sábado, 23 de março de 2013

Viagens na minha terra, de Almeida Garrett

Título Original:
Viagens na minha terra
Autor(a):
Almeida Garrett
Origem:
Portugal
Tradução:
*livro em português*
Editora:
Martin Claret
Ano de publicação:
1843


Como o próprio nome já diz, Almeida Garrett contará neste livro sobre uma viagem que ele faz com alguns companheiros por Portugal. Sua jornada começa por Lisboa, onde ele faz um longo discurso sobre a instabilidade do país e sobre os grandes nomes da literatura e filosofia que admira e estima.
Conforme vai avançando por Portugal, com destino a Santarém, Almeida Garrett se divide entre descrever minuciosamente os ambientes, analisar o psicológico humano, discutir sobre a razão da existência, discursar sobre os grandes intelectuais até aquele tempo, enaltecer a sua obra e, o mais importante, narrar a história de amor de Carlos e Joaninha. Para ser bem sincera, o autor/protagonista se perdeu entre os itens, mas desenvolverei a ideia mais adiante.
Almeida Garrett estava em Santarém quando passou a frente de uma casa e “apaixonou-se” por uma de suas janelas. Descobriu então que aquela era a janela da Menina dos Rouxinóis, apelido de Joana, uma jovem de dezesseis anos, exemplo de pureza, simplicidade e beleza. Garrett conta então a história da menina, que mora com a avó e recebe as visitas semanais do misterioso Frei Dinis, que sempre trás consigo notícias de Carlos, primo e amante de Joana. Carlos partira da casa da avó para unir-se ao exército de D. Pedro, desculpa usada como pretexto para afastar de Santarém e de um segredo que ele sentia rondar a figura do frei.
Quando liberais e monarquistas se enfrentam perto de Santarém, volta Carlos para casa e se revê Joana. Este reencontro abala Carlos, que se lembrava de Joana como uma menina, contudo se depara com uma linda mulher. Ele se entregaria a sua paixão cegamente, se não ele não tivesse construído uma história enquanto esteve fora: casou-se com Georgina, uma linda inglesa de família abastada.
Quando a história chega ao seu ápice (Carlos ferido na guerra e Georgina se encontra com Joana), Garrett parte para o final da sua viagem e acaba por encontrar Frei Dinis, que contará o fim da história de Joaninha.
Admito que “Viagens na minha terra” é um livro importante para um contexto histórico (e cai no vestibular este ano), porém é um livro extenuante e demorado. Almeida Garrett, como eu disse anteriormente, parece ter se perdido no rumo do seu livro. No início, ele dizia que seu livro seria diferente de todos os outros, uma obra revolucionária, longe do romance habitual. Ele se prende então a descrição detalhada dos lugares por onde passa, criticando a situação atual de Portugal. Entretanto, em seus muitos capítulos, Garrett sai da linha de pensamento que estava seguindo, fazendo várias ligações, até chegar a um assunto completamente diferente do que estava dizendo. No capítulo seguinte, ele volta ao mesmo assunto e acaba por sair novamente. Em outros momentos, o assunto de Garrett é tão psicológico e metafórico que o leitor, se não estiver bem atento, acaba por confundir a realidade física com a psíquica.
Não é um livro fácil, que o leitor pega quando não tem o que ler. Nem é um livro de entretenimento, então não espere um envolvimento com a história. Para ser bem clara, eu não gostei do livro, apesar de ser necessário para minha formação. 

domingo, 3 de março de 2013

Nada como se sentir querida...

Olá, meus queridos! Como vocês já notaram (e cansaram), estou com sérios problemas para postar alguma coisa... Mas depois do fiasco que foi a última postagem (um livro que eu amo, mas a pior resenha que eu já escrevi), preciso voltar a treinar (rsrs).

Mas apesar da minha falta de empenho, é bom ver que vocês continuam comigo! Recebi três selinhos: um do Lendo um Sonho, da Bell's, que ela mesmo criou (o.o) e os outros da Dinda do Na trilha dos livros. Vamos lá:

Fofo não é?
Regras:
-Responder as 7 perguntas
-Nomear 7 blogs
-Avisar sobre o selinho para os blogs nomeados
-Fazer 7 perguntas diferentes das que você recebeu para os blogs nomeados

A primeira pergunta é:
1-O que te levou a criar o blog?
Estava eu, sem nada para fazer, vagando pela internet, quando encontrei uma imagem linda no Google (que eu não me lembro qual) e, quando entrei no site da dita cuja, deparei-me com o blog da Dinda Fernanda, do  Na trilha dos livros. Bem, há muito tempo eu queria montar um blog, mas não tinha um assunto, então quando vi o "Na trilha", pensei: "Por que não falar sobre o que eu mais gosto? Livros?". E surgiu o Abrindo os livros... Resumindo, o blog veio ao acaso.

2-Desde quando tem essa paixão por leitura?
Desde a quarta série. Eu odiava ler, mas ganhei um livro de presente da minha mãe (A Droga da Obediência, Pedro Bandeira, primeira postagem) e encontrei a minha razão de ser.

3-Já teve bloqueio na hora de postar?
Estou tendo neste exato instante! kkkkkkkkkkkkk

4-Se tivesse outro blog sobre outro assunto, que tema seria?
Filmes, sem sombra de dúvida. Adoro cinema! Mas não estou dando conta nem deste, imagine de outro! kkkkkkkkkkk

5-O que acha do Lendo um Sonho? (=P)
kkkkkkk Uma graça! Infelizmente, não consigo navegar com frequencia pelos blogs que eu sigo. Gostaria de ser mais participativa com todos.

6-Faz faculdade? De quê?
Ainda não, entro ano que vem. Estou pensando em entrar para a Marinha (vai que eu encontro o meu capitão lá kkkkkkk) ou então Engenharia Naval. Com certeza vou para alguma área relacionada com o mar, porque é outra paixão. Apesar de todos me dizerem que eu deveria cursar Letras, me recuso a transformar minha paixão por livros em profissão. Perderia a magia.

7-Já CRIOU um selinho?
Não... Mas sabe que me deu vontade? Quem sabe...

E vamos nomear os blogs!

Livros e Chocolate (agora eu acertei? kkkkk XP)

E para encerrar, 7 perguntas:

1-Qual a sua grande paixão?
2-Qual é a pessoa que você mais admira?
3-Se você pudesse nascer em outra época, qual seria?
4-Mudaria alguma coisa do passado?
5-Como você se vê daqui dez anos?
6-Se você pudesse conversar com alguma pessoa que já morreu (famosa ou não), quem seria?
7-Cite uma passagem de algum livro que você nunca esquece.

O outro selinho é da Dinda Fernanda! E ele é famoso! Foi criado pelo escritor espanhol Alberto Zambade, em 2008, e pediu para que seus 15 blogs nomeados indicassem outros blogs e assim o selinho foi se espalhando... E chegou aqui! Honra no nível profissional (u.u). Obrigada Dinda!


As regras:
Exibir a imagem do selo no seu blog
Linkar o blog que te indicou
Escolher outros 10 blogs para receber o Selo Dardos
Deixar um comentário nos blogs escolhidos

Bem, além dos sete blogs já indicados ali em cima, adiciono:
Lendo um Sonho
Perdidas Nas Histórias
Universo Adolescente

Claro, eles também podem considerar os dois selinhos como sendo deles! São ótimos! ;)

O último também é da Dinda.


As regras:
1. Citar o nome de quem te indicou (sempre)
2. Indicar 2 livros no mínimo que leu e gostou em 2012.
3. Listar 3 livros que você deseja ler em 2013.

Bem, os livros que eu amei de 2012 foram:
-O Festim dos Corvos, de George R.R. Martin;
-O Hobbit, de J.R.R. Tolkien;
-Labirinto, de Kate Mosse;
-Orgulho e Preconceito, de Jane Austen;
-A Dança dos Dragões, de George R.R. Martin;
-Os Pilares da Terra, de Ken Follet;
-Inverno do Mundo, de Ken Follet;
-Admirável mundo novo, de Aldous Huxley;
-Laranja Mecânica, de Anthony Burgess
-O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo.

E os livros que eu pretendo ler em 2013 são:
-Mundo sem fim, Ken Follet;
-Os Miseráveis, de Victor Hugo (vou terminar nem que seja a última coisa que eu faça);
-O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo (não, a última coisa que vou fazer é terminar este);
-O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien;
-A Rainha, de Gabriela Castro (kkkkkkkkkkk pretendo terminar este "livro", colocar um pseudônimo e trocar o título, mas por enquanto, fica assim).

Os blogs escolhidos são os mesmos!

Bem, pessoal, este é o selinho de hoje! Daqui a pouco eu coloco uma Tag que a Dinda também me passou (fala a verdade: se não fosse minha madrinha, meu blog já tinha ido para o beleléu!)

Xerus!

sexta-feira, 1 de março de 2013

O Continente, de Érico Veríssimo


Título Original:
O Continente
Autor(a):
Érico Veríssimo
Origem:
Brasil
Tradução:
*livro nacional*
Editora:
*sem informação*
Ano de publicação:
1947


Todo brasileiro leitor com um pouco de bom gosto tem a obrigação de ler O Tempo e o Vento, obra-prima de Érico Veríssimo. Admito: só li os três primeiros volumes (de quatro) por enquanto, mas pretendo ler outros livros até voltar para esta saga, com o objetivo aproveitar melhor a história. Portanto, meu conselho para quem irá começar é, entre os livros, ler outras obras para não ficar tão exaustivo.
José Lírio, popularmente conhecido como Liroca, está tomando coragem para atravessar a principal rua de Santa Fé e tomar posto na torre da igreja, onde vigiará o Sobrado, lar dos Terra Cambará. Por muito tempo, Liroca frequentou o Sobrado, sendo amigo íntimo de Licurgo Cambará, o patriarca, e apaixonado por Maria Valéria, cunhada de Licurgo. Mas agora ele precisa chegar até a igreja e impedir que os sitiados alcancem o poço de água.
A luta é entre federalistas e republicanos em um pequeno município no interior do Rio Grande do Sul no ano de 1895. Licurgo é o principal representante de um dos grupos em Santa Fé, enquanto Bento Amaral, “que domina Santa Fé politicamente”, e seu filho Alvarino estão do outro lado. A rivalidade entre os Amaral e os Cambará é antiga e será explicada em um dos capítulos do livro.
Partindo de Liroca e entrando no Sobrado, o clima é de tensão e medo, pois, além dos homens estarem sem água, comida e munição, a esposa e prima de Licurgo, Alice, está muito doente e em trabalho de parto. Por outro lado, Maria Valéria mantém a casa organizada e cuida da irmã e dos dois sobrinhos, Toríbio e Rodrigo, como uma rainha em seu castelo. Licurgo vigia a rua, seus homens e pensa em sua amante, Ismália Caré. Já Dona Bibiana (grande mulher), está sentada no sótão em sua cadeira de balanço. Quem vê aquela senhorinha caquética e caduca, jamais imaginaria a mulher forte e imponente que foi.
Os capítulos que se passam no Sobrado são basicamente sobre as situações destes personagens (Licurgo, Maria Valéria, Alice, Rodrigo, Toríbio e Bibiana). Outros personagens como Floriano, tio e sogro de Licurgo, e Fandango, o capaz do latifúndio dos Cambará, também aparecem e mostram sua importância.
No Continente também será narrada a origem da família, iniciando com Pedro Missionério, um jovem “índio” misterioso e místico, que foge de um massacre em sua vila e acaba na fazenda de Maneco Terra, um homem rijo, brutal, quase primitivo. Ele é pai de Ana Terra, uma bonita moça que, apesar de jamais ter saído de suas terras, é de uma coragem austera e inabalável. Ana, quase acidentalmente, engravida de Pedro, que é assassinado pelos irmãos Terra. Seu “desfrute” coloca à prova a coragem citada, quando Ana vê sua família rechaçá-la e ela dá à luz Pedro Terra, que será ignorado pelo avô (pelo menos, por um tempo).
Como bem sabemos, Rio Grande do Sul, por ser uma fronteira, vive assolado por guerras e conflitos. Ana Terra não fugiria deste carma. E mais uma vez, sua coragem entra em ação.
Depois de reviravoltas assustadoras, Ana e Pedro, acompanhados por uma cunhada e sua filha, partem com um comboio com destino para Santa Fé, uma recém-fundada vila por Ricardo Amaral. Nesta vila, Pedro se casará com Arminda e terá dois filhos: Juvenal e Bibiana.
Juvenal, quando já moço, conhecerá um certo Capitão Rodrigo Cambará: sedutor, boêmio, impulsivo, explosivo. Qualquer pai de família sentiria os pelos do corpo eriçarem se um homem como este se aproximasse de sua recata filha... Pedro Terra saberá descrever melhor esta situação quando Juvenal ajuda Rodrigo a se alojar na cidade e apresenta (indiretamente) sua irmã a ele.
Por um momento, Rodrigo, no calor de sua paixão por Bibiana, pensa em “endireitar a vida” para casar com a linda moça, porém encontrar concorrência em Bento Amaral. Não que isto seja um problema, pois ele é um Cambará e Cambará macho não foge.
Inicia uma rivalidade entre Cambará e Amaral que perdurará por anos. Rodrigo e Bento duelam certa noite, mas Bento foi desleal e quase assassina seu oponente. Rodrigo ficará aos cuidados de Bibiana e, com a ajuda do Padre Lara, consegue enfim casar-se com a moça (para o desagrado do Amaral). O casal têm três filhos: Bolívar, Anita e Leonor...
Mas esta alegria não dura por muito tempo: Rodrigo não consegue manter sua rotina ajuizada e começa a procurar por sua liberdade: jogo, bebida, mulher, guerra. Apesar de trazer uma imensa infelicidade para Bibiana, esta última ignora libertinagens do marido, focando-se no cuidado da casa e dos filhos. E esta já triste realidade se torna pior com o início da Guerra dos Farrapos, quando Rodrigo parte para os conflitos sem aviso.
Anos se passam depois das consequências da Guerra, Bolívar e seu primo Floriano se apaixonam pela mesma mulher: Luzia Silva, neta de Aguinaldo Silva. Porém, apesar de sua beleza estonteante, tem algumas peculiaridades que lhe rendem a antipatia de toda Santa Fé. Paradoxalmente, Bibiana incentiva seu filho a se casar com a moça... Mas qual seria o verdadeiro motivo daquela pacata e respeitada senhora?
Bolívar, apesar de ser magnificamente parecido com seu pai, de nada tem sua personalidade: é mais sentimental e não é entregue aos prazeres da vida. Por outro lado, seu amor cego por Luzia faz com que ele se entregue erroneamente às vontades sórdidas da mulher. Para a sorte do rapaz, ele pode contar com sua mãe que enfrentará a “teiniaguá” de frente.
Bolívar e Luzia tem um filho, Licurgo, que será sagazmente criado pela avó no Angico. Será neste latifúndio que o clã Caré se alojará. Sendo um Cambará, a paixão de Licurgo por Ismália será avassaladora e arriscada, principalmente com o casamento de Licurgo e Alice se aproximando.
O grande clã Terra Cambará passará por todos os grandes acontecimentos da história regional e nacional. E mais do que pela parte histórica, esta magnífica saga de Érico Veríssimo vale a pena pelo romance, pelos personagens, pela trajetória das famílias, do pensamento, das reflexões, pela mensagem. Desconfio que poucos livros conseguiram analisar tão profundamente a alma do homem. Uma pena que um livro tão maravilhoso seja tão pouco conhecido pelos brasileiros. 
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