Título Original:
Winter of the World
Autor(a):
Ken Follet
Origem:
Inglaterra
Inglaterra
Tradução:
Fernanda Abreu
Fernanda Abreu
Editora:
Arqueiro
Arqueiro
Ano de publicação:
2012
Inverno do Mundo é o segundo livro da trilogia “O Século” e
relatará os grandes acontecimentos da Segunda Guerra Mundial sob o ponto de
vista das cinco famílias protagonistas do romance anterior. Para quem não
lembra muito bem ou não leu “Queda de Gigantes”, um rápido flashback e um “tome
vergonha, porque este livro é maravilhoso”.
Billy Williams é um jovem galês de treze anos que começa sua
vida de minerador, mas será um grande soldado durante a Grande Guerra. Ele é
irmão da linda, inteligente e confiante Ethel, que trabalha na mansão de Ty
Gwyn, pertencente ao jovem e conservador conde Fitzherbert. Ambos têm uma
paixão avassaladora um pelo outro, porém Fitz é casado e teme perder seu
prestígio. Portanto, quando Ethel descobre estar grávida, Fitz a manda embora. Este
último é irmão da moderna e vistosa Maud, que é apaixonada pelo amigo alemão de
seu irmão, Walter von Ulrich. Obviamente, quando a guerra começar, Fitz e
Walter ficarão em frentes opostas. Maud e Walter se casam antes da guerra
começar, o que irá enfurecer Fitz quando descobrir e fará os irmãos cortarem
relações. Já na distante Rússia, Grigori Peshkov sonha em viajar para os EUA,
onde poderá ter uma vida melhor, mas seu irmão Lev, inconsequente e audacioso,
precisa fugir da polícia e parte no lugar de Grigori, deixando para trás a
mulher que seu irmão ama grávida. Já nos EUA, Lev ficará em Buffalo, onde será choffer
de Olga e seu amante. Entretanto, ela estava prometida a Gus Dewar, que apesar
da inteligência, dá a entender que é um “banana”. Gus, entretanto, logo esquece
Olga e começa uma leve relação com Rosa, uma bela jornalista.
Estas pessoas cruzam na vida umas das outras e estão intrinsecamente
ligadas à Grande Guerra. Para quem quer entender o que aconteceu naquele
período sem se perder nos detalhes sórdidos e com um bom toque de romance, este
é o livro indicado.
Já Inverno do Mundo continuará com os filhos dos personagens
citados acima. Começará com a jovem Carla von Ulrich quando o Terceiro Reich
assume a Alemanha. Ela tem uma grande personalidade como a mãe, sonha em ser
média e é apaixonada pelo irmão de sua melhor amiga Frieda, Werner. Seu irmão
Erik que é um imbecil cego e Maria-vai-com-as-outras está superentusiasmado,
pois é aliado do partido nazista. Paradoxalmente, o pai de Carla e Erik é um
dos principais membros do partido sócio-democrata (o que dará alguns problemas
futuros). Apesar de Erik ser mais velho, ele não é tão maduro quando Carla. A
vida de Carla sofrerá grandes reviravoltas e ela precisara ser forte e
confiante para sobreviver ao que a Alemanha irá se tornar.
Quando o Terceiro Reich assume, os von Ulrich recebiam a
visita de Ethel, velha amiga do casal, e seu lindíssimo, maravilhoso,
estupendo e apaixonante filho Lloyd. Este último não sabe que na verdade é filho
de um grande conde, o que causaria horror a ele, já que, assim como sua mãe,
despreza tudo o que a aristocracia representa. Lloyd desde o começo presenciará
o horror do nazismo e da guerra.
Entretanto, apesar de todos os seus ideais e perfeições,
ele se apaixonada por um tipinho desprezível: Dayse Peshkov, filha de Lev e
Olga. Fútil ao extremo, seu mundo gira ao redor de festas, popularidade,
dinheiro e roupas. Seu grande sonho é casar com algum herdeiro de grande
fortuna e status, e logo vê sua “vítima” em Boy Fitzherbert, filho do Conde
Fitz e meio-irmão de Lloyd. Dayse, entretanto, sofre um pouco com seu pai, já
que ele está sempre ausente, mas tem uma grande fama de gangster e não tenta
esconder seu fraco por mulheres. Dayse até mesmo conhece um filho bastardo de
seu pai, Greg, e chegam até a se dar bem.
Mas se você pensa que vai odiar Dayse do começo ao fim, se
engana: a guerra tem o poder de transformar as pessoas... Apesar de outros
fatos terem uma influencia bem maior no coração de Dayse, que passará de fútil
para determinada e corajosa.
Voltando a Greg, ele tem uma grande admiração e respeito por
seu pai. Ambiciona ser tudo o que seu pai representa e está disposto a fazer
qualquer coisa para conseguir... Até que ele conhecerá uma linda jovem, Jacky
Jakes, que mudará seu modo de encarar o modo de ser do seu pai. Greg mudará de
rumo e ficará mais ligado à guerra do que qualquer outro personagem, pois ele estará
ligadíssimo às bombas atômicas.
Além de Dayse e Greg, ainda há o terceiro filho de Lev,
Volodya, que mora na União Soviética. Ele pensa ser filho de Grigori (sorte
dele) e a posição deste último no governo garantirá um futuro brilhante para este
que é um dos personagens, em minha opinião, que mais interfira na Guerra. Sua
grande habilidade na espionagem será de suma importância para sua nação contra
os ataques nazistas (não posso deixar de dizer que as habilidades de Volodya me
assustam). Além do que, as grandes vantagens que seu pai dispõe oferecem à
Volodya um estudo qualificado na Alemanha, onde ele conhecerá duas
personalidades que o ajudarão muito para a espionagem russa. E para terminar,
Volodya também terá um amor, Zoya, cientista brilhante que, assim como Greg, se
envolverá com as bombas atômicas.
Por fim, vem os queridíssimos americanos, Woody e Chuck
Dewar. Woody, assim como os pais, é de grande inteligência e segue a carreira
política, apesar de suas grandes paixões serem a fotografia (que realiza com
grande destreza) e a admirável Joanne Rouzrokt, três anos mais velha. Já Chuck
se alista na Marinha Chuck, seu lindo, te amo do fundo do meu s2, o que
espanta toda a sua família. Entretanto, apesar da grande desenvoltura e
amabilidade de Chuck, ele guarda um grande segredo que representará grandes
perigos para ele no futuro.
Assim como seus pais, cada um destes personagens
representará um papel crucial na Segunda Guerra, grande ou pequeno, direta ou
indiretamente. Sempre se cruzando, suas vidas estão enlaçadas como fios de uma
rede. Uns eu amo, outros eu desprezo e alguns eu não vejo a hora de morrerem.
Mas principalmente, a grande maioria me surpreendeu, até mesmo os personagens
do livro anterior. Eles encaram a guerra de frente, com uma determinação e
coragem que colocaria de joelhos muitos “machos”.
Claro, não posso deixar de falar sobre a parte histórica.
Sem sombra de dúvida, em minha e em várias opiniões, a mais assustador foi
Pearl Harbor. Narrada com detalhes minuciosos, transmitindo o terror do
momento, foi uma das melhores partes do livro e uma das mais tristes. A
Guerra civil Espanhola também foi formidável, apesar de ser um pouco mais
indireta.
Minha grande decepção
foi o ataque a Hiroshima... No máximo, uma página sobre o caso. Pensei que o
motivo estava no tamanho do livro, que já estava enorme e não era cabível
acrescentar as bombas, ou porque não havia personagens no Japão... Mas minha
mente maldosa culpou os sempre enaltecidos EUA. Não há dúvidas que as bombas de
Hiroshima e Nagasaki foram um dos maiores erros da História da Humanidade. Pensei
que as bombas não foram bem detalhadas, e Pearl Harbor sim, para manter a
imagem dos japoneses de vilões. Não sei se os outros leitores de Inverno do
Mundo repararam, mas os japoneses sempre eram cruéis, mas cá entre nós, o Japão
é uma grande nação guerreira e honrada. Os ataques em território americano
foram durante o conflito e não quando o inimigo estava derrotado, destruído.
Acho que muitos não irão concordar comigo, mas quando esta ideia apareceu em
minha cabeça, não tinha como tirá-la.
Contudo, isto não muda em nada minha opinião sobre o livro: arrebatador.
Um colosso de excelência e bota colosso nisso. Quando terminei o livro, uma
melancolia atacou tão forte meu peito que quase chorei. Acrescentei duas
paixões para a minha vida: Lloyd e Chuck apesar de que este último... hehe.
Com esta fantástica sequência, Ken Follet passou a ser meu novo escritor de
cabeceira. Sua maneira delirante de escrever com detalhes e com paixão me encanta
e me inspira. O próximo livro, infelizmente, só será lançado em 2014, sobre a Guerra
Fria, mas ainda com as mesmas famílias. Ansiosa? Imagina... Esta saga está
quase assumindo a poli position dos meus Tops. George R.R. Martin que apresse
Os Ventos do Inverno, ou ficará para trás. Bem, este é mais um dos Tops e
superrecomendado.
Desejo a todos vocês, meus lindos leitores, um ótimo Natal,
um maravilhoso 2013 e muitos livros!
Xerus!