sábado, 27 de julho de 2013

Selinho!!

Meus queridos e mais do que amados leitores! Espero que tenham gostado da minha redação/ carta para Anne Frank: foi um momento de inspiração e depois da minha melhor amiga (linda) dizer que eu deveria publicar... Bem, espero que tenham apreciado!

Falando em apreciar, fui lisonjeada pela Marta Miquele do Perdida Nas Histórias com um selinho e uma Tag! A TAG nós já recebemos, mas rapidinho cinco livros com as letras H, A, T, F, N:

~> Harry Potter e o Cálice de Fogo (foi o que eu mais gostei) - J. K. Rowling / Hobbit, O - J.R.R. Tolkien
~> Adeus, Chine - Li Cunxin
~> Tempo e o Vento, O - Érico Veríssimo
~> Fúria dos reis, A / Festim dos Corvos, O - George R.R. Martin
~> Noite na taverna - Álvares de Azevedo

E agora o selinho que ela mesma fez.


1. Como você escolheu o nome do seu blog?Não faço a menor ideia! kkkkkkkkkkkk

2- Qual foi o primeiro livro relacionado ao mundo vampiresco que você leu?
O Vampiro Lestat. Minha irmã disse que era muito bom, mas eu achei um saco. (Na verdade, foi um livro infantil de um vampirinho que colocava aparelho nos dentes e no final fugia com o tio dele que era uma caveira, mas eu nao lembro do título e nem sei se vale kkk)

3- Você criaria um blog exclusivamente só de vampiros?
Olha... Não. Vampiros não são meu assunto favorito. Criaria um sobre criaturas mágicas da Idade Média, como dragões (viciada em Game of Thrones? Magina...)

4- Se vampiros existissem, você gostaria de ser uma(o)??
Acho que não... Não consigo me ver fazendo mal para outra pessoa (chupando o sangue dela) e tenho certeza que eu não gostaria de ser imortal. Não suporto saber que eu veria todos que amo morrerem. E nem posso transformar todos, se não viraria uma nação de vampiros. Além do que, acredito em escolha e livre arbítrio. Se meu tempo acabar, acabou.

5- Se pudesse reescrever algum livro qual seria ? e por quê ?
Precisa ser de vampiro? De vampiro, não li muitos... Mas qualquer outro, eu com certeza reescreveria Jogos Vorazes. O livro tinha tudo para ser o maior bestseller de todos os tempos, mais do que Harry Potter, mas eu achei que a autora não escrevia muito bem... Faltava emoção e descrição.

5 Capas de livros vampirescos.
Bem, como eu não li muitos... hehehe



Por hoje é só pessoal! Amanhã eu faço uma postagem sobre O Cortiço, Jun Do ou  Inferno!
Xerus!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Carta para Anne Frank


Querida Anne,

Você disse em seu diário (acabei de lê-lo) que gostaria de ser escritora e mudar o mundo. Pode não ter sobrevivido para ver, Anne, mas você conseguiu. Muitos podem encarar seu diário apenas como uma descrição perturbadora do ponto de vista de uma judia sobre a Segunda Guerra Mundial, mas eu o vejo como a forma escrita de sentimentos e pensamentos.
O que realmente faz o seu diário ser tão triste não são as atrocidades contra judeus, o terror da guerra ou o desespero das pessoas, mas sim a sua esperança: de que a guerra iria terminar, você voltaria para a escola e teria uma longa vida. Nós, seus leitores, que conhecemos seu destino, sofremos diante de sua esperança de que tudo acabaria bem. Mas ao mesmo tempo é este sentimento que faz com que nos aproximemos.
Modéstia a parte, identifico-me muito com você. Claro, estou longe de ter sua personalidade ou coragem, mas também penso sobre o que eu quero ser e o que eu realmente sou, sobre confiança, sobre meus defeitos e se o problema está comigo. A conclusão a que sempre chego é que o homem é um ser individualista e sempre espera dos outros o que ele impõe como “certo”, sem se importar com o que as outras pessoas também definiram como “certo”. Essa discordância que gera o caos.
Porém, tenho plena convicção que, um dia, o ser humano alcançará tal nível de intelectualidade que será capaz de compreender seu semelhante e, assim, alcançar a paz. Talvez demore. Talvez nunca chegue. Mas esse dia será o fim das guerras, do medo, da angústia, da dor. Somente nesse dia, todos terão a certeza que são dignos de confiança e não temerão as diferenças.
Tinha razão quando disse que para tudo há uma razão: você estava destinada a ganhar esse diário e transformá-lo em uma válvula de escape para não se sentir sozinha. Como eu disse, a mente individualista do homem faz com que ele se sinta solitário e incompreendido, porém um coração emotivo e sentimentalista precisa de alguém que o compreenda. Portanto, minha cara Anne, é com grande satisfação que eu digo que existe alguém que a entenda e em quem você pode confiar: seu leitor.


Sua Gabriela

domingo, 14 de julho de 2013

Os Miseráveis, de Victor Hugo

Título Original:
Les Misérables
Autor(a):
Victor Hugo
Origem:
França
Tradução:
Frederico Ozanam Pessoa de Barros
Editora:
Cosacnaify
Ano de publicação:
1862


Nunca amei tanto um livro e demorei tanto para terminá-lo. Só para constar, ainda não terminei. Mas ele está sem sombra de dúvida entre os melhores que já li na minha vida. Se existiu alguém de descrever uma emoção, uma sensação ou a mente de um homem, este alguém é Victor Hugo. Em Os Miseráveis, ele mostrará que a luta que ele travou contra sua família pelo seu sonho nas letras valeu a pena, pois imortalizará seu nome.
O livro começará com uma descrição detalhada do ser Bienvenu Myriel, bispo de Digne, um homem idoso tão puro, bom e justo que pode ser considerado um santo. Diferente de qualquer clérigo, Sr. Myriel visa a simplicidade e encontra beleza e bondade em qualquer lugar. Não sou nem de longe a poderosa escritora que Victor Hugo foi, portanto o máximo que posso fazer é dar uma silhueta da personalidade, da mente e da alma deste bom homem que influenciará o grilheta Jean Valjean.
Em uma França cheia de fome e frio, Jean Valjean, apesar de seu trabalho como jardineiro, vê-se forçado a roubar pão para alimentar sua irmã e seus sobrinhos, mas é pego e levado para trabalhar por cinco anos nas galés: um lugar tenebroso, que transforma o ser humano em um ser obscuro e desconfiado, como se roubasse sua alma e deixasse apenas o corpo como uma casca oca. Valjean tenta fugir várias vezes, mas é pego em todas, precisando cumprir dezenove anos. Ele se destaca nas galés pela força descomunal, o que poderá trazer alguns problemas futuros. Quando enfim cumpre sua pena, Jean Valjean fica marcado para sempre como antigo grilheta, o que impede que ele arranje um emprego e possa matar sua fome.
Ele vaga sem um destino, até chegar a Digne, onde é rechaçado como em todos os outros lugares por todas as pessoas, até mesmo pelo cachorro. É quando ele encontra o bispo, que, com toda a sua bondade e luz, acolhe Valjean, alimenta-o e deixa-o dormir sob seu teto. Valjean, por outro lado, durante a noite, resolve fugir com a prataria do bispo, mas é pego e levado à presença de Myriel.
Porém, para a surpresa de todos, o bispo diz que a prataria é um presente para Valjean, desde que ele use-a para o bem de sua alma. É com este gesto que Valjean  sofre uma extraordinária mudança em seu interior. Assim como seu benfeitor, Valjean irá buscar a beleza, a bondade e a pureza das coisas a partir da esperança que Bienvenu lhe deu.
Já em outro ponto da história, anos depois, seremos apresentados a Fantine, uma linda e virginal jovem apaixonada por Tholomyès, jovem da elite francesa que, assim como todos os rapazes de sua idade, dá um alto valor à diversão e prazer. Ele é líder de um grupo de quatro jovens, todos estudantes, e que se divertem com algumas jovens costureiras pelos jardins e parques de Paris. Tholomyés vê sua relação com Fantine como apenas um “namorico” qualquer, enquanto a moça se entrega de corpo e alma a ele, fazendo todas as suas vontades. Esta sujeição causa grandes dores para Fantine quando, em uma brincadeira dos rapazes, ela se vê sozinha e com uma filha.
Como era mãe solteira, Fantine está com seu nome manchado e precisa deixar a cidade para conseguir um emprego e poder sobreviver. Porém sua filha Eufrásia, apelidada e conhecida como Cosette, poderá atrapalhar na busca pelo trabalho e Fantine não consegue sustentar ambas.
Um dia, vendo uma mãe brincar com suas duas filhas bebes, Fantine decide deixar Cosette aos cuidados da mulher, prometendo mandar dinheiro para as despesas e roupas, desde que Cosette seja bem tratada e alimentada. A mulher concorda e Fantine parte para Montreuil-sur-Mer, cidade onde ela nascera. Porém, enquanto Fantine decaia, sua terra prosperava com a indústria de miçangas cujo sucesso devia-se a um estranho viajante e sua esperteza. Este viajante era um homem muito bom e em pouco tempo tornou-se Maire da cidade, sendo admirado e respeitado por todos. Seu nome era Madeleine.
Porém, há sempre alguém que nos olha atravessado. Madeleine é alvo de desconfiança de Javert, inspetor de polícia, que vê no misterioso Maire muitas semelhanças com um antigo grilheta de força hercúlea que sumiu muitos anos atrás. Bem, acho que não será nenhum spoiler contar que Madeleine na verdade é nosso Valjean e Javert estava certo em desconfiar dele. Porém, meu caro leitor, não tome Javert como um inimigo: ele é apenas um homem dotado de honra e senso de dever acima do comum. Portanto ele seguira Valjean até o Inferno se este for seu dever.
Mas Valjean tem seus próprios deveres, como ajudar Fantine que caiu em tremenda desgraça e está muito doente (os promenores da vida de Fantine são fantásticos. O desespero e os infortúnios pelo qual ela passa levariam qualquer outro ao suicídio. E este seria sua escolha se ela não tivesse Cosette esperando-a). O último desejo de Fantine é ver sua filha e Valjean se dispõe a ir.
Contudo, outras adversidades se sobrepõem e Valjean tem que escolher entre seu senso de dever para com uma mulher a beira da morte e seu senso de justiça para com um homem que será julgado injustamente em seu lugar. A crise e a batalha interior que Valjean trava pode ser um pouco maçante, pois levam longos capítulos para terminarem, mas como eu disse Victor Hugo tem um poder descritivo impressionante.
Os fatos se desenrolam e Valjean acaba indo resgatar Cosette. A pobre menina, antes tão bonita, agora é apenas ossos tremendo de frio e dor, pois a mulher que prometeu cuidar da menina na verdade é um monstro, assim como seu marido. Os Thénardier são a pior raça de malfeitores e oportunistas que se pode ter ideia, aproveitando-se de qualquer desleixo para roubar e ganhar às custas dos outros.
O momento em que Cosette é apresentada sofrendo nas mãos dos Thénardier pode levar qualquer um às lágrimas. Não duvido que muitas crianças passam pelos abusos de pessoas como eles, o que só aumentou minha indignação e aflição.
Por outro lado, a pequena humilhação que Valjean (disfarçado) inflige àqueles seres dos esgotos satisfaz quem se incomodou com a situação.
Mas Valjean precisa ser um pouco mais rápido para fugir de Javert que se aproxima e leva Cosette dos Thénardier. Ele encontrará abrigo graças à sua benevolência e poderá enfim sumir, dando uma vida descente à Cosette e aproveitar o que resta de sua vida.
Outros anos se passam e partimos para a parte mais interessante do livro quando somos apresentamos para o último personagem deste volume: Marius Pontmercy. Como diz nas notas de rodapé, Victor Hugo se inspirou muito em si mesmo para criar Marius, principalmente em relação à falta de apoio da família. Marius é neto um homem rico, mas o que ele busca está além do alcance do dinheiro: ele procura uma razão para si mesmo. Ele encontrará seu porto seguro no falecido pai, um herói de Waterloo, mas todas as suas convicções são postas à prova quando ele entra em um grupo de jovens revolucionários que se denomina amigos do ABC. Marius também tem uma grande dívida deixada pelo seu pai: agradecer a um estranho homem chamado Thérnadier que salvou a vida dele em Waterloo. Na verdade, Thérnadier roubava Pontmercy, julgando-o morto, e acaba por salva-lo acidentalmente.
Por falar neles, os Thérnadier se mudaram para Paris depois de perder sua pousada e estão todos alojados sob o nome de Jondrette em um único quarto e, coincidentemente, o quarto ao lado pertence a Marius.
Em um passeio por um jardim, Marius avista uma bonita jovem e seu pai velho... Deixemos os mistérios de lado, a jovem era Cosette e Valjean. Apesar de viver aprisionado no escuro de sua mente, Marius se apaixona por Cosette, apesar de nem mesmo saber seu nome ou nunca ter trocado uma palavra com ela. O mais curioso é o sentimento ser recíproco.
Contudo, Thénardier não é homem que se esquece de seus velhos inimigos. Valjean está na lista. Quando por uma infelicidade do destino os dois se encontram, Thénardier cria um diabólico plano para vingar-se, que envolve Cosette. Enquanto escuta atrás da parede, Marius descobre a verdadeira identidade de Thénardier e fica entre cumprir sua promessa que fez ao pai e salvar a mulher que ama.
Vale lembrar ainda um personagem que pouco aparece, mas que eu tenho certeza que aparecerá no próximo volume: Gavroche, o filho mais novo dos Thénardier. Ele é mostrado como um exemplo de menino de rua, que pode ser a definição perfeita das ruas de Paris.
Bem, além do romance, o livro também tratará a relação política na França pós-revolução. Os grupos ainda são bem distintos e hostis uns aos outros, mas nenhum consegue salvar o povo francês que afunda na fome. Eu, como sou ligada mais à ficção e ao romance, não dei o devido valor a esta parte da história, mas tenho certeza que você, que adora sociologia ou história, vai simplesmente “pirar”. Não podemos esquecer ainda a descrição absurdamente linda da batalha de Waterloo. Se você tem alguma dúvida quanto ao que foi, não terá mais, pois saberá dos pormenores.

Victor Hugo, como eu já disse, tem um talento especial para a descrição e criação. Não há dúvidas ou furos em sua história. Como eu já deixei bem clara minha opinião sobre o livro, o autor e a narrativa, não vou me estender. Esta foi uma resenha para recomeçar o blog com chave de ouro!  Xerus! 

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...