autor(a):
Bernard Cornwell
Origem:
Inglaterra
Tradução:
Alves Calado
Editora:
Record
Ano:
2005

Vou me lembrar deste livro em um avião... O que faz com que ele cai no meu conceito, porque, apesar de não admitir, eu tenho medo de avião. Ganhei este livro de minha mãe como presente de final de ano, um pouco antes de viajarmos para Fortaleza (uma viagem que foi inesquecível, diga-se de passagem). Li boa parte do livro durante o voo e, a cada “sacudidela” do avião, meu sangue gelava e eu descontava meu nervosismo no coitado. Devo ter perdido boa parte da essência do livro, de tanta ansiedade... Mas isto não vem ao caso, portanto falemos do livro.
Uhtred, filho de Uhtred, inicialmente denominado Osbert, até seu irmão mais velho ser decapitado pelos dinamarqueses e nosso protagonista receber o nome herdado por gerações de sua família, nasceu no reino da Nortúmbria, em Bebbaburg, que herdaria depois que seu pai morresse. Porém, em uma luta perdida contra os dinamarqueses, Uhtred ficou órfão e foi capturado pelos inimigos, mais precisamente por Ragnar, um temido e respeitado jarl (chefe viking). Ragnar acaba por “adotar” Uhtred e ensinar-lhe o modo de vida dos dinamarqueses. Porém, apesar de Uhtred abraçar a nova vida e dar-se melhor com dinamarqueses do que com seu próprio povo inglês, nunca esqueceu a terra que foi tomada dele pelo próprio tio – que o “julgou” morto depois da luta e assumiu Bebbanburg, reino de Uhtred – e jura que um dia tomará o que é seu por direito (a mesma história de sempre).
A história segue com a boa e velha chatice da aprendizagem do protagonista. Uhtred irá crescer como viking, lutará como viking e viverá como viking até enfim ser “resgatado” por Alfredo, o novo rei de Wessex. Este trecho da história envolveria muitos outros, mas não pretendo fazer deste texto opinativo um resumo, portanto me restrinjo a dizer que Uhtred passará para o outro lado, sendo leal a Alfredo. Ele não traiu os dinamarqueses e Ragnar propriamente dito, mas passou para o outro lado. Para entender melhor esta colocação, claro, é preciso ler o livro.
Porém, este livro não entra na minha lista de “Livros indicados”. A repetição de informação (como o nome de Bebbaburg que eu decorei) e a falta de sentimentalismo para descrever sentimentos me desagradou. Esta ultima parte pode parecer estranha, mas (não sei se foi somente comigo),quando o autor contava o que se passava com Uhtred, a descrição foi de uma superficialidade que era como se ele estivesse descrevendo um cômodo vazio. Ainda mais sendo uma história em primeira pessoa, a paixão com que os sentimentos devem ser escritos tem que ser muito forte, mas no livro eu senti muito a falta disso: a paixão e a intensidade. Sem contar que a história corre com grande velocidade, portanto, se você se distrair, perde muitos acontecimentos.
Bem, eu ouvi dizer que a continuação deste livro melhora e muito. Espero que sim, porque, apesar de não ter gosta deste volume, pretendo terminar a saga por questões de princípios (como eu já disse). Antes que eu me esqueça, o autor, Bernad Cornwell, poderia ter me explorado mais esta história com um tema tão diferente. Já ouvi falarem muito bem de outra saga dele, chama As Crônicas de Artur. Alguém confirma?    

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

1808, Laurentino Gomes


Título Original:
1808
Autor(a):
Laurentino Gomes
Origem:
Brasil
Tradução:
*livro nacional*
Editora:
Planeta
Ano:
2007

Nunca algo semelhante tinha acontecido na história de Portugal ou de qualquer outro país europeu. Em tempos de guerra , reis e rainhas haviam sido destronados ou obrigados a se refugiar em territórios alheios, mas nenhum deles tinha ido tão longe a ponto de cruzar um oceano para viver e reinar do outro lado do mundo. Embora os europeus dominassem colônias imensas em diversos continentes, até aquele momento nenhum rei havia colocado os pés em seus territórios ultramarinos para uma simples visita - muito menos para ali morar e governar. Era, portanto, um acontecimento se precedentes tanto para os portugueses, que se acharem na condição de órfãos de sua monarquia da noite para o dia, como para os brasileiros, habituados até então a serem tratados como uma simples colônia de Portugal.


Como vocês puderam notar, eu fugi da linha do tempo e estou na ordem errada: comentei nesta postagem sobre 1822, do mesmo autor, um dos meus Tops, que fala sobre a Independência do Brasil e seus personagens. Desta vez, 1808 mostra como tudo começou: a invasão de Portugal e a fuga da família real para o Brasil.
Como diz minha professora de história (beijos, prô!), a História mundial não seria a mesma se Napoleão Bonaparte não tivesse existisse, incluindo a do Brasil. Com a ameaça invasão e ocupação de território português pelas forças francesas, o rei de Portugal, Dom João, viu-se obrigado a fugir para sua colônia mais rica para salvar a riqueza de seu país, sua família real e a si mesmo, deixando para trás todo o povo português. Nunca antes um rei havia visitados seus territórios ultramarinos. Atitude corajosa de Dom João, não é?
Pois nem tanto... Neste livro, assim como em 1808, serão desmistificadas algumas lendas que foram construídas ao redor de nossa história. Começando com nosso querido Dom João: ao contrário do que algumas pessoas pensam, o rei foi o maior “banana” que passou pelo nosso país. Tinha um incontrolável medo de trovões (quando havia tempestades, ele permanecia em seu quarto rezando com seu roupeiro) e caranguejos, odiava banhos, era desleixado, sujo, feio, gordo, desconfiado, inseguro, covarde, desacreditado, apagado, depressivo e sua opinião não teria a menor importância. Chegou ao poder por acaso, depois que sua mãe, a famosa rainha Maria louca I, enlouqueceu e seu irmão mais velho morreu de varíola, porém só foi coroado oito anos após chegar ao Rio de Janeiro. Entretanto, não vamos perder o foco: o livro.
Se a família real nunca tivesse fugido de Portugal, Dom Pedro não teria chegado ao Brasil e a independência não teria acontecido em 1822. Porém, a ideia da família real sair de Portugal já era antiga e o ataque da França foi só um pretexto para colocar o plano em prática. Em um dia nublado, Lisboa acordou com seu porto em grande movimento: era a corte que partia às pressas, levando tudo o que podia. Tudo o que os lisbonenses puderam fazer foi assistir. Entretanto, se todos tivessem permanecido em Portugal para receber o ataque, a vitória portuguesa seria certa: o exército francês era comandado por um homem fraco e seus soldados estavam exaustos, sem condições de lutar.
E depois de uma longa travessia pelo oceano Atlântico, com surto de piolhos, barcos perdidos e uma calmaria que atrasaria a viagem em meses, finalmente um rei pisa em terras americanas. Foi uma surpresa para os brasileiros verem as suas majestades: não por que eles não esperassem a chegada, mas a aparência tão comum e simples daqueles exaustos viajantes decepcionou a muitos que os viam como divindades.
A partir de então, Dom João passa a governar no Brasil (que não se chamava assim, claro). Ele e toda a sua corte passam a desfrutar da colônia, que em breve ficaria endividada e pobre – o que, consequentemente, se tornaria um problema mais adiante, na época da Independência.
Primeiro livro de Laurentino Gomes, resultado de dez anos de pesquisa a partir de uma reportagem não publicada da revista Veja, 1808 é “teoricamente” um resumo de mais de 150 livros consultados pelo autor (como é possível ler logo no inicio do livro). Sou suspeita para elogiá-lo, pois se tornou um de meus autores favoritos, porém, como eu sou bem chata, tenho que fazer uma crítica: repetição de informação. Neste livro, houve uma série de informações dadas inúmeras vezes, o que pode se tornar bem irritante e dispersante. Sem contar que eu já não sou muito chegada a livros históricos e demoro mais do que o normal para termina-los, imagine livros que repetem as mesmas coisas. Os livros de Laurentino Gomes foram um dos poucos deste gênero que eu consegui terminar de ler por interesse e não por obrigação (tenho uma regra: se comecei um livro, vou terminá-lo, não importa que seja maçante). Os livros são ótimos, não estou dizendo o contrário, porém 1808 tornou-se cansativo em determinado momento. É preciso um pouco de tempo e disposição, além de uma mente bem focada que não se dispersa com facilidade (tudo o que a minha mente não é). A leitura vale muito a pena, o contexto histórico é perfeito, sem furos ou dúvidas no ar e a bagagem cultural adquirida... Maravilhoso. Como também dito na postagem de 1822, há rumores de que o autor esteja trabalhando no livro 1889, ano da República. Estou aguardando ansiosamente.

P.S.: será que ele pretende escrever sobre a Ditadura? Minha época da história brasileira favorita, considero a mais interessante. 

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