terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Inverno do Mundo, Ken Follet

Título Original:
Winter of the World
Autor(a):
Ken Follet
Origem:
Inglaterra
Tradução:
Fernanda Abreu
Editora:
Arqueiro
Ano de publicação:
2012


Inverno do Mundo é o segundo livro da trilogia “O Século” e relatará os grandes acontecimentos da Segunda Guerra Mundial sob o ponto de vista das cinco famílias protagonistas do romance anterior. Para quem não lembra muito bem ou não leu “Queda de Gigantes”, um rápido flashback e um “tome vergonha, porque este livro é maravilhoso”.
Billy Williams é um jovem galês de treze anos que começa sua vida de minerador, mas será um grande soldado durante a Grande Guerra. Ele é irmão da linda, inteligente e confiante Ethel, que trabalha na mansão de Ty Gwyn, pertencente ao jovem e conservador conde Fitzherbert. Ambos têm uma paixão avassaladora um pelo outro, porém Fitz é casado e teme perder seu prestígio. Portanto, quando Ethel descobre estar grávida, Fitz a manda embora. Este último é irmão da moderna e vistosa Maud, que é apaixonada pelo amigo alemão de seu irmão, Walter von Ulrich. Obviamente, quando a guerra começar, Fitz e Walter ficarão em frentes opostas. Maud e Walter se casam antes da guerra começar, o que irá enfurecer Fitz quando descobrir e fará os irmãos cortarem relações. Já na distante Rússia, Grigori Peshkov sonha em viajar para os EUA, onde poderá ter uma vida melhor, mas seu irmão Lev, inconsequente e audacioso, precisa fugir da polícia e parte no lugar de Grigori, deixando para trás a mulher que seu irmão ama grávida. Já nos EUA, Lev ficará em Buffalo, onde será choffer de Olga e seu amante. Entretanto, ela estava prometida a Gus Dewar, que apesar da inteligência, dá a entender que é um “banana”. Gus, entretanto, logo esquece Olga e começa uma leve relação com Rosa, uma bela jornalista.
Estas pessoas cruzam na vida umas das outras e estão intrinsecamente ligadas à Grande Guerra. Para quem quer entender o que aconteceu naquele período sem se perder nos detalhes sórdidos e com um bom toque de romance, este é o livro indicado.    
Já Inverno do Mundo continuará com os filhos dos personagens citados acima. Começará com a jovem Carla von Ulrich quando o Terceiro Reich assume a Alemanha. Ela tem uma grande personalidade como a mãe, sonha em ser média e é apaixonada pelo irmão de sua melhor amiga Frieda, Werner. Seu irmão Erik que é um imbecil cego e Maria-vai-com-as-outras está superentusiasmado, pois é aliado do partido nazista. Paradoxalmente, o pai de Carla e Erik é um dos principais membros do partido sócio-democrata (o que dará alguns problemas futuros). Apesar de Erik ser mais velho, ele não é tão maduro quando Carla. A vida de Carla sofrerá grandes reviravoltas e ela precisara ser forte e confiante para sobreviver ao que a Alemanha irá se tornar.
Quando o Terceiro Reich assume, os von Ulrich recebiam a visita de Ethel, velha amiga do casal, e seu lindíssimo, maravilhoso, estupendo e apaixonante filho Lloyd. Este último não sabe que na verdade é filho de um grande conde, o que causaria horror a ele, já que, assim como sua mãe, despreza tudo o que a aristocracia representa. Lloyd desde o começo presenciará o horror do nazismo e da guerra.
Entretanto, apesar de todos os seus ideais e perfeições, ele se apaixonada por um tipinho desprezível: Dayse Peshkov, filha de Lev e Olga. Fútil ao extremo, seu mundo gira ao redor de festas, popularidade, dinheiro e roupas. Seu grande sonho é casar com algum herdeiro de grande fortuna e status, e logo vê sua “vítima” em Boy Fitzherbert, filho do Conde Fitz e meio-irmão de Lloyd. Dayse, entretanto, sofre um pouco com seu pai, já que ele está sempre ausente, mas tem uma grande fama de gangster e não tenta esconder seu fraco por mulheres. Dayse até mesmo conhece um filho bastardo de seu pai, Greg, e chegam até a se dar bem.
Mas se você pensa que vai odiar Dayse do começo ao fim, se engana: a guerra tem o poder de transformar as pessoas... Apesar de outros fatos terem uma influencia bem maior no coração de Dayse, que passará de fútil para determinada e corajosa.
Voltando a Greg, ele tem uma grande admiração e respeito por seu pai. Ambiciona ser tudo o que seu pai representa e está disposto a fazer qualquer coisa para conseguir... Até que ele conhecerá uma linda jovem, Jacky Jakes, que mudará seu modo de encarar o modo de ser do seu pai. Greg mudará de rumo e ficará mais ligado à guerra do que qualquer outro personagem, pois ele estará ligadíssimo às bombas atômicas.
Além de Dayse e Greg, ainda há o terceiro filho de Lev, Volodya, que mora na União Soviética. Ele pensa ser filho de Grigori (sorte dele) e a posição deste último no governo garantirá um futuro brilhante para este que é um dos personagens, em minha opinião, que mais interfira na Guerra. Sua grande habilidade na espionagem será de suma importância para sua nação contra os ataques nazistas (não posso deixar de dizer que as habilidades de Volodya me assustam). Além do que, as grandes vantagens que seu pai dispõe oferecem à Volodya um estudo qualificado na Alemanha, onde ele conhecerá duas personalidades que o ajudarão muito para a espionagem russa. E para terminar, Volodya também terá um amor, Zoya, cientista brilhante que, assim como Greg, se envolverá com as bombas atômicas.
Por fim, vem os queridíssimos americanos, Woody e Chuck Dewar. Woody, assim como os pais, é de grande inteligência e segue a carreira política, apesar de suas grandes paixões serem a fotografia (que realiza com grande destreza) e a admirável Joanne Rouzrokt, três anos mais velha. Já Chuck se alista na Marinha Chuck, seu lindo, te amo do fundo do meu s2, o que espanta toda a sua família. Entretanto, apesar da grande desenvoltura e amabilidade de Chuck, ele guarda um grande segredo que representará grandes perigos para ele no futuro.
Assim como seus pais, cada um destes personagens representará um papel crucial na Segunda Guerra, grande ou pequeno, direta ou indiretamente. Sempre se cruzando, suas vidas estão enlaçadas como fios de uma rede. Uns eu amo, outros eu desprezo e alguns eu não vejo a hora de morrerem. Mas principalmente, a grande maioria me surpreendeu, até mesmo os personagens do livro anterior. Eles encaram a guerra de frente, com uma determinação e coragem que colocaria de joelhos muitos “machos”.
Claro, não posso deixar de falar sobre a parte histórica. Sem sombra de dúvida, em minha e em várias opiniões, a mais assustador foi Pearl Harbor. Narrada com detalhes minuciosos, transmitindo o terror do momento, foi uma das melhores partes do livro e uma das mais tristes. A Guerra civil Espanhola também foi formidável, apesar de ser um pouco mais indireta.
Minha grande decepção foi o ataque a Hiroshima... No máximo, uma página sobre o caso. Pensei que o motivo estava no tamanho do livro, que já estava enorme e não era cabível acrescentar as bombas, ou porque não havia personagens no Japão... Mas minha mente maldosa culpou os sempre enaltecidos EUA. Não há dúvidas que as bombas de Hiroshima e Nagasaki foram um dos maiores erros da História da Humanidade. Pensei que as bombas não foram bem detalhadas, e Pearl Harbor sim, para manter a imagem dos japoneses de vilões. Não sei se os outros leitores de Inverno do Mundo repararam, mas os japoneses sempre eram cruéis, mas cá entre nós, o Japão é uma grande nação guerreira e honrada. Os ataques em território americano foram durante o conflito e não quando o inimigo estava derrotado, destruído. Acho que muitos não irão concordar comigo, mas quando esta ideia apareceu em minha cabeça, não tinha como tirá-la.
Contudo, isto não muda em nada minha opinião sobre o livro: arrebatador. Um colosso de excelência e bota colosso nisso. Quando terminei o livro, uma melancolia atacou tão forte meu peito que quase chorei. Acrescentei duas paixões para a minha vida: Lloyd e Chuck apesar de que este último... hehe. Com esta fantástica sequência, Ken Follet passou a ser meu novo escritor de cabeceira. Sua maneira delirante de escrever com detalhes e com paixão me encanta e me inspira. O próximo livro, infelizmente, só será lançado em 2014, sobre a Guerra Fria, mas ainda com as mesmas famílias. Ansiosa? Imagina... Esta saga está quase assumindo a poli position dos meus Tops. George R.R. Martin que apresse Os Ventos do Inverno, ou ficará para trás. Bem, este é mais um dos Tops e superrecomendado.
Desejo a todos vocês, meus lindos leitores, um ótimo Natal, um maravilhoso 2013 e muitos livros!
Xerus!   

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os Pilares da Terra, de Ken Follet


Título Original:
The Pillars of the Earth
Autor(a):
Ken Follet
Origem:
Inglaterra
Tradução:
Paulo Azevedo
Editora:
Rocco
Ano de publicação:
1989


O livro abre com um enforcamento (tenho um fraco por livros que já começam na emoção), onde um estranho rapaz de cabelos cor de cenoura é acusado de roubar um cálice muito valioso de uma igreja. Ninguém entende o que pretendia o rapaz com tal peça, já que sua aparência rica logo o denunciaria como ladrão, porém ele estava prestes a pagar por seu crime. Entretanto, antes do derradeiro momento, algo curioso acontece, chocando a todos os espectadores da execução: o rapaz começa a cantar (muito bem) para uma jovem no meio da multidão. Pela grande barriga, era de se supor que estivesse grávida do criminoso, porém o que realmente chocava a todos e que será sua marca registrada por toda a história eram seus belíssimos olhos dourados e perturbadores.
Terminada a canção, o rapaz é enforcado e o público é novamente surpreendido quando a mulher grávida cai de joelhos com uma galinha na mão e amaldiçoa as três autoridades que acusaram seu amante. Ela mata a galinha, atira-a contra os três homens (muita atenção nestas figuras) e foge. Lembrando que estamos na Idade Média, portanto uma possível bruxa causou um alvoroço descomunal.
Nove anos se passam. Estamos focados agora em uma família onde o patriarca é Tom Construtor. Ele é um bom homem, bom esposo e bom pai para seus dois filhos. Está construindo a casa do filho de um nobre que irá se casar, porém seu grande sonho é construir uma majestosa catedral. Entretanto, um pouco antes do inverno chegar, o tal filho, William Hamleigh, interrompe a construção da casa, dizendo que seu casamento fora cancelado pela noiva Aliena que alegava “incompatibilidade”. Tom parte com sua esposa Agnes, que esta grávida, e seus filhos Martha e Alfred em busca de emprego...
 Durante sua jornada, Tom encontra uma estranha figura em determinado momento: uma belíssima mulher de olhos dourados e seu filho de cabelos cor de cenoura. Seus nomes são Ellen e Jack. Algumas reviravoltas no destino de Tom fará com que ele e Ellen acabem por se unir e viajarem juntos, encontrado-se no caminho com outra curiosa pessoa: o prior Philip.
Este se tornará um eterno envolvido nos conflitos na corte por dois motivos: o primeiro, porque seu irmão está no meio de toda a confusão e, segundo, porque quase sem querer ele se torna o prior de Kingsbriedge. Isso levantará uma série de insatisfações e fará com que este homem bondoso faça uma série de inimigos poderosos que ele precisará enfrentar com muita coragem e astúcia.
Philip, juntamente com Tom, realizará um grande sonho: construir uma catedral como nenhuma outra em Kingsbriedge. Mas nem todos estarão de acordo e muitas reviravoltas farão Philip pensar bem se deve continuar com a construção e a conclusão deste objetivo.
Nesta incrível história ainda se destacarão Aliena (a mesma que recusou William) e Jack, que, apesar de parecer um garoto bobo e sem solução, será a esperança de Philip e Tom.
Que golpe baixo é este livro para mim... Romance na Idade Média. E do meu mais novo favorito autor de cabeceira: Ken Follet. Admito que, comparado à trilogia “O Século” (saga que está quase roubando a “pole position” d’As Crônicas de Gelo e Fogo), este livro é muito cansativo e repetitivo, mas atribuo ao fato do autor não ter a mesma experiência durante a produção das duas obras. O livro que aparece na foto acima é um volume único, porém é possível encontrar o livro dividido em dois volumes. Como eu sou fã de livros grossos, não trocaria este volume por nada, mas caso você tenha certo receio de livros com excesso de páginas (ou então não pode carregar muito peso), não recomendo esta edição. Entretanto, não evite lê-lo. Não poderia estar fora da minha lista de Tops.

P.S.: soube recentemente que fizeram um seriado baseado no livro... Adoraria assistir! Porém, não tenho paciência para acompanhar uma série.

P.S.2: recentemente também soube que este livro tem uma continuação, que será minha próxima leitura após concluir “O Tempo e o Vento”, “Mundo sem fim”.
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