sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Eragon, de Christopher Paolini

Foto da capa Eragon.
Título Original
Eragon
Autor:
Christopher Paolini
Origem:
EUA
Tradução:
Nelson Rodrigues
Editora:
Rocco
Ano:
2002



Tem um único ponto falho nesta história: é muito clichê. A mesma história de um menino simples que de repente vê o seu mundo mudar magicamente e agora a sobrevivência de todos que ele ama e a salvação de todos depende de sua coragem e força. Fala sério: este enredo já deu! Está certo que este tipo de “superação” atrai os leitores, mas tem uma hora que todas as histórias parecem as mesmas e os livros parecem uma mistura uns dos outros. Um pouco de originalidade nunca faz mal, viu?
E, bem, outro ponto negativo – mas que não deve ser levado muito em conta por um motivo que eu vou falar adiante – é que o livro lembra muito (mas muito mesmo) Coração de Cavaleiro, além de terem várias partes espalhadas pelas páginas que recordam acontecimentos de outros livros e filmes. Acho (leia atentamente: acho) que isto se deve a pouca idade do autor. Quando ele começou a escrever Eragon tinha só quinze anos (é a minha idade! Oh, meu Deus! Ainda posso ser uma escritora de sucesso!). Não é uma idade muito... Evoluída para ter idéias originais – falo por experiência própria.   
Ah! E antes de partir para a história, quero dizer que este livro foi uma tremenda covardia porque colocou como tema o meu ponto fraco: dragões. Eu sou viciada nestes seres mitológicos flutuantes, mesmo depois da minha irmã contar que eles não passavam de lenda (que golpe no meu coração... Mas isto já faz muito tempo). Mas isto não importa muito no momento... Vamos ao livro!
Gosto de histórias que já começam na emoção. Duvido que ninguém se prenda a algo assim. Em Eragon, começa com uma emboscada arquitetada pelo lado mal da história: um espectro – que está mais para um demônio – chamado Durza e seus comparsas Urgals – uma espécie de ogro. Eles querem atacar um grupo de elfos que possuem algo que o rei - também maligno – quer muito: um ovo de dragão. Há muitos e muitos anos atrás, dragões não eram raridade em Alagaësia, porém os tempos dos Cavaleiros de Dragões se foram graças a uma traição. Os dragões foram praticamente extintos, mas ainda existem três ovos, sendo que um está no poder dos elfos. O rei pretende manter os ovos consigo, pois assim ele terá total poder sobre os últimos herdeiros de uma raça poderosíssima.
Mas, para a infelicidade do mal, a emboscada não dá certo, pois Arya, uma elfa que você tem que se lembrar para mais tarde, consegue “teletransportar” o ovo para longe. Ela é seqüestrada, porém o ovo foi salvo.
Entra em cena nosso herói, Eragon. Ele caçava na Espinha quando, subitamente, uma pedra azul e brilhante surge na sua frente. Acreditando ser muito preciosa, ele tenta vendê-la, mas sem sucesso. Acaba ficando com ela, porém, depois de certo tempo, a pedra se parte e nasce um filhote de dragão. Eragon agora está ligado ao pequeno serzinho e a um mundo que ele só conhecia através das histórias de Brom, um velho contador de sua aldeia (lembre-se dele durante a saga inteira, é importantíssimo). Agora, com seu dragão Saphira, ele precisa livrar Alagaësia da tirania do rei e de todos os maus que afligem o povo. Neste caminho perigoso até os Varden, uma sociedade secreta contra o rei, Eragon contará apenas com o misterioso Brom, com Arya (eu disse que ela era importante) e com Murtagh, que, apesar de ser muito lindo e simpático, guarda uma sombria história cheia de cicatrizes. Ah sim! E com Saphira, sua inseparável companheira.
Os tempos de Cavaleiros dos Dragões estão voltando, com Eragon encabeçando a história.
Christopher Paolini
Bem, eu já dei minha opinião sobre o livro e já disse que sou apaixonada por dragões, mas tem mais uma coisa que eu quero ressaltar antes do fim. Neste livro, há um personagem que não ganha muito destaque, mas que nos seguintes vai ganhar mais o meu afeto do que o próprio Eragon: é o primo dele, Roran. Não vou falar dele neste livro porque ele praticamente não tem muita importância agora, mas no próximo... Preparem-se para Eldest, o segundo livro. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Crítica contra o BBB

Anteriormente, eu havia recebido este texto como sendo de um escritor que eu adoro, mas fiquei sabendo que não era dele. Mas vou deixar assim mesmo porque eu concordo. Aqui está:


Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência. 

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB  é a pura e suprema banalização do sexo.
Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros...todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB  é a realidade em busca do IBOPE.  

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB . Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas. 
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade. 
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. 
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia. 
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns). 
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo. 
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de trás do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. 
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores) 
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , ·visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.


Lindo! Magnânimo! 
Eu não sei se alguém se incomoda se eu colocar este texto no meu blog, mas ele foi de espetacularidade, que eu precisei postar.

Diz aí: BBB já deu o que tinha que dar! Coloca outra coisa qualquer! Pelo amor de Deus!

Loucosss por LIVROS e FILMES

http://loucosporlivrossefilmes.blogspot.com/

Olá, leitores!

Trouxe mais uma indicação de site para vocês! Este aqui que eu trago, não acompanho a muito tempo, mas ele me chamou bastante atenção... Só para dizer, somos parceiros agora! XD

O nome é Loucosss por LIVROS e FILMES e sua autora se chama Eva Cardoso. Gosto do site pelas indicações que ele sempre está fazendo, todas muito boas. Sempre que eu entro, um novo livro ou filme para ser comentado. Gosto bastante disso...

Vocês vão gostar também pelo designe dele... Pelo menos as meninas (rs). Mas as postagens tem letras bem grandes, o que é ótimo na hora de ler e não é cansativo. Sem contar que a autora escreve muito bem!

Bem, esta é a indicação de hoje, meus leitores. Espero que aprovem o site também!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A Passagem, de Justin Cronin


Foto da capa A Passagem.
Título Original
The Passage
Autor:
Justin Cronin
Origem:
EUA
Tradução:
Ivanis Calado
Editora:
Sextante
Ano:
2010




Primeiro, o imprevisível: a quebra de segurança em uma instalação secreta do governo norte-americano põe à solta um grupo de condenados à morte usados em um experimento militar. Infectados com um vírus modificado em laboratório que lhes dá incrível força, extraordinária capacidade de regeneração e hipersensibilidade à luz, tiveram os últimos traços de humanidade substituídos por um comportamento animalesco e uma insaciável sede de sangue. Depois, o inimaginável: ao escurecer, o caos e a carnificina se instalam, e o nascer do dia seguinte revela um país – talvez um planeta – que nunca mais será o mesmo. A cada noite, a população humana se reduz e cresce o número de pessoas contaminadas pelo vírus assustador. Tudo o que resta aos poucos sobreviventes é uma longa luta em uma paisagem marcada pelo medo da escuridão, da morte e de algo ainda pior. Enquanto a humanidade se torna presa do predador criado por ela mesma, o agente Brad Wolgast, do FBI, tenta proteger Amy, uma órfã de 6 anos e a única criança usada no malfadado experimento que deu início ao apocalipse. Mas, para Amy, esse é apenas o começo de uma longa jornada – através de décadas e milhares de quilômetros – até o lugar e o tempo em que deverá pôr fim ao que jamais deveria ter começado. A passagem é um suspense implacável, uma alegoria da luta humana diante de uma catástrofe sem precedentes. Da destruição da sociedade que conhecemos aos esforços de reconstruí-la na nova ordem que se instaura, do confronto entre o bem e o mal ao questionamento interno de cada personagem, pessoas comuns são levadas a feitos extraordinários, enfrentando seus maiores medos em um mundo que recende a morte.
(texto retirado da contracapa do livro)


Quem ler A Passagem vai reparar em uma grande semelhança entre o livro e o filme “Eu sou a Lenda”, com Will Smith. Os vampiros são praticamente idênticos – olhos brilhantes, pele translúcida, dentes enormes, memória completamente apagada – e o simples fato da população ter sido quase dizimada, sobrando apenas algumas colônias. No começo, eu acreditava que o filme tinha sido baseado neste livro, mas depois a história tomou outro rumo e não tinha nada a ver com nada ali...
A história é a saga de Amy, uma menina que é abandonada em um convento pela mãe prostituta depois desta cometer um assassinato e sumir misteriosamente. Amy passa a ficar sob os cuidados da freira Lacey, uma mulher de passado sombrio e macabro.
De repente, a história parte para alguns e-mails muito estranhos e suspeitos. Acho que o autor só queria dar um ar de suspense e terror à história, porque o personagem que envia os e-mails nem aparece mais no livro. As mensagens começam super empolgadas e maravilhosas, mas, aos poucos, a coisa começa a ficar assustadora e termina com um “agora eu sei porque os soldados estão aqui.”. Uhhhh!!! Medinho!
Mas a história já muda novamente de figura e parte para Wolgast e Doyle, dois agentes do FBI. Por algum motivo que nem mesmo eles sabem, os agentes estão retirando prisioneiros condenados à morte da cadeia e entregando ao governo para algum fim misterioso.
 Wolgast ainda tenta superar o divórcio de sua mulher, pois, desde que eles perderam sua filha de um ano, a mulher não aguetava ficar dois minutos perto dele sem chorar (e sabe o que ela fez? Desculpe contar, mas ela casou com outro! Coitado do Wolgast...). Doyle é mais um personagem secundário, aparece apenas como o ajudante bem-humorado que sonha com uma vida de sucesso no FBI. No começo eu não gostava dele, mas depois ele ganhou meu afeto.
Bem, Wolgast e Doyle tinham acabado de tirar Anthony Carter da cadeia (preste muita atenção neste cara no livro! Ele é importante!), quando recebem a informação de que devem “seqüestrar” mais uma pessoa para o governo. Porém, desta vez, não se tratava de um bandido, mas de uma menina: Amy.
Vai acontecer uma confusão desgraçada (mentira, foi muito legal) enquanto Wolgast tenta tirar Amy de Lacey, que parece ter se cativado muito com a menina e não vai deixar que ninguém a leve embora. Porém, se ele não conseguir pegar Amy, a história termina não é verdade? Depois que Wolgast leva Amy, um laço muito estranho se estabelece entre os dois e parece que aquela menina é a filha que ele perdeu. A dúvida fica cravada então na sua cabeça: o que fazer? Entregar ao governo para algum motivo suspeito ou fugir com ela para criar a filha que ele tanto amou?
Não vou contar o que aconteceu, claro! Só vou dizer que ele vai descobrir o que estava acontecendo com os prisioneiros: estavam realizando alguns testes muito estranhos, onde um cientista louco acreditava ter descoberto a cura para todas as doenças. No laboratório onde estavam fazendo as experiências, vocês vão conhecer Zero. Muita atenção neste cara também! Ele é ainda mais importante que o Carter. E não se assustem com o jeito parado e frio dele: é estratégia. Ah! E mais uma coisa: é no dia em que Wolgast descobre a verdade sobre estes testes que a humanidade estará perdida.
Deixando isso à parte, partiremos para 80 anos mais tarde, para o que seria a última colônia que se formou depois que uma grande leva de vampiros quase acabou com o mundo, porém haviam sido criados fortes muito bem iluminados para proteger algumas crianças escolhidas na sorte que seriam o futuro do planeta.
O personagem principal é Peter Jaxon, que está preocupado com seu irmão Theo (maravilhoso! Bobo, mas maravilhoso) que fora seqüestrado pelos vampiros. Ele mora em uma das colônias, porém um grande perigo se aproxima lentamente: a bateria que mantêm as luzes acesas e os vampiros bem longe está acabando e, em breve, a escuridão tomará conta trazendo consigo os monstros.
Eu também não vou contar se as luzes vão ou não vão se apagar, mas vou dizer que Peter irá conhecer Amy, que misteriosamente aparece no portão da colônia, quando todos achavam que eram os últimos sobreviventes no planeta inteiro. Confiante de que existiam mais pessoas vivas por aí, Peter, junto com Amy, Alicia (sua melhor amiga que ele ama), Sarah (a namorada largada), Michael (irmã de Sarah), Hollis (um cara que veio junto...) e Mausami (namorada de Theo, que foi junto porque acredita que seu amor esteja vivo em algum lugar), saem da colônia e partem em uma jornada incrível que mostrará no que o mundo se tornou.
Antes de mais nada, eu quero dizer que estou me remoendo de ódio até agora porque o Peter não ficou com a Sarah. Desculpa os spoilers, mas foi a pior parte do livro. Raiva! Coitada da Sarah, fez de tudo para que ele amasse e o Peter fica com a Alicia! Meu Deus... Foi deprimente.
Mas tirando isso, a livro foi bem legal, bem elaborado... Não sou muito fã de livros apocalípticos, mas este foi bem interessante. Achei apenas que o autor, Justin Cronin, fez muito suspense e mistério, deixava muita coisa no ar e isto era muito ruim, porque eram muitas dúvidas a serem armazenadas e respondidas depois. Tinha que ser mais claro em alguns pontos e mais objetivo. Gostei da ideia dos Doze (você vai entender quando ler), gostei do Zero com seu jeito calculista e frívolo, do Carter e do Wolgast, paternal até o último instante. Mas principalmente do Theo. Não que ele tenha tido uma grande participação no livro, mas ele era o líder, pelo menos até ser seqüestrado (hehehehehe). Às vezes, ele era muito bobo, mas a história dele com a Mausami foi muito bonita, deu uma cor no livro sombrio. E eu até que gostei do Peter, mas a escolha dele foi assim... Decepcionante.  
O próximo livro está previsto para este ano e eu quero ler muito porque, como é típico do autor, ficaram muitas coisas para resolver. Sem contar que o último acontecimento foi chocante. O que será que aconteceu com o grupo?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Anel de Noivado, de Danielle Steel

Foto da capa O Anel de Noivado.
Título Original
The Ring
Autor:
Danielle Steel
Origem:
EUA
Tradução:
Isabel Paquet de Araripe
Editora:
Abril Cultural
Ano:
1985


Primeiro: esta capa é muita feia. Que poluição! Precisa de tudo isso? Além do que, eu não sei o que uma morena de olhos escuros está fazendo ai, porque a história fala de mulheres loiras de olhos azuis. Sem-noção. E ainda tem Hitler com Mussolini ali no canto, com uma bandeira dos EUA sobre as suas cabeças (hã?), um tiozinho com cara de mafioso do outro lado, um pedaço de um carro, uma fração minúscula de uma cidade perdida embaixo do tiozinho, um casal no maior “Love” embaixo (sendo que a mulher está com uma cara de aproveitadora e o homem de safado...), umas rosas fazendo “sabe-Deus-o-que” ao lado e uma fazenda bem ao canto (outra coisa sem-noção, porque eu não me lembro de fazenda nenhuma na história... Lembro de um castelo, mas isso não é nem de longe um). Se o título não refletisse a luz, eu nunca teria conseguido ler o nome da história. Ficou muito feio...
Mas como diz o bom e velho ditado, “nunca julgue o título pela capa”. Este livro tem fortes emoções. Antes de falar sobre ele, quero dizer que ele não entra para os Tops, porque eu fiquei com um ódio crucial de um personagem, que feriu meus sentimentos com uma ação imperdoável. Sinto muito.
Serão três gerações de uma família, começando por Kassandra  von Gotthard, casada, mãe de duas crianças, que perdera a completa razão de viver até conhecer o charmoso (e bota charmoso nisso!) Dolph Sterne, um escritor judeu. Kassandra lutava contra o que a sociedade lhe impusera – a mulher superficial, casta, fiel, procriadora, sua existência não passava de mera formalidade – mas a cada diz que passava, mais a infelicidade tomava conta de sua alma. Ela se afogava neste limbo quando Dolph apareceu para salvá-la e, pela primeira vez, ela se sentiu... Alguém. O que sentia por Dolph era toda a paixão avassaladora guardada dentro de si e, por mais que amasse seu marido, deixou-se entregar neste amor.  
Porém o destino desta paixão foi cruel, pois, no meio d caminho, estava a Segunda Guerra Mundial, nazista e impiedosa. Por mais que Walmar von Gotthard, marido de Kassandra, tivesse a prevenido que a guerra não teria misericórdia com seu amante e nem com seus conhecidos, ela não se afastou dele (sim, o marido soube do romance desde o começo!). E, bem... Ela não foi piedosa. O que aconteceu, foi uma surpresa para mim e você só saberá lendo o livro...
Depois, passados alguns anos, a história parte para a segunda geração: Ariana, filha de Kassandra. Caracterizada com muito delicada, pequena e meiga, sua personalidade é oposto: forte, corajosa e astuta. Eu não posso falar muito sobre ela, nem sobre o pai Walmar ou o irmão Gerhard, porque vou dar dicas preciosas sobre o livro... Mas posso simplificar: Ariana vai mostrar o que é ser uma mulher forte, mesmo sendo tão jovem. Ela passara por terríveis acontecimentos, mas conhecerá o amor de Manfred von Tripp, um soldado (não) nazista contrário a guerra que perdera tanto quando a menina, que lhe dará a coragem para continuar em frente depois de tudo o que passara.
E por fim, já nos EUA, vem a terceira geração que quase não aparece: Noel, filho de Ariana (e Manfred. Aêêê!). Ele aparece mais para mostrar como está a vida da mãe depois da guerra que já acabara há anos, assim como o resto do mundo. Muitas vezes, ele se torna um personagem coadjuvante e a história se foca novamente em Ariana, o que falhou muito: deveria ficar o tempo todo nele. Noel é, segundo as fala de Ariana, idêntico ao pai com exceção dos olhos azuis característicos da mãe (e da avó). É a parte mais curta da história, sem grandes acontecimentos. É apenas a conclusão.
Se me pedissem para resumir este livro em uma única palavra eu resumiria em “novela”. É uma tragédia do começo ao fim. Mas eu, noveleira como eu sou, amei todo o romance e dor das personagens, amei sua força, sua coragem, sua persistência, suas histórias, seus dramas... Belíssimo. Adoro romances deste tipo. Adorei o modo como a autora Danielle Steel escreve e adorei a história criada, mas eu acho que ela pecou (e muito) na parte em que Ariana conhece Paul. O que aconteceu... Eu fiquei indignada.
Mas nada é perfeito, a não ser o Manfred (kkkkkk). Brincadeira! Ele é bonitão e todo carinhoso, mas é da Ariana. Invejinha boa dela rs.        

domingo, 8 de janeiro de 2012

Marley & Eu, de John Grogan

Foto da capa Marley & Eu
Título Original
Marley & Me
Autor:
John Grogan
Origem:
EUA
Tradução:
Thereza C. R. da Motta e Elvira Serapicos
Editora:
Ediouro
Ano:
2005


John e Jenny tinham acabado de se casar. Eles eram jovens e apaixonados, vivendo em uma pequena e perfeita casa, sem nenhuma preocupação. Jenny queria testar seu talento materno antes de enveredar pelo caminho da gravidez. Ela temia não ter vindo com esse 'dom' no DNA, justamente porque matara uma planta, presente do marido, por excesso de cuidado - afogando-a. Então, eles decidiram ter um mascote. Vão a uma fazenda, escolhem Marley, ao tomar contato com uma ninhada, porque também ficam encantados com a doçura da mãe, Lily; depois têm uma rápida visão do pai, Sammy Boy, um cão rabugento, mal-encarado e bagunceiro. Rezam para que Marley tenha puxado à mãe, porém suas 'preces' não são atendidas. A vida daquela família nunca mais seria a mesma. Marley rapidamente cresceu e se tornou um gigantesco e atrapalhado labrador de 44 kg, um cão como nenhum outro. Ele arrebentava portas por medo de trovões, rompia paredes de compensado, babava nas visitas, apanhava roupas de varais vizinhos e comia praticamente tudo que via pela frente, incluindo tecidos de sofás e jóias. As escolas de adestramento não funcionaram - Marley foi expulso por ter ridicularizado a treinadora. Mas, acima de tudo, o coração de Marley era puro. Marley repartia o contentamento do casal em sua primeira gravidez e sua decepção quando sobreveio o aborto. Ele estava lá quando os bebês finalmente chegaram e quando os gritos de uma adolescente de dezessete anos cortaram a noite ao ser esfaqueada. Marley 'fechou' uma praia pública e conseguiu arranjar um papel num filme de longa-metragem, sempre conquistando corações ao mesmo tempo em que bagunçava a vida de todo mundo. Por todo esse tempo, ele continuou firme, um modelo de devoção, mesmo quando sua família estava quase enlouquecendo. Assim, eles aprenderam que o amor incondicional pode vir de várias maneiras.


Ontem, estava eu pesquisando “sabe-Deus-o-que” quando encontrei um site com o seguinte título: saiba por que Marley & Eu é o pior livro já escrito. Ele fazia uma série de críticas negativas contra o livro, censurando o modo como foi escrito e a história “de um cãozinho mal-educado que fazia bagunças e depois uma carinha de anjo para ser perdoado pelo casal maluco”. Eu cheguei à seguinte conclusão: este cara é mal-amado.
Está certo que a história já é conhecida: cachorrinho fofinho e agitado, casal jovem e despreparado, confusões intermináveis e muita emoção. Porém, estas histórias que demonstram o amor entre animais e humanos nunca poderão ser superadas. São elas que mostram a verdadeira amizade que jamais deverá ser esquecida ou substituída. Mostra o quanto amamos estes serezinhos de quatro patas e o quanto eles nos amam. Relembramos cada momento que passamos com eles, desde os mais insignificantes até os mais emocionantes. Não há como não pensar no seu próprio cão (ou qualquer outro animal de estimação) quando lemos Marley & Eu, por isso acho que o crítico não tinha coração (rsrsrs). Bem, ele tinha todo o direito de criticar o livro e tem certas coisas que eu concordo com ele, mas eu também tenho meus direitos. Não vou passar o site por razões de bom senso, então vamos ao livro.
John Grogan, o narrador, e sua esposa Jenny estão preocupados. John havia presenteado a esposa com uma planta, mas ela acabara matando-a por excesso de água. Aparentemente, isto não é um grande problema, porém o que aconteceria quando os filhos nascessem? Eles estavam claramente despreparados para cuidar de alguém, já acabaram matando uma planta! Por este motivo, John decidiu acrescentar à família um membro que exigia bem mais atenção do que um vegetal: um cachorro. Seria um modo de preparar Jenny (e a à si próprio) para seus bebês que um dia chegariam.
Foi assim que Marley juntou-se à família. John levou Jenny até uma fazenda que acabara de receber uma ninhada de labradores. O casal escolheu um cãozinho que tinha um preço estranhamente menor do que o resto de seus irmãos. Na saída da fazenda (ainda sem o novo membro, pois era preciso esperar que ele desmamasse), eles acabaram descobrindo o porquê do preço: acabaram por conhecer o pai da ninhada, um canzarrão que surgira do meio do mato babando, e tiveram o leve pressentimento de que seu novo cão não puxara a meiguice de sua mãe. Como já dito logo acima, Marley tinha o “gênio” de seu pai.
O nome Marley é uma homenagem ao cantor de reggae Bob Marley. O casal, enquanto testavam alguns nomes para seu cachorro, escutou no rádio uma música do ídolo e não tiveram dúvidas: seria Marley.
A partir daí, a história é sobre a boa e velha amizade entre o homem e o cão, porém com uma pitada de... “frustração” por parte dos donos. Marley era desobediente, muito agitado, sem limites e por mais que eles tentassem educá-lo, Marley era incontrolável. Um furacão de quatro patas (o “furacão” não foi um trocadilho, por mais que pareça). Bem, a graça está nestas partes loucas em que Marley quase leva à loucura seus donos e é impossível não se apaixonar por ele durante suas “façanhas”...
Sinto muito contar o final, mas ele chega a ser óbvio: Marley morre. Eu já não posso mais negar: chorei, e muito. Lembro até que eu terminara o livro no dia em que o Michael Jackson morreu, porque, quando o livro se tornou insuportavelmente triste, fui tentar assistir ao funeral e dei de cara com a filha do cantor chorando. Aí eu voltei para o livro e continuei a soluçar. Foi muito triste.
É no final que foi jogado na nossa cara o quanto somos seres mesquinhos. Quando Marley estava na clínica e John ao seu lado, este último se lembrou de todas as vezes que criticara Marley e antes que fosse tarde, disse ao seu cão o quanto ele era importante para a família e que nada do que dissera antes era verdade. Ele fora um grande cão, melhor do que muitas pessoas por ai. E não importava o que acontecesse, ele seria amado para sempre.
Esta é a questão do livro: o tempo. Passamos uma vida inteira ao lado de alguém, mas somente quando ela vai embora – somente quando nosso tempo acaba – é que damos valor a ela. John só conseguiu dizer o quanto Marley era importante para ele no último segundo da vida do cachorro. Não porque ele era insensível, mas porque foi somente naquele instante que ele se deu conta do que sentia. É uma dica do livro: não espere perder alguém para valorizá-la, diga a todo instante o quanto ela é importante antes que ela parta sem saber o que ela significava para você.
John Grogan era jornalista, então já estava familiarizado com a escrita, o que se torna bem óbvio durante o livro. Escreveu tão bem que conseguiu arrancar soluços da insensível aqui (coisa difícil me fazer chorar... Pelo menos do jeito que eu chorei). Este livro somente não entrou para os Tops porque existem outros muitos melhores, mas isto não significa que ele não seja bom e recomendável. Se quiser se emocionar, este é o certo.
Tenho que admitir: este livro mexeu comigo, fazendo com que eu valorizasse mais meu cachorro de nome criativo: o meu Fubá (minha mãe que escolheu). Fubá e Marley tem muito em comum: uma fome insaciável, agitados, “rueiros”, brincalhões, alegres... Mas o Fubá é um pouco mais agressivo do que o Marley (tanto que, quando eu saia para dar uma volta com ele pela minha rua, todo mundo entrava em casa e só saia quando nós voltávamos. Kkkk. Melhor assim. Ninguém nos perturba rs).
Lembro dos dias em que eu sentava na escada e nós dois brincávamos muito, eu chacoalhando-o de um lado para o outro e ele mastigando os meus dedos (era engraçado)... Lembro quando meu pai chegava do trabalho e nós gritávamos como loucas para que ele entrasse em casa, deixando meu pai estacionar o carro na garagem sem o risco dele fugir para a rua... Lembro quando tomávamos café da manhã juntos (ele sentava do meu lado e eu cortava um pão no meio: eu comia uma metade e ele a outra. Minha mãe ficava louca quando nos via ali...)... Lembro quando ele arremessou um poodle para o outro lado da rua (foi culpa do poodle! Nós dois estávamos deitadinhos na calçada, quietinhos, quando aquele bicho com “sangue no olho” surgiu do nada e avançou no Fubá. Ele só se defendeu: agarrou o poodle pelo pescoço e atirou ele longe. E depois a dona veio tirar satisfação comigo! Vai brigar com seu cachorro dona!)... Lembro... Ah! São muitas lembranças.
Mas o Fubá não mora mais comigo. Eu precisei me mudar para um apartamento e, como o Fubá é muito grande, não poderia vir conosco. O dia em que nos mudamos foi muito triste: ele sabia que o deixaríamos para trás. Ele nos olhava com uma cara tão infeliz... Eu queria muito ter dito a ele que queria que ele fosse conosco, que eu sentia muito ter que deixá-lo para trás, que ele era importante e que eu o amava demais. Mas eu não disse e me arrependo disso. Se ele morrer neste exato instante (que Deus não me ouça), ele nunca saberá o quanto foi importante para mim.
Hoje, ele mora com minha tia na minha antiga casa. Tem amigos novos e gente para amá-lo, o que me reconforta. Está bem mais magro e não me parece o mesmo de antes... Ele parece estar sempre triste... Infeliz.
Mas eu estou mais. Um amigo como o meu Fubá eu nunca terei. Deveria ter dado mais valor a ele quando estávamos juntos, mas, assim como o John com o Marley, só me dei conta disso depois que me separei dele. Fubá foi o melhor amigo que eu já tive.
Meu Fubazinho... kkk
Bem, este texto ficou extremamente emocional, mas não tive como evitar. Marley & Eu é um livro emocionante. Vale a pena pelas partes engraçadas, mas acima de tudo pelos sentimentos que afloram em nós. Fará com que eu me lembre de Marley, mesmo não tendo conhecido, e fará com que eu me lembre do Fubá, meu grande companheiro de escada e briga de rua (rsrsrs).
Esta é a dica de hoje: “não espere perder alguém para valorizá-lo”. 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...