quinta-feira, 29 de março de 2012

Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida

Capa "Memórias de um Sargento de Milícias"
Título Original:
Memórias de um Sargento de Milícias
Autor(a):
Manuel Antônio de Almeida
Origem:
Brasil
Tradução:
*livro nacional*
Editora:
Globo
Ano:
1852



Atendendo aos pedidos, hoje falarei sobre o livro “Memórias de um sargento de milícias”, de Manuel Antônio de Almeida, passado pelo meu professor de literatura como livro obrigatório. Detalhe: a prova é amanhã (rs). 

Ambientado no Rio de Janeiro do século XIX, “no tempo do rei” (fazendo referência à época em que a família imperial fugiu para o Brasil) será narrada a história de Leonardo e, apesar de se chamar “memórias de um sargento de milícias”, o narrador não é o protagonista. 

A história começara contando como seus pais, Leonardo-Pataca e Mariazinha, se conheceram em um navio que ida de Portugal para o Brasil. Depois de algumas “pisadelas e beliscões”, nasce Leonardo. 
Interrompendo um pouco a história, queria chamar a atenção do leitor para o modo como o autor escreve: muitas vezes (na verdade, no livro inteiro), ele corta um evento, explica outro, volta para aquele evento, corta de novo... E por ai vai. No começo, é muito exaustivo e confuso, o que faz com que muitos parem de ler, mas depois você irá se acostumar... 
Voltando à história, depois do nascimento de Leonardo, é decidido quem será sua madrinha: não pode ser ninguém menos do que a parteira, a comadre de toda a cidade. A mulher, que de boba não tem nem a cara, convence Mariazinha a chamar como padrinho um barbeiro que ela desconfia guardar alguma fortuna. Apesar de Leonardo-Pataca querer como padrinho de seu filho o major Vidigal (grande major... o major era o grande chefe de policia que representa a ordem no Rio de Janeiro. Era o terror das ruas), cede à vontade de sua esposa, já que tem um fraco por mulheres. Atenção! Guarde estas duas personagens (o compadre e a comadre, pois serão cruciais para a história)! 
Decididos os padrinhos, partamos para a festa de batizado! Querendo que o evento fosse memorável, Leonardo-Pataca tenta algo semelhante às festas das cortes, mas falha absurdamente: o povo brasileiro não está acostumado com esta disciplina toda e, depois de algum tempo, os convidados trocam a elegância por uma boa algazarra, com muita música e farra (até o próprio Leonardo-Pataca chega a tocar uma modinha). Esta festa, como todas as outras que serão narradas, são apenas uma amostra do costume da época (e uma amostra de que brasileiros gosta de bagunça desde que se lembram por nação). 
Mas nem tudo se manteve em festa: quando Leonardo ainda era bem pequeno, Leonardo-Pataca descobriu que Mariazinha andava de “pisadelas e beliscões” com outros homens. Um dia, Leonardo-Pataca chega em casa mais cedo e vê um homem fugir pela janela. A briga é tão feia que até mesmo o Leonardinho é ferido: seu pai dá-lhe um chute que o faz atravessar a sala. Desesperado, o menino corre até a barbearia de seu padrinho e fica agarrado em suas pernas até que o compadre vá á casa de Leonardo-Pataca e descubra tudo o que aconteceu. O desfecho foi cruel para nosso protagonista: Mariazinha foge com um capitão de um navio e Leonardo-Pataca, completamente humilhado, se esquece do próprio filho e se joga na vida. 
Quem cuidará agora de Leonardinho será seu padrinho, o barbeiro. Este faz grandes planos em relação ao menino: sonha em torná-lo clérigo (para quem não sabe o que é clérigo, são sacerdotes, pessoas envolvidas com a religião). Mas coitado do padrinho, Leonardo não nascera para esta vida... Era desobediente, rebelde, odiava regras e odiava ainda mais que o obrigassem a cumpri-las. Era um “endiabrado”, nas palavras de sua vizinha fofoqueira. Seu padrinho até tentara colocá-lo na escola, mas foi em vão. Leonardo desistiu. 
Atenção para a figura da escola: segundo o autor, a escola ficava em uma rua estreita, era um ambiente escuro e alunos de todas as idades ficavam em uma mesma sala. E ainda assim, somente quem tinha dinheiro, estudava na escola. Estranho não? 
Leonardo simplesmente não tinha jeito: um dia, fugira com dois ciganos para uma festa e só voltara no dia seguinte; começara a frequentar uma igreja apenas para fazer travessuras com um amigo, mas fora expulso depois de pregar uma peça com o padre (o padre tinha um caso amoroso com uma cigana e dormia na casa dela. No dia de uma cerimônia, Leonardo trocara os horários para que o padre chegasse atrasado e todos ficassem muito desconfiados dele); empacara nas letras, apesar de todos os esforços de sua madrinha para fazê-lo aprender a ler. E o compadre ainda sonhava que ele seria clérigo e mais: ainda iria para Coimbra, a grande universidade portuguesa! 
Mas hei que Leonardo cresceu. Durante sua infância e adolescência, seu padrinho lavava-o para visitar uma amiga dele: D. Maria. Durante muito tempo, as visitas eram tediosas e irritantes, mas um fato mudou tudo: a sobrinha de D.Maria, Luizinha, passaria a morar com a tia. Bem... Já dá para saber o que aconteceu: foi o primeiro amor de Leonardo. Ajudado pela sua madrinha, Leonardo está decidido a se casar com Luizinha, mas chega um rival em potencial: Joaquim Manoel, um homem traiçoeiro que está de olho na fortuna que D.Maria irá deixar para Luizinha depois de sua morte. 
Deixando um pouco Leonardo e lado, partimos para o pai dele. Leonardo-Pataca andava “enrabichado” por uma cigana, mas a mulher tinha um caso amoroso com o padre (o mesmo padre que expulsara Leonardinho pela brincadeira na cerimônia). Visando separá-la de seu par, Leonardo arma uma cilada para o padre: em uma festa da cigana, onde o padre estaria, Leonardo contra o negro Chico-Juca para armar uma briga, o que atrairia a atenção do major Vidigal, o grande chefe de policia que representa a ordem no Rio de Janeiro, para o local. No final da festa, o padre foi preso e todos ficaram sabendo de seu pecado (foi a fofoca do ano). Leonardo-Pataca então consegue o que queria: a cigana. Mas depois de um tempo, ele se separa dela e se casa com a filha (ou a sobrinha, pois no livro ela foi apresentada dos dois jeitos, não há como saber o que ela realmente é) da comadre. 
Voltando ao Leonardo, um fato muito triste ocorrera: o compadre morrera. Como suspeitava a comadre, ele mantinha um dinheiro guardado (dinheiro que ele desviara de um capitão para o qual trabalhara durante uma viagem. O capitão pedira ao compadre para entregar o dinheiro para sua filha, mas o compadre...). Sem para ter onde ir, Leonardo vai morar com seu pai, já casado com a filha da comadre. Infelizmente, esta e Leonardinho não se bicavam. 
Um dia, em uma briga por causa de uma almofada, Leonardinho é ameaçado pelo pai com uma arma. Ainda traumatizado pelo chute que levara quando era menino, Leonardinho foge de casa e encontra um velho amigo seu. Junto com este amigo, está Vidinha, uma mulata que “rouba seu coração”. Já completamente esquecido de Luizinha, Leonardo passa muitos dias com a família de Vidinha. 
Entretanto, Vidinha não era apenas o desejo de Leonardo: outros dois primos dela estavam de olho na moça. Completamente enciumados pela aproximação de Leonardo e Vidinha, os dois armam para que Leonardo seja levado pelo major Vidigal, mas não se sabe qual era seu destino: desesperado, Leonardo foge do Vidigal. 
O fato era inédito: pela primeira vez, alguém escapava do major. Seu nome vira motivo de piada, o que fere sua honra. Leonardo agora está na lista do major. 
Depois deste incidente, outro problema surge para Leonardo: ele precisa arrumar um emprego. Porém, com a ajuda de sua madrinha, ele consegue, mas novas confusões: em seu trabalho, há uma bonita moça casada com um homem bem estranho (eu, pessoalmente, não entendi com as descrições do autor, acho que ele queria dizer que o cara era um brutamonte). Com pena da moça, Leonardo leva, na maior inocência, um prato de sopa para casa dela, mas neste momento chega o marido e bota Leonardo para correr. Vidinha, ao saber disso, fica louca de ciúmes e vai até a casa da mulher tirar satisfações. Leonardo tenta impedi-la, mas, enquanto se encaminhava para a casa da moça, é barrado pelo major Vidigal! Ele até tenta fugir, mas o major o impede. A coisa fica feia... 
De repente, Leonardo some. Durante este sumiço, a história é contada a partir da visão de Vidinha. No começo, ela fica preocupada com o destino de nosso protagonista, mas depois passa a raiva e depois a ignorá-lo. O que ela (e nem ninguém) esperava era que Leonardo aparece novamente já de fardo, um soldado! 
Pois bem, major Vidigal fizera de Leonardo um soldado, mas como já sabemos, o homem é “de maus bofes”: sua primeira falha foi em um evento onde devia estar de vigia para estragar uma festança, ele se entrega ao “ritual”. O outro é o mais importante, envolvendo sua própria família: o objetivo do major era pegar um fanfarrão, o Teotônio, que estaria na festa de batizada da filha do Leonardo-Pataca e de sua mulher. Como era da família, Leonardo ficaria de vigia dentro da casa para avisar o major quando o homem sairia, mas, ao ver aquele homem divertindo toda a sua família, Leonardo se arrepende de sua tarefa e conta tudo o que o major Vidigal planejava. Juntos, Teotônio e Leonardo armam um plano para o primeiro fugir e obtêm êxito. 
Mas o major descobre a colaboração de Leonardo no plano depois que um boca-aberta burro vem parabenizar nosso protagonista “pelo seu bom coração e por ter livrado Teotônio das garras do Vidigal”. Ensandecido, o major prende Leonardo e seu castigo será irremediável: chibatadas em praça pública. 
Desesperada, a comadre procurará salvar seu afilhado e para isso contará com D.Maria e uma antiga paixão do Vidigal, Maria Regalada. Depois de algumas negociações (sendo que no final ficaria decidido que o major passaria a morar com a Maria Regalada), Leonardo foi solto. 
Não foi só solto como também promovido à sargento! Estava com a vida feita, mas o Leonardo não se contentou. Tinha um assunto para terminar: Luizinha. 
Durante toda a saga de Leonardo, Luzinha se casara com Joaquim Manoel, mas o homem acabara por morrer antes de D.Maria, deixando a menina viúva. Muito feliz, Leonardo vai até Luizinha e a pede em casamento, mas como um sargento não pode se casar, pede outra promoção ao Vidigal: que o torne sargento de milícias, só assim poderá “juntar-se à sua amada”. O major, que apesar de tudo era muito afeiçoado ao Leonardo, cedeu sem pensar duas vezes. A história termina com Leonardo e Luizinha se casando e Leonardo-Pataca entregando ao filho a herança deixada pelo compadre. 
Apesar de ser contra meus princípios fazer resumos, impedindo que as pessoas leiam os livros, abri uma exceção desta vez para que aqueles que não conseguiram ler os livros tenham uma pequena chance amanhã na prova (mas não acostumem rs). Este romance (porque, apesar de não ser totalmente de amor, ou popularmente conhecido como história de água-com-açúcar, é um romance) tem dois lados: o lado da ordem, onde estão o major Vidigal, D.Maria, a comadre e o compadre, e o lado da desordem, onde ficam Vidinha, Chico-Juca e o Teotônio. O lado da ordem representa a estabilidade enquanto o outro é justamente o contrário, porém a linha que separa os dois é muito fina: o major, por exemplo, deixa-se levar por uma paixão antiga e acaba libertando Leonardo no fim da história. Esta história também é uma grande sátira dos outros romances: enquanto os outros apresentam homem bons e puros, que conquistam o que querem com o próprio esforço, Leonardo é malandro e só consegue o que quer através de seus protetores. Seria esta a ideia de brasileiro de Manoel Antônio de Almeida




domingo, 25 de março de 2012

1984, de George Orwell

Título Original:
1984
Autor(a):
George Orwell
Origem:
Reino Unido
Tradução:
Wilson Velloso
Editora:
Companhia das Letras
Ano:
1949

Não posso deixar de dizer que este livro me deu certo medo... Imagine uma sociedade sem liberdade em absolutamente nada, sempre vigiada e controlada, até mesmo em seus pensamentos. Que terror! Meu conforto é saber que o ano de 1984 já passou (hahahahaha).

A história terá como protagonista Winston Smith, que trabalha no Ministério da Verdade (órgão do governo que controla todas as informações que virão a público). Ele mora na Pista N° 1, que seria a atual Inglaterra, mas que agora faz parte da Oceania (estranho não? Louco até!), vivendo sob a ditadura do Grande Irmão (Big Brother). Sua rotina é basicamente modificar notícias para que todas sejam favoráveis ao governo e ignorar a verdade.

Não podemos esquecer comentar sobre aqueles breves minutos do dia em que todos (absolutamente todos) devem parar o que estão fazendo para assistir um vídeo que ataca Goldstein (o traidor) e glorifica o Grande Irmão. A cena chega quase a ser engraçada, pela histeria das pessoas quando aparece a imagem do inimigo.
Também não podemos deixar de falar sobre as televisões: sim, estes lindos aparelhos que estão em suas salas encarando vocês, na vida de Winston, elas são verdadeiros horrores. Não podem ser desligadas (apenas diminuir o volume), passam apenas propagandas do governo e (o mais impressionante) te vigiam, ou seja, até mesmo em suas casas, as pessoas são controladas. Imagine um horário político continuou que jamais pode ser interrompido que fica te encarando! Isso é o pesadelo vivo!
Há outros detalhes desta sociedade esquisitos, mas são desnecessários no momento. Estes comentados acima são apenas um aperitivo para o que este livro reserva.
Winston vivia “normalmente”, de acordo com as regras, quando começa a perceber o controle doentio que o domina. Como uma forma de combater este domínio, Winston compra um caderno que se transformará em seu diário (importante! Não se esqueça deste diário!) onde tentará colocar todas as suas memórias. Entretanto, ele acaba notando que não se lembra de quase nada do tempo antes deste governo autoritarista: sua memória estava sendo apagada sem ele perceber.
Novas mudanças vão ocorrendo, como a súbita atração de Winston por uma colega de trabalho, Júlia. Ela faz parte de um grupo de jovens aderentes à castidade e pureza, por isso andam com faixas vermelhas na cintura indicando quem são. Por menor que seja esta fita, Winston terá um trabalho árduo para atravessa-la e chegar até Júlia sem que as autoridades percebam (afinal, o sexo é considerado crime).
Outra mudança (esta ainda mais importante) será a aproximação de Winston e O’Brian, um homem importante, membro do Partido Interno. Winston desconfia que O’Brian, assim como ele, é contrário a este governo e é um seguidor de Goldstein. Desesperado para se ver livre, Winston pedirá ajuda à O’Brian, mesmo correndo um grande risco de ser descoberto e acusado de traição.
Bem, para finalizar, não posso deixar de comentar o que acontecia com os traidores: eles simplesmente somem e são esquecidos. Em determinado momento, Winston se lembra de um colega que de repente desapareceu do trabalho e, como diziam as regras, nada foi comentado a respeito. Winston sabe que este poderá ser seu fim (ser jogado no esquecimento) se for pego durante sua fuga para a liberdade...
No ano em que foi escrito 1984, a Europa acabava de sair da Segunda Guerra Mundial, o que nos leva a concluir que o livro é uma crítica ao governo autoritarista. George Orwell expõe para seus leitores um futuro que poderia ter sido real se a sociedade não tomasse cuidado com quem cuida do poder. Felizmente, este futuro não se tornou nosso presente.
Uma obra-prima! Li o livro em 2010, emprestado pelo meu professor de literatura, e lembro-me de que não conseguia largá-lo. Há um lado todo psicológico por trás da história, mas somente quem lê-la entenderá.E adorará!
Para finalizar, quero fazer um agradecimento especial à uma grande amigo meu (ou não tão grande assim, porque ele é baixinho ahahahahahaha), Gustavo. Ele me emprestou seu livro para que eu tirasse uma foto para o blog, o que foi muita consideração da parte dele (rsss). Ele tem um blog sobre cinema, mas no momento está praticamente abandonado (mas, se vocês quiserem dar uma olhadinha: http://allfilmesblog.blogspot.com.br/). Neste momento, ele está lendo 1984 em inglês a pedido de seu professor (seu nerd ¬¬). Obrigada de coração, Gu!
Beijo, pessoal!

P.S.: eu sei que esta postagem ficou mal-escrita e confusa, mas hoje eu estou com uma preguiça dos demônios... Desculpe aos meus leitores!   
P.S.2: foi baseado neste livro que surgiu o reality show Big Brother Brasil. Geogr Orwell deve estar se revirando no túmulo quando vê o que seu romance originou! 


sábado, 17 de março de 2012

As Brumas de Avalon - Livro 1: A Senhora da Magia - , de Marion Zimmer Bradley

Capa As Brumas de Avalon
- Livro 1: A Senhora da Magia
Título Original:
The Mists of Avalon
Autor(a):
Marion Zimmer Bradley
Origem:
EUA
Tradução:
Waltensir Dutra
Editora:
Imago
Ano:
1982

Se há um livro onde eu passei um ódio mortal, foi em “As Brumas de Avalon”. Não por causa da história, mas graças a uma personagem em especial: Guinevere (no livro, com outro nome: Gwenhwyfar; acredito que este seja seu nome original). Uma bruxa cega de devoção que faz tudo o que pode para atrapalhar Morgana (a principal que, apesar de ser sempre retratada como uma bruxa em outras historias, nesta é dita como uma fada), virar o rei Arthur contra Avalon e conquistar Lancelote com sua consciência dizendo o tempo todo que isso é um pecado. Logo na primeira cena em que ela aparece, já mostra seu espírito fraco e acaba com a rápida alegria de Morgana. Felizmente, neste primeiro livro, ela não aparece tanto quanto nos outros quatros.
O livro começa com Igraine, mãe de Morgana, que acaba de receber a visita de Viviane, sua irmã e sacerdotisa-mor de Avalon, e de Merlin (meu Deus! Se alguém não souber quem é Merlin, por favor, se enterre!). Igraine recebe então a missão da Senhora do Lago de dar à luz ao Grande Rei que comandará toda a Bretanha, protegendo-a dos saxônicos e impedindo que Avalon (e tudo o que representa) caia no esquecimento. Igraine é casada com o rei da Cornualia, Gorlois, mas não será ele o pai do Grande Rei: deverá ser Uther Pedragon, que será escolhido com o Grande Dragão (até onde eu entendi, o Grande Dragão é o rei dos reis). Igraine então cai em um dilema: mantém-se fiel ao seu marido em nome da honra ou aceita a missão em nome de sua Deusa?
Esta é uma parte que vale a pena do livro: o romance que vai “rolar” entre Igraine e Uther. É um romance bem adolescente, do tipo: “Oh! Nós nascemos um para o outro!”. A diferença de As Brumas de Avalon para “Crepúsculo” são os elementos de magia bem mais dignos de serem chamados de místicos, os momentos em que o casal fica entre o amor e o dever (lindo!), a sempre presente sensação de dever de Igraine e a sombra do poder em Uther e, por fim, a pedra no sapato chamada “Gorlois”. Não é preciso dizer que o rei da Cornualia ficará muito bravo quando o Grande Dragão “furar seus olhos” e conquistar sua esposa, o que acarretará em uma briga feia entre os reis.
Morgana já era nascida, mas como a história se concentrava no relacionamento de Igraine e Uther, foi deixada de lado. Ela retornará a aparecer quando finalmente nascer o fruto da traição de sua mãe: Arthur. Igraine ficará tão obcecada pelo seu novo marido Uther (spoilers-mor!) que se esquecerá completamente dos dois filhos, deixando então o pequeno Arthur aos cuidados de Morgana. Criou-se assim um vínculo entre os dois.
Partindo alguns anos para frente, será explicado como Morgana partiu com sua tia Viviane para Avalon, onde começará os treinamentos para se tornar uma sacerdotisa. Aprenderá tudo sobre a Deusa e sobre a Visão (que eu levei quase metade do livro para entender o que significava, apesar de ser muito óbvio). É em Avalon que conhecerá o filho de Viviane, Galahad, mas que prefere ser chamado de Lancelote. Logo na primeira cena, “rola” um clima entre os dois, mas é então que a aparece (the bitch) Gwenhwyfar, toda linda e inocente, e rouba o coração de Lancelote. Apesar de todo o bom coração de Morgana, a inimizade entre as duas é certa (e o meu ódio, que já começou a crescer aqui). 
Com todos os personagens principais presentes, a história seguirá para o momento em que a profecia da Senhora do Lago começa a se cumprir: Arthur se torna o Grande Rei (óbvio). Agora, outra missão será colocada por Viviane, desta vez para Morgana. Uma missão de suma importância, que decidirá o destino de cada pessoa que vive em Avalon e na Bretanha. A Deusa depende do seu sucesso, mas será que Morgana conseguirá deixar de lado aquilo que ela mais preza em sua vida para alcançar seu objetivo?
Eu tenho que parabenizar a autora Marion Zimmer Bradley pela sua incrível capacidade intelectual e por ter conseguido criar uma personagem tão hedionda quando Guinevere. O livro quase chega a perfeição, já que conseguiu fazer meu sangue ferver com o fanatismo desta personagem. Mas não posso só falar de Guinevere, tenho também que falar sobra a guerreira Morgana, que apesar de todos os tombos terríveis, sempre se levantou e mostrou o que é ser mulher de verdade. Este é o principal ponto do livro: mostrar o que é ser mulher na época em que o machismo estava em seu auge. Fala também muito sobre a religião, no medo que ela causava, em fanatismo, em paganismo, em guerras religiosas, em bruxaria e afins, sempre no ponto de vista das mulheres, o que se tornou levemente falho, já que nunca sabemos qual o ponto de vista do próprio rei Arthur sobre tudo o que se desenrola a sua volta (e isto faz dele um “banana”). 
Este foi o primeiro livro “forte” que eu li. Eu estava no sétimo ano e meu nível intelectual não era muito páreo mais este tipo de leitura, por isso fiquei muito chocada em algumas “cenas” (sem contar que eu não entendia muita coisa). Marcou-me bastante. Pretendo reler a história daqui a alguns anos, quem sabe eu não sinta tanto ódio...
Beijos e até o próximo livro!

domingo, 11 de março de 2012

Coração de Pedra, de Charlie Fletcher

Capa "Coração de Pedra"
Título Original:
Stone Heart
Autor:
Charlie Fletcher
Origem:
Reino Unido
Tradução:
Euda Lidia Cavalcante Luther
Editora:
Geração Editorial
Ano:
2007


Nas profundezas da cidade, uma força foi acordada, algo tão antigo que as pessoas têm passado por ali há séculos sem notar nada... George Chapman vive em Londres, é um menino de 12 anos, introvertido e infeliz na escola. Um dia, num passeio ao Museu de História Natural, ele quebra, num impulso de raiva, a cabeça de um dragão de pedra. Esse acontecimento provoca, num universo paralelo que só o próprio George pode ver, uma guerra violenta entre estigmas (estátuas de bestas mitológicas) e cuspidos (estátuas de seres humanos). Perseguido nos corredores do museu por um pterodáctilo assustador, George mal pode imaginar o que ainda o espera... 

Olá leitores! Desculpem a demora da postagem, mas neste final de semana eu fui viajar com meus pais e, apesar de ter levado o notebook, tive uma crise (traumatizante) de choro e fiquei muito mal. Não se preocupem (se é que vocês estão preocupados rsss), eu já estou resolvendo este meu problema psicológico. Porém, como eu ainda tenho as “sequelas” do meu ataque nervoso, escolhi um livro bem fácil para ser comentado: “Coração de Pedra”. 
George Chapman, um menino londrino de 12 anos, está no Museu de História Natural quando é castigado graças a uma armação de seus colegas. George sempre foi um menino introvertido, principalmente depois do que ocorreu com seu pai, por isso nunca se deu bem com os outros alunos. O menino então, irritado pela punição, sai do museu e, em um ataque de fúria (eu te entendo George...), quebra a cabeça de um dragão de pedra. Subitamente, ele ouviu um som estranho e, quando olhou, deparou-se com a estátua de um pterodáctilo encarando-o. 
Em um primeiro momento, não acreditou ser verdade, mas quando o ser levantou voo e jogou-se em sua direção, George entendeu que a “coisa” estava viva. Ele lançou-se em uma corrida desenfreada pelas ruas de Londres, buscando desesperado salvar-se de uma estátua, porém as coisas pioraram: no momento em que ele passa na frente de um monumento com estátuas de salamandras, estas últimas começam a perseguir George também. 
George correu o máximo que pode, até ser encurralado em uma praça. Parecia o fim. Mas, subitamente, algo (ou alguém) pula em sua frente para defendê-lo. Era o Artilheiro. Quando ele dá um jeito nas estátuas que perseguiam George, explica a ele que o menino ultrapassara uma dimensão assim que quebrara a cabeça do dragão e agora estava no meio de uma guerra entre os estigmas (criaturas mitológicas em forma de estátuas) e cuspidos (humanos-estátuas). 
Para reverter o processo, George precisava colocar a cabeça do dragão no Coração de Pedra (seja lá o que for isso), contando com a ajuda do Artilheiro e da misteriosa Edie, uma garota que também pode ver a guerra entre as estátuas, além de todos os cuspidos. Porém, além dos estigmas que o perseguem, George precisa tomar cuidado com um misterioso homem conhecido como O Caminhante. O tempo corre contra eles, por isso George precisa encontrar logo o Coração de Pedra antes que fique preso eternamente entre cuspidos e estigmas. 
Este é um livro bem infanto-juvenil, mas muito interessante. A ideia é supercriativa, mas faltou um pouco de... “Profissionalismo”. É bem fraquinho, livro para pré-adolescentes, mas não deixa de ser original. Quem quiser ler, procure ser em um momento em que não esteja fazendo nada e não tenha nada melhor para ler. Só mais uma coisa: o autor, Charlie Fletcher, bem que podia se apressar e escrever o segundo livro. Quando li Coração de Pedra, eu estava no sétimo ano do ensino fundamental. Estou no segundo colegial e o cara ainda não lançou o livro dois. Espero que esteja muito bom, porque esta demora é imperdoável (rsss). 


P.S.: vocês devem estar se perguntando: “se o livro não é lá estas coisas, por que quer ler a continuação?”. Oras, eu não posso criticar uma saga se não terminei de lê-la não é? Quero ler a continuação para ter uma opinião sobre a coleção (e também por curiosidade). Beijos e até o próximo livro!        

sexta-feira, 2 de março de 2012

Fortaleza Digital, de Dan Brown


Capa "Fortaleza Digital"
Título Original:
Digital Fortress
Autor:
Dan Brown
Origem:
EUA
Tradução:
Carlos Irineu da Costa
Editora:
Sextante
Ano:
1998


Antes de estourar no Finteiro com O Código Da Vinci, Dan Brown já demonstrava um talento singular como contador de histórias no seu primeiro livro, Fortaleza Digital, lançado em 1998 nos Estados Unidos.
Muitos dos ingredientes que, anos depois, fariam com que o autor fosse reconhecido como um novo mestre dos livros de ação e suspense já estavam presentes no seu romance de estréia: a narrativa rápida, a trama repleta de reviravoltas que prendem o leitor da primeira à última página e o fascínio exercido por códigos secretos, criptografia e enigmas misteriosos.
Em Fortaleza Digital, Brown mergulha no intrigante universo dos serviços de informação e ambienta sua história na ultra-secreta e multibilionária NSA, a Agência de Segurança Nacional americana, mais poderosa do que a CIA ou qualquer outra organização de inteligência do mundo.
Quando o supercomputador da NSA, até então considerado uma arma invencível para decodificar mensagens terroristas transmitidas pela Internet, se depara com um novo código que não pode ser quebrado, a agência recorre à sua mais brilhante criptógrafa, a bela matemática Susan Fletcher. 
Presa numa teia de segredos e mentiras, sem saber em quem confiar, Susan precisa encontrar a chave do engenhoso código para evitar o maior desastre da história da inteligência americana e para salvar a sua vida e a do homem que ama.

Tenho que admitir que um pedaço do livro (aquele em que explica toda a ideia mirabolante da trama) eu não entendi. Este livro envolve muitos códigos, termos de computador e nomes complexos demais para a minha cabeça leiga de adolescente. Eu nem me dei ao trabalho de tentar compreender todas as palavras que os personagens usavam, só peguei o básico do desfecho. Tirando toda esta complexidade, este livro foi muito bom! Em especial as partes de David Becker, porque envolviam mais ação do que explicações (e porque ele é “o” cara). 
A personagem é a inteligente e belíssima Susan Fletcher, que trabalha na maior e mais poderosa organização de inteligência do mundo, a NSA (Agência de Segurança Nacional, mas não me pergunte qual o nome original). Ela sonhava com seu lindo noivo, David Becker, às vésperas de uma viagem a sós, quando recebe uma ligação deste último desmarcando a viagem por um misterioso motivo. Antes que pudesse pensar sobre o que estava acontecendo, Susan foi convocada às pressas por seu chefe, Trevor Strathmore, para se dirigir ao laboratório de criptografia da NSA, pois havia um grave problema que colocaria a agência em risco. 
A NSA, visando proteger o país contra atentados, criara uma poderosa máquina decodificadora de códigos que abria todos os e-mails que circulavam pela internet à procura de palavras-chaves que indicassem um possível ato terrorista. É o TRANSLTR. Em questões de segundo, ele quebrava qualquer código. Pois bem, quebrava. Naquele dia, o enorme computador deparou-se com um código impossível de ser quebrado, criado pelo brilhante Ensei Tankado com um propósito: que a NSA divulgasse a existência do TRANSLTR para o mundo, caso contrário, Ensei Tankado venderia para as grandes empresas um programa de computador que, instalado nos e-mails, impediria que o TRANSLTR invadisse-os. Ensei Tankado já trabalhara para a NSA, por isso sabia sobre o supercomputador, mas era contrário à sua existência – segundo ele, era uma invasão de privacidade das pessoas, mesmo que o objetivo fosse procurar por terroristas. Ensei nomeou seu programa como Fortaleza Digital. 
Quando Strathmore contou esta história para Susan, ela viu toda a NSA desabar bem na sua frente. Se Ensei revelasse o segredo da agência, os EUA ficariam vulneráveis e à mercê de ataques terroristas. Porém, havia uma solução: uma chave que quebraria o tal código indecifrável. Então, era só encontrar Ensei Tankado, pegar a chave e... Mas há outro “porém”: Ensei Tankado morrera naquela manhã, de ataque cardíaco, na Espanha. 
Foi nesta conversa com Strathmore que Susan descobriu o que aconteceu com David: foi seu chefe que o “raptara”, enviando-o à Espanha. A missão de David era encontrar o corpo de Ensei e trazer todos os seus bens, trazendo assim a tal chave. Obviamente, Susan ficou furiosa, mas ainda assim era uma questão de proteger uma nação inteira. Mas, até onde Strathmore sabia, havia outra chave, com alguém de codinome North Dakota. Ele e Ensei trocavam muitos e-mails sobre o projeto do Fortaleza Digital e, caso alguma coisa acontecesse com Tankado, North Dakota tinha carta branca para liberar Fortaleza Digita na internet. Entrava então o objetivo de Susan Fletcher: descobrir quem era North Dakota. 
Tudo parecia ser fácil no começo, Susan descobrindo uma chave e David, a outra. Até que alguns imprevistos começaram a aparecer: mesmo sendo sábado e a agência estando fechada, alguns funcionários da NSA apareceram no laboratório. Susan e Strathmore precisam manter segredo sobre o código, mas será difícil quando todos têm acesso ao TRANSLTR. E David, quando chegara ao necrotério e vira o corpo, descobrira que um pertence de Ensei sumira. Tudo indicava que havia mais gente atrás da chave. Mas até que ponto chegaria a ambição delas? 
O fim foi bem inesperado... Apesar de ter desconfiado do inimigo desde o inicio, o desfecho foi surpreendente. Claro, eu adorei o romance entre a Susan e o David, mas achei que Dan Brown podia ter explorado um pouco mais e explicado o porquê a relação deles ficou instável depois que David foi promovido em sua profissão. Senti falta de um pouco mais de “paixão” na relação deles. E quanto à história, sem críticas (com exceção daquela parte complexa que somente pessoas entendidas de informática compreenderiam). 
Este, por enquanto, foi o último livro que eu li de Dan Brown. O próximo objetivo é Anjos e Demônios (mas quem sabe, o Código da Vinci... Mas depois de todos os códigos de Fortaleza digital, gostaria de algo mais prático). 
Até o próximo livro!
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